Capítulo 55.

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*Hendrick Kavinsk*

Se houve um dia em que eu estive triste, eu realmente não me lembro.

Já fez duas semanas desde que eu e Júlia estávamos oficialmente noivos e juntos, sim juntos. E eu tenho que dizer, tudo estava perfeito! nós dois parecíamos dois coelhos desde quando fizemos as pazes, se há algum lugar da nossa casa que não tivemos transado, eu desconheço, sim, nossa casa. Estamos morando juntos em uma mansão do caralho. Estreamos todo o lugar da mansão, sério, eu estava em uma paz interior muito profunda. A mulher que eu amo me ama!

Mas eu ainda tinha um certo assunto para resolver.. hum, vocês sabem..

- Tem certeza que é aqui? - perguntei a Miguel.

Estávamos os três vestidos nos nossos ternos pretos de três peças e óculos de sol escuro quanto olhávamos para a casa a nossa frente.

- Eu não erraria, você sabe, foi fácil encontrar esse cara - diz e assentimos esperando o canalha sair de lá de dentro, Miguel olhou em seu relógio e sorriu ladino - já já ele sai daí, está quase na hora do seu trabalho.

Sim, nós viemos atrás do ex da Júlia. Eu não ia deixar isso barato, mas não ia mesmo. Ainda mais depois dela mesma me dizer que ele sumia e aparecia quando dava vontade, só de pensar que naquela vez em que ela esteve mal foi por causa desse verme eu sentia meu sangue ferver.

Assim que ele passou pela porta e nos viu, o homem ficou pálido e arregalou os olhos enquanto íamos até ele.

- Olha só, ainda bem que apareceu, já estávamos pensando que não estava em casa, estamos tão ansisos para bater um papo com você - digo apertando sua mão e o mesmo não diz nada por alguns segundos, ele coça a garganta e diz, ríspido:

- Não tenho o que falar com vocês, tenho que trabalhar e se quiserem um pouco do meu tempo, que marquem!

- Droga, eu avisei que devíamos ter agendado, o cara é muito importante - diz Miguel sarcástico e todos nós rimos na mesma hora.

- Parece que temos uma estrela aqui, pessoal - zombou Peter e rimos de novo, menos o homem na nossa frente.

- Não vai nos convidar para entrar? - arqueei a sobrancelha para o mesmo e vi seus punhos se fecharem - Eu se fosse você não faria isso, eu posso quebrar a sua cara sozinho, mas tá vendo o tamanho desse homem aqui do meu lado? - apontei para Peter que estava de braços cruzados rindo - se ele for bater em você, ele não vai parar até acabar com sua vida - apontei para Miguel- e se você não estiver convencido, temos esse aqui também, qualquer coisa soltamos ele em cima de você, e vai por mim, nosso cãozinho é bravo.

Os meninos riram mas Miguel logo se pronunciou.

- Vai se foder, cara. sou cachorro não!

- Acho que vocês não entenderam, eu.disse.que.não. - diz e damos de ombro nos olhando.

- Plano B? - perguntou Peter e assentimos.

Joguei seu corpo na mesa enquanto arrastava sua cara nela e torcia seu braço ouvindo o mesmo gritar, Miguel estava sentado em sua frente apenas observando a cena e sorrindo assim como Peter.

- O negócio é o seguinte, cara. Você vai deixar a minha noiva em paz, se você ousar procurar ela de novo e tentar agredi-la eu juro que eu volto e faço pior com você.

- Ela é só uma vadia de merda, não vale tanto esforço - diz ele e logo seu grito podia ser ouvido pelos cantos, quebrei seu braço. Isso é pouco pra quem bate em mulher.

- Se você não deixá-la em paz, eu vou espalhar toda a lavagem de dinheiro que você tá roubando da sua empresa, vai por mim, eu acabo com a sua carreira em um minuto, cara - diz Miguel e assentimos, mas ele já estava perdido na dor que estava sentindo.

