FRATURA ♟TOM RIDDLE (+18)

023

Sebastian deixou cair o último de seus livros em sua mala. Ele ficou ao lado de sua cama, dedos tamborilando agitados em sua coxa, então suspirou pesadamente pelo nariz.

Ele não podia acreditar que eles estavam fechando Hogwarts.

Em um nível puramente lógico, ele entendia por que eles estavam, e ele podia até admitir que apreciava a forte reação, mas ainda parecia errado.

Hogwarts sempre foi intocável, um farol de segurança no mundo que foi forjado com o caos. Suas paredes carregavam a promessa de proteção por séculos, e Sebastian sentiu como se seus últimos resquícios de ingenuidade tivessem sido destruídos por essa violação.

Se algum lugar estava fora dos limites da guerra, deveria ter sido aqui.

Ele cerrou os dentes, olhando para a parede de pedra de seu quarto enquanto a raiva crescia dentro dele; uma fera cuspidora e feroz que não queria nada mais do que arruinar alguma coisa.

Punhos bateram contra a porta, tirando-o de seus pensamentos sombrios.

Ele olhou por cima do ombro para ver Riddle parado na abertura; o outro garoto o observava clinicamente. 

Riddle sempre foi capaz de ver através das melhores máscaras, cortando sob a pele das pessoas com uma precisão única e totalmente antinatural, então Sebastian não se preocupou em esconder seu aborrecimento.

Ele não estava com disposição para jogos agora.

- Quase pronto? -Riddle perguntou depois de ter encontrado o que procurava na expressão de Sebastian.

- Sim. -ele respondeu brevemente, mandíbula rígida de quão firmemente ele estava apertando.

Riddle assentiu, então entrou no quarto e fechou a porta atrás dele. 

O som do trinco deslizando no lugar foi áspero e alto, e Sebastian se irritou com a arrogância do gesto. Ele se virou para encarar seu companheiro de casa, cruzando os braços e reprimindo o fio de desconforto que sempre sentia quando estava sozinho com Riddle.

- Você precisa de algo? -ele perguntou quando o outro parou ao lado da mesa vazia de Sebastian. Dedos longos e pálidos correram ao longo da borda, o toque inocente e ainda de alguma forma possessivo.

Sebastian abriu a boca para perguntar novamente apenas para fechá-la quando Riddle, fácil como qualquer coisa, pulou em cima de sua mesa e ficou sentado lá, suas pernas chutando no ar preguiçosamente. Aqueles olhos escuros eram curiosos e intensos enquanto ele olhava para a estante vazia.

Ele esperou por um momento para ver se o outro garoto diria alguma coisa, então voltou para seu malão com uma bufada quando nenhuma resposta foi dada. Ele tinha visto Riddle ficar assim ao longo dos anos – momentos em que ele ficava preso em sua própria cabeça, ruminando e teorizando, separando as coisas até que ele as conhecesse profundamente.

Normalmente acontecia em torno dos exames, mas dada a situação atual, Sebastian sabia que não era o trabalho escolar que tinha capturado Riddle tanto.

Três sugestões do que aconteceu, ele pensou ferozmente, fechando a mala. Ele apoiou as mãos na tampa, apoiando seu peso sobre ela enquanto respirava fundo. Agora não era hora de perder a calma, não importa o quão perto do limite ele se sentiu desde o ataque.

Já fazia quase uma semana, e os dias estavam cheios de incerteza e medo à medida que as investigações e entrevistas se arrastavam. Quase uma semana desde que Orion foi empacotado e enviado para Saint Mungus junto com Jones.

Sebastian passou a maior parte de sua vida cuidando de Orion de uma forma ou de outra, e eles raramente passavam mais do que alguns dias sem se ver ou escrever um para o outro. Ser incapaz de falar com seu amigo mais antigo era uma restrição que ele nunca havia experimentado antes.