Capítulo 1 - Mudanças

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Dias atuais

Nova York

                          Acordei com um mau pressentimento hoje. Talvez por influência desse tempo atípico em Nova York. Arm está em minha mente, mas liguei na casa dele e só o tio Khorn está por lá, ninguém mais voltou do escritório, segundo Ming. O tio estava cuidando da flores na estufa, não deixei mexer com ele, ligo depois.

                        Saí para minha caminhada pelo Central Park, hoje sem mamãe, ela e papai virão mais tarde. Meu sentimento de angústia aperta mais. Vou esperar um horário razoável e ligar.

                        Assim que entrei no escritório da Companhia, meu celular tocou. Soube sem ver quem era que teria notícias de Arm.  Porsche me ligou para dizer que Arm continua com a loucura de ser o guarda pessoal de Big. Está vindo para Nova York.

                       Não sei como ele está. Tem meses que não me liga e sinceramente parece ter se distanciado ainda mais de mim e de todos, mesmo que viva o tio Khorn.

                      Porsche me disse tudo o que preciso saber. Seu serviço de informação é quase tão bom quanto o de Pete e Vegas.

                       Porsche disse que devo ir ver os negócios de meus dois pais em janeiro e explicou que é quando Arm volta de sua estadia aqui. Tinha estranhado porque as Assembleias de acionistas são em julho e dezembro. Mas se tenho que ficar de olho no Arm, vou esperar janeiro feliz.

                      Ruim mesmo vai ser enganar mamãe para justificar Arm aqui e não ficar em seu quarto, em nossa casa.

                       Uma coisa me diz que devo esperar uma ligação de meu irmão de alma. Porsche se despede recomendando mãe e pai e eu dizendo-lhe para amar o sogro dele. Rimos e desligamos. As memórias todas voltando...

Arm e eu nos separamos oito anos depois de sermos adotados. Por oito anos vivemos felizes em família.

                        No aeroporto, o agora universitário precoce que eu era, recém-saído do Matthayom, sorriu em lágrimas olhando os meus primos, meus irmãos e meu amigo-irmão.

                        Desde que papai contou de seu desejo de ter uma empresa e meu outro pai soube, nossa vida se transformou porque com eles, sócio na nova TR Security Internacional, quase não tínhamos a companhia deles. Foram dois anos assim. Até que tudo se ajustou.

                       Doze anos atrás eles tiveram problema com a filial daqui e como eu tinha prestado o NET e alguém disse que fazer uma faculdade fora era uma de minhas possibilidades, acabamos tendo que vir morar aqui.

                         Lembro de tudo o que senti...

Doze anos antes

                      Estou partindo. Sem Arm...

                     Deixo para trás toda a minha história dos últimos oito anos e levo a de meus amigos comigo.   Pete, meu primo, chora nos braços da vovó. Ele foi com quem menos vivi. Papai só descobriu ser o filho perdido de vovó quando fomos todos viver uns anos em Chiang Mai.

                     Tio Khorn divide agora seu tempo entre Bangkok e a sua terra natal. E lá descobrimos esses laços.  Pete é tão lindinho. Parece um peluche. Seu sorriso, banhado em lágrimas me desejando felicidades na nova vida, me nutre.

O Fruto Proibido  1                                 #BigArmOnde histórias criam vida. Descubra agora