Reencontro

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Notas do autor: faz muito tempo que eu não escrevia nada, então qualquer erro tanto ortográfico quanto de narrativa me dê um desconto kkkk, eu só estava sofrendo com a falta de conteudo Dangal ,_,

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....Ki...an...

....Kian....

KIAN.....

KIAN!!!

Um choque pulsou por todo seu corpo e em um anseio, quase pulou da maca onde estava, levantando apenas o torso sobre a mesma, ofegante em desespero, não era um pesadelo, não, tinha presenciado aquilo, tudo que tinha desmoronando bem a sua frente sem poder fazer nada, mas seus pensamentos logo foram interrompidos pela dor aguda que sentia na base do estômago, era indescritível, quase implacável tamanha dor, sua visão estava turva, talvez fosse a falta de um dos olhos e o cabelo escuro e longo que estava grudado em seu rosto úmido do suor e calafiros que parecia estar tendo ao longo de dias desacordado
—o-onde eu estou?— a sua visão ainda estava se acostumando com o contraste da luz que estava bem acima de sua cabeça e o resto do cômodo escuro coberto de ladrilhos brancos que mais parecia com uma pequena sala hospitalar

Uma outra voz se opôs —Estava tendo um pesadelo?— o rapaz ainda tonto sentiu um leve susto ao perceber que havia mais alguém no quarto, principalmente pois aquela voz lhe era familiar, mal conseguia manter-se sentado, então lentamente foi se deitando sobre a maca ainda com muita dor, tentava olhar para o lado mas apesar de ser "cego" a muitos anos, mal conseguia ver seus arredores, via apenas mechas de um cabelo dourado que cintilava contra a luz do teto, poderia reconhece-los em qualquer lugar, as orbitas negras do rapaz que estava sentado ao seu lado não desgrudavam um segundo se quer do livro que estava folheando

—Que lugar é esse, o que aconteceu...— foi interrompido por uma tosse forte devido ao seu movimento brusco anterior -Porque você tá aqui?

—Sr.Verissimo me pediu pra ficar de olho em você- Disse o loiro em um tom monótono, nem sequer parecia estar interessado no seu familiar recém chegado —e acho que você sabe o que aconteceu, estava sonhando isso agora pelo visto, aliás, você está na enfermaria da ordem

—E pelo visto eu tenho uma babá exclusiva- claro que o moreno, por pior que estivesse não perderia a chance de zombar, afinal aquele era o mesmo Gaspar, que ele sempre azucrinou na adolescência —pra que me vigiar? Eu nem sou uma ameaça pra ninguém nesse estado

—Não é por você ser uma ameaça, bem pelo contrário, estou aqui mais porque todos aqui querem te ver morto— a visão turva estava melhorando, e pode ver que sutilmente o loiro passava os dedos contra o próprio cabelo, colocando-os atrás de sua sua orelha pontiaguda, enquanto passava pra uma próxima página

—então porque me salvou? Se tantos me querem morto- a dor pulsante em quase todo o seu corpo forçava-o a fechar os olhos, e tambem aquela maldita luz era muito forte

—Tivemos uma escolha, salvar você ou não, e apesar de toda equipe discordar o Arthur e eu optamos pela primeira opção— o loiro ajeitava suas costas contra a cadeira, já havia perdido as horas de quanto tempo estava ali, e mesmo que a base da ordem nunca fique vazia, aquele horário estava bem menos movimentado, não tinha nada melhor pra fazer além do livro em suas mãos

—Hah, Que fofo me ajudando mesmo me odiando, igual no orfanato— riu seguido de um suspiro quase de alívio, o coração bom daquele garoto era enjoativo, além disso sabia muito bem que ele se irritava fácil com suas provocações, quem sabe ele não fala um pouco mais estando irritado

—Porém aquele Gal que eu conheci no orfanato morreu naquele incêndio, assim como o Gaspar que eu era...—Dante se ergueu, fechando o livro que estava em suas mãos ajeitando suas vestes, não estava com sua camisa e tecido branco ao redor do corpo como de costume, apenas uma camisa social branca de botões e um calça jeans mas mantendo seu broche com sua marca —é bom você descansar, seja la com o que o Kian te apunhalou, não está cicatrizando, não importa o que a gente teste— levantou o livro em sua mão, era uma lista de rituais conhecidos pela ordem —nada funciona, além disso, agora que você acordou, acho que o Arhutr e o Verissimo vão querer te ver amanhã, esteja preparado

—Vai me deixar sozinho no covil dos leões? A não, desculpa, esqueci que quase todos os gatinhos morreram— suas pálpebras estavam semi-cerradas por conta da luz e do cansaço, e porque haviam várias faixas e curativos em seu rosto incluindo na cavidade ocular agora vazia em seu rosto, podia sentir que tinha mais daquelas pelo seu corpo mas sabia que iria perder a conta se fosse prestar atenção em quantos ferimentos tinha, apesar de saber que era extremamente poderoso paranomalmente, alguma coisa estava errada, não sentia melhora nenhuma, isso querendo ou não, o assustava, mas é claro que não iria deixar isso transparecer, ainda mais pro Gasparzinho —além disso, você mesmo disse que queriam minha cabeça em uma bandeja de prata

Com seu livro de baixo do braço, caminhou até o outro lado da maca, dando a entender que iria embora sem lhe dar uma resposta, porém parou, ainda de costas pro rapaz em que apenas a existência dele trazia memórias de um passado doloroso —A ordem está mais vazia esse horário, era só uma precaução e uma oportunidade de testar uns rituais nesse ferimento estranho— continuava dizendo sem olhar para o enfermo, apenas se voltando para um vaso de flores murchas ao lado da maca, tocando-as delicadamente para que não esfarelassem —um dos nossos se machucou com isso também, ela está melhor agora mas...se algo assim acontecer de novo, quero saber como ajudar

Uma sensação de desespero, raiva, angustia, tristeza, tudo confuso em um turbilhão tomou conta da mente de Gal naquele momento, era uma pergunta, na qual tinha medo da resposta, ou da falta dela —onde o Kian está?

—Eu não posso te dar essa informação, descanse— virou-se bruscamente e sem uma resposta, Dante não parecia irritado mesmo tendo motivos pra isso, apenas quis evitar o assunto que provavelmente foi uma ordem do Verissimo para não comentar sobre

—Boa noite Gasparzinho— disse em um tom meio embriagado, que talvez fosse a dor ou o excesso de remédios e rituais que estavam tentando mantê-lo vivo, ou apenas a zombaria que estava acostumado a fazer

Sem um resposta, viu aquele homem loiro que agora, lembrava bem vagamente o Gaspar que era, ele estava certo, tanto Gal quanto Gaspar, quanto todas as outras crianças morreram naquele dia, seguindo por caminhos perigosos e traiçoeiros, confiando sua vida em um Deus falso, a preço de uma promessa mentirosa assim como seu semblante de Leonardo que antes todos amavam, tudo que ambos amaram foi tomado deles, desde esposa e filho, assim como seus irmãos e irmãs que se tornaram escriptas, mortos como se fossem vermes.

Até onde sabia, de todas as crianças daquele orfanato, apenas Dante e Gal sobreviveram, um frágil elo que ainda unia os dois.

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⏰ Última atualização: Jul 16, 2022 ⏰

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