- Eu vou deixar ela paz, eu prometo, cara - choramingou - me desculpa por tudo, é sério. Eu não vou mais procurar ela e nem dizer nada disso pra ninguém, só por favor me deixa ir.

- A gente deixa? - perguntou Peter e olhamos todos para cima como se estivéssemos pensando direito na proposta. Sorrimos e o larguei ajeitando meu terno que havia bagunçado quando lhe dei um soco na cara.

Saímos da casa como se nada tivesse acontecido e fomos em direção do carro.

- Vai entregar a papelada do que esse verme anda fazendo quando? - Perguntou Peter, afinal de contas ele merecia ser entregue, o cara é um canalha.

- Já foi entregue ao chefe dele antes de pisarmos aqui, amanhã ele vai ter outra surpresa - respondeu Miguel.

- Ótimo, ainda é pouco. - respondi.

- Tá muito cedo para tomar uma cerveja? - perguntou Miguel.

- Para ser sincero até eu quero, mas não vou ficar muito, quero ir pra casa fazer o jantar da minha noiva.

- Meu deus, você tá muito pau mandado, cara. - zombou Peter e dei de ombros.

Sou pau mandado mesmo, e vou continuar sendo enquanto essa mulher existir.

Dirigimos rumo ao bar para tomar alguns goles de cerveja e jogarmos conversa fora, eu me sentia bem demais, completamente resolvido. A cada dia que passava meu amor por Maria Júlia só aumentava, eu ainda acompanhava ela nas suas sessões de terapia, não só pelo que houve com seu ex-chefe, ela começou a tratar sobre todos os seus traumas de uma vez por todas e eu estava super feliz por ela, ela merecia isso demais.

E falando no miserável do ex-chefe dela, o mesmo foi preso assim como todos os outros que o ajudavam nisso, ele vai ficar preso em cárcere privado por dez anos. Eu ainda achei pouco pra tudo que ele fez, mas acho difícil ele sobreviver lá dentro. No dia da audiência a Júlia estava muita tensa e nervosa e quando viu Gustavo, foi como se tivesse voltado ao dia em que aconteceu aquilo, mas fiquei ao seu lado o tempo todo tentando acalmá-la e cuidando dela para que ela ficasse bem e me segurando para não acabar o que eu tinha começado.

- Acho que somos uns sortudos - digo sentado na mesa do bar junto de meus irmãos.

- Por que exatamente? - perguntou Peter.

- Por que será? por termos essas mulheres com a gente, gênio - diz Miguel e vi Peter respirar fundo, era como se por um momento ele tivesse ido para outro lugar, viajando na imensidão da sua mente.

- Você devia conversar com ela - digo.

- Verdade, nem que seja só para ela te ouvir pedir desculpas um milhão de vezes, você não quer voltar né?

- Não quero, Miguel. Não sou estável, vocês sabem disso, mas eu sinto muita falta dela.

- Então tenta ser ao menos amigo dela mano - digo - é sério, quem sabe quando você se resolver você descobre que ama ela.

- Hum - é só o que ele diz, baixinho.

- Deixa de ser bunda mole e vai conversar com ela - diz Miguel.

- Ela não me atende e nem responde as minhas mensagens, ela me odeia real - antes que pudéssemos dizer algo, ele interrompeu - por favor não digam com razão.

Sorrimos levantando a mão em forma de rendição para o mesmo que nos olhava sério.

- Ainda bem que eu tenho vocês - diz e o clima muda na mesma hora.

- Você sempre nos terá. - digo.

- É cara, somos as três mosqueteiras, lembra? uma por todas e todas por uma - Miguel diz e gargalhamos alto.

Nós ainda tínhamos nossa sessão de barbie todas as sextas-feiras, acho que isso nunca irá mudar.. Somos completamente unidos e acho que seríamos capazes de muita coisa um pelo outro, afinal de contas, somos irmãos.

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Boa leitura! ❤

Meu verdadeiro amor - Livro 1 da saga: Os cavalheiros Onde histórias criam vida. Descubra agora