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Celestia marchou para o Salão Principal, mal reconhecendo os vários olhos que se voltaram para ela surpresos. Ela examinou a mesa da Corvinal, encontrando seu alvo no meio. 

Ela foi em direção a ele sem hesitar.

A raiva em seu peito apertou e sua mente continuou a espiralar com as novas informações. Tantas coisas começaram a se encaixar para ela, tantos pequenos momentos inconsequentes que ela havia esquecido em sua ignorância.

Além do zumbido em seus ouvidos, outras instâncias menores começaram a se acumular em sua mente e sua magia começou a inchar ao seu redor mais uma vez como uma nuvem ameaçadora prevendo a tempestade que se aproximava.

As pessoas pelas quais ela passou ficaram em silêncio com sua aproximação, algumas delas olharam reflexivamente até sentirem a força de sua agitação e se afastaram.

Hector estava curvado sobre um livro, completamente afastado do mundo enquanto lia. Ele parecia cansado e estressado, e uma parte de Celestia notou distantemente que o garoto estava prestes a ter uma nova razão para se preocupar.

Celestia parou atrás dele, o olhar cravado na parte de trás de seu crânio.

Levou apenas alguns segundos para Hector perceber que algo estava errado – ou a pressão sufocante da magia de Celestia ou a queda repentina no ruído ambiente chamando sua atenção – porque ele olhou para cima com uma carranca perplexa.

Ele empalideceu quando seus olhos encontraram os dela.

- Precisamos conversar. -Celestia mantendo a voz baixa, apesar de querer gritar.

- Eu não -

- Não foi uma sugestão. Levanta. -Celestia não estendeu a mão e colocou o menino de pé; ela teve que cerrar os punhos para resistir à tentação porque não confiava em si mesma para não machucá-lo- Agora.

Hector ficou de pé, seus dedos embranquecendo com a força com que ele estava segurando seu livro. Eles tinham a atenção de todo o salão neste momento – até mesmo alguns dos professores estavam olhando preocupados. 

A hipocrisia deles só fez Celestia querer rosnar.

Ela se considerava sortuda por Dumbledore ainda não estar aqui. A última coisa com a qual ela queria lidar era com os olhos observadores daquele homem.

- Vamos. -ela disse girando nos calcanhares e indo para as portas. 

Ao se aproximar, ela percebeu os olhos de Orion de onde o menino estava perto da mesa da Sonserina e viu a satisfação brilhando ali.

Ela sabia que ele tinha um propósito para revelar aquilo, mas Celestia não podia se importar menos com o jogo que o garoto estava jogando agora. Ela tinha coisas mais importantes com que se preocupar do que os motivos de um menino de quatorze anos.

Os passos de Hector eram apenas um sussurro enquanto ele a seguia, quase abafados pelas vozes que irrompiam quando eles deixavam a sala cavernosa.

Celestia os guiou por vários corredores, não parando até que estivessem bem longe do Salão Principal e das rotas mais comuns. 

Esta não era uma conversa que ela queria que fosse interrompida.

Celestia abriu a primeira porta que viu e empurrou o queixo em uma ordem silenciosa. Com uma careta, Hector entrou na sala abandonada. Ele caminhou timidamente, os olhos examinando o espaço bastante pequeno nervosamente, disparando sobre as prateleiras empoeiradas.

A porta se fechou atrás deles com um baque surdo. Celestia pressionou a mão contra a madeira fria e lançou um feitiço abafador, garantindo a privacidade deles.

FRATURA ♟TOM RIDDLE (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora