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Capítulo 3

Alice

Antes que eu possa realizar o que desejo e respirar aliviada sou impedida por Mile que puxa o meu braço afastando-me de meu objetivo. Minha irritação aumenta, pois sinto que minha melhor amiga é a culpada por tudo isso. Não a deixo começar a falar ao invés disso, falo o que me vem à mente.

— O Henrique é um idiota, não me peça mais para estar no mesmo lugar que ele – ordeno com raiva.

Seus olhos se arregalam enquanto me observam, não sei se já me viu tão nervosa, neste momento só consigo sentir raiva.

— Amiga o que ele fez com você? – indaga preocupada.

— Ele é um inescrupuloso, sem noção e eu claramente o odeio não desejo estar no mesmo lugar que ele de forma nenhuma – exclamo.

Milene observa-me, sua preocupação é palpável, mas no momento eu não me importo só quero que a minha solicitação seja respeitada e que eu não precise tão cedo estar no mesmo lugar que ele.

Inicialmente não ouço um único som, parece que seu surto foi tão grande que parou de respirar, ainda me sentindo nervosa sento-me em um banco que está próximo a nós e tento normalizar meus batimentos que estão mais fortes desde que ele sentou ao meu lado na lanchonete.

— Ali, vamos falar sobre isso em outro momento, você sabe que o que me pede é impossível, ele é meu namorado e você minha melhor amiga, sempre estaremos juntos – diz de forma delicada.

Sinto-me completamente contrariada, sei que ela está certa, no entanto eu tinha esperanças de que minhas vontades fossem respeitadas, entretanto isso seria pedir demais para ela.

— No fundo eu sei disso Mile, mas ele me detesta e sempre me provoca, não gosto de ficar perto dele – assumo e ela me abraça.

— Eu sei como é isso, no entanto não posso deixar de pedir que tenha mais paciência com ele, prometo que tentarei ser uma amiga melhor e mais presente – suplica e acaricia minha mão.

Sinto-me entristecer, ela sempre foi uma boa amiga para mim e agora estou aqui como uma garota mimada pedindo para que escolhe entre eu e seu namorado, é claro que tenho que ceder, isso seria uma escolha injusta.

Sinto-me envergonhada, minha raiva começa a sumir aumentando ainda mais o constrangimento que parece invadir-me completamente, neste momento começo a me sentir uma péssima amiga.

— Acho que estou exagerando – murmuro e um sorriso grande forma-se em seu rosto.

— É isso mesmo, um pequeno exagero de sua parte, mas eu a perdoo. Nós somos melhores amigas e eu jamais ficaria com raiva de você – assegura.

Sorrio percebendo como ela é generosa, consegue ser tão paciente que em muitos momentos sinto que é mais do que uma amiga para mim, poderia ser facilmente confundida com uma irmã e eu realmente gostaria que fosse minha irmã.

— Mile, você é tão compreensiva – digo e ela se senta ao meu lado.

— Sempre serei compreensiva com você, nós somos como irmãs – exclama e me abraça.

Retribuo o abraço sentindo-me melhor, ela consegue fazer com que todos os problemas se tornem pequenos demais acredito que isto é um dom que apenas ela possui.

— Agora vamos falar de coisas boa, o que acha do Théo? – questiona empolgada.

Eu a encaro por um tempo e logo começo a rir, acho sua pergunta estranha já que parece óbvio tudo o que qualquer pessoa acha dele, posso dizer que ele não é uma pessoa de muitas interpretações, é fácil saber quem ele é.