• Capítulo 18 •

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Luana: Boa noite, gente. - digo abrindo a porta da casa da minha tia, já colocando o bebê conforto do Miguel no chão.

Esse garoto ta todo manhoso agora, não sei o que deu nele, sério. Ele não tá chorando, mas fica resmungando e fazendo bico, parece que tá incomodadinho com alguma coisa. Por isso pego ele do bebê conforto, beijando sua bochecha gorda, percebendo que isso já o acalma um pouco.

Deve ser carência, tá querendo ficar de dengo no colo recebendo atenção, em vez de ficar no bebê conforto.

Vera: Minha neta, você fica cada dia mais linda! - sorrio para minha vó que vem me abraçar.

Luana: E a senhora está cada dia mais nova, que disposição.

Vera: Aí meu Deus, ele é ainda mais fofo pessoalmente. - já vai pegando o Miguel do meu colo, que vai de bom gosto pro colo dela - Vem cá na bisavó, meu amor.

Sorrio vendo os dois, sentindo uma sensação gostosinha dentro de mim. Eu amo dona Vera e a tia Carmen, elas são incríveis, mesmo que o nosso contanto não seja tão grande por causa dos meus pais.

Carmen e Ivana sempre foram brigadas, nunca entendi muito bem o porque, já que nenhuma das duas nunca me contaram, só sei que não se dão, apenas tentam se respeitar. Então meus pais passaram a minha vida toda tentando me convencer de que minha vó e minha tia são umas loucas e não são boas influências para mim.

Carmen: Eu te comprimento em dois segundos minha sobrinha, só quero saber porque não me avisou que traria um príncipe para jantar com a gente. - estreita os olhos para o Falcão, que ri todo sem graça.

Ele tá parado atrás de mim desde que entramos, quieto e duro, parecendo uma tábua, sério. Não foi ele que quis porque quis vir? Agora que aguente! Então mesmo sem graça, ele deixa uma mão na minha cintura e estende a outra sem sair de trás de mim.

Falcão: Henrique, pô, não fala assim que eu fico sem jeito. - brinca, tirando um sorriso dela.

Vera: Deixa de frescura garoto, da um abraço aqui! - puxa seu braço com força, quase me levando junto quando ele sai de trás de mim.

Minha vó beija estalado cada lado do rosto, me fazendo rir.

Carmen: É um prazer te conhecer, Henrique. - diz menos emocionada que a minha vó, mas está me olhando de um jeito que deixa claro que tem muitas perguntas.

Reviro os olhos sorrindo de lado e aceito quando a minha tia finalmente vem me cumprimentar com um abraço, sabendo que uma hora serei intimada para responder todas as perguntas das curiosas.

Nunca trouxe ninguém em casa, sempre fui mais reservada em contar esse tipo de coisa pra família porque vai que não dá certo, sabe? Sei lá, já tive muitos ficantes, mas sempre que as duas perguntavam eu só dizia que não ia dar em nada.

Mas eu sinto que não vou conseguir dizer o mesmo quando me perguntem sobre o Falcão. O que eu vou dizer? Nós não namoramos, nunca nem ficamos, então qual vai ser o meu motivo para ter trazido ele junto em um jantar de família?

Carmen: Ganhou na loteria, sobrinha! Que cara mais gostoso, com todo o respeito. - sussurra só para eu ouvir e eu nego com a cabeça envergonhada.

Olho de canto para Falcão enquanto andamos em direção a cozinha, o vendo um pouco mais relaxado, mesmo que esteja um pouco sem graça. Não estou acostumada a ver ele assim, por ser sempre tão desbocado e sem noção, mas não consigo não o achar fofo todo sem jeito.

Me sento em uma cadeira da mesa de jantar, vendo Falcão sentar na livre do meu lado e noto que vai acabar faltando um lugar. Merda, eu deveria ter ligado antes e avisado que eu traria alguém, mas foi tudo tão rápido que nem me passou pela cabeça.

Falcão: Se falta lugar, cê senta no meu colo, pô. - percebendo o mesmo que eu, ele sussurra no meu ouvido e eu reviro os olhos sorrindo de lado.

Falcão acomoda o corpo na cadeira e deixa o braço apoiado na minha cadeira, me fazendo deixar o corpo um pouco inclinado na sua direção também. Apoio o cotovelo na mesa e meu queixo já mão, olhando para os pares de olhos que nos encaram sem nem piscar.

Carmen: Então... se conhecem a muito tempo?

Vera: Ela quer saber a quanto tempo estão juntos. - se intromete e eu arregalo os olhos - E eu também, podem ir contando tudo.

Luana: A gente não...

Falcão: Pouco tempo, estamos juntos faz um mês. - fala por cima, sorrindo.

Olho pra cara de cachorro sem vergonha que ele tem, só querendo estragar esse rostinho bonito. Sério que ele tinha que encher elas de esperança? Nós nem nos conhecemos a um mês, quem dirá namorar!

Carmen: E você já está aqui em casa? - da um sorriso enorme - A Luana sempre demorou meses pra contar alguma coisa pra nós, essa garota é um túmulo!

Falcão: Fazer o que, fiz ela se apaixonar de cara e agora tamo aí. - da de ombros todo convencido e eu o fuzilo com o olhar.

Luana: Fez eu me apaixonar? Me erra, garoto! - digo puta e ele ri, me dando um beijo no nariz.

Falcão: Cê também fez eu me apaixonar, não precisa ficar brava, meu amor.

Reviro os olhos e bufo, mesmo que essa brincadeira dele tenha feito meu coração palpitar e meu estômago revirar. Seu sorriso me afeta de um jeito preocupante, o que não ajuda na minha situação de desespero atual.

Eu estou prestes a ter um surto interno, quando ouço a porta da frente abrindo e fechando. Todos nós olhamos para a mesma, vendo meu pai e minha mãe entrando na casa e vindo até nós.

Ivana: Quem é você? - pergunta olhando Falcão de cima abaixo, fazendo questão de demostrar seu nojo em uma careta.

Luana: Desculpa. - sussurro para ele, sabendo que a partir daqui, é só ladeira abaixo.

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora