Parte 4

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Ideia Cruel
Alicia

Depois do estranho sonho que tive com o Doutor Lima, comecei a acreditar que ele era uma ameaça a minha existência. Provavelmente como um dos meus exs, não passava de outro “anjo” que viera para me exterminar, por causa da destruição do templo da IURD.
Aquela mensagem do meu subconsciente era um sinal enviado por meu pai, e não podia ignorá-la. Por isso iniciei um plano com a ajuda das minhas amigas Ramona, Stephanie Thamara, e Lisbeth. As três mosqueteiras de quem sou a D'Artagnan que fariam o quê precisasse, sem que soubessem que planejava matá-lo, e estava indo contra as regras do Benfeitor.
Ele nem me disse porquê queria manter o doutor vivo, ou o quê o tornava tão especial, só deixou claro que se tentasse algo contra a vida de Jonas Bacchetti Lima, haveriam consequências graves para mim. Mas como sou a queridinha, duvido que vá me machucar de verdade, pois quando souber do sinal, entenderá que se tratava de um caso de sobrevivência.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pesquise
Jonas

Só esta manhã pelo menos três dos meus sete pacientes relataram temores noturnos, relacionados a Regina. Era bem mais fácil não me aproximar dela quando falava-se menos em seu nome.
 Precisei me focar no trabalho, e percebi que era o único que andava a ter bons sonhos com ela. Até quem não era sua amiga, vinha me falar que a dama aparecia no canto das camas deles, revirava os olhos, e eles agonizavam de acordo com os seus “pecados”.
Regina era como uma lenda sombria dos corredores de Santa Maria, aquela que vinha aos quartos para relembrar os pacientes dos crimes que cometeram para acabarem presos ali.
De acordo com todos ela entrava nos cômodos a 00:00, e se você tinha ferido um cachorro chutando-lhe a costela, a dama de cabelos negros, a cruel rainha dos pesadelos, fazia o mesmo com você em seus sonhos, e quando acordava trazia a marca real de onde ela o atingiu.
Não conseguia acreditar numa palavra do quê me disseram. Mas para não ofendê-los com minhas crenças pessoais, decidi conversar com a administração do hospital para pegar alguns arquivos sobre a paciente n° 13 e provar que ela era apenas uma humana que não podia atormentá-los.
 Contudo como ela era protegida do principal doador que mantinha o prédio em pé nada me deram. Isso me frustrou. No fundo também queria saber mais sobre Regina d’ell Martini ou devo dizer “Regina d’ell incúbo” por causa da sua atual fama?
 Retornei a minha sala, e quando entrei, encontrei um estranho bilhete vermelho que deixaram na mesa com o nome “Alicia Amato.” E a palavra “Pesquise”.
 
 
 
 
Emboscada
Alicia

Cada paciente que consegui trazer para o meu lado, serviu ao seu propósito. O Doutor Lima nem desconfia que estou prestes a eliminá-lo. Graças a insistência do Doutor Armando, agora sei exatamente cada item da sua rotina, e assim posso assegurar que há uma janela de tempo perfeita para dá o bote. Pois antes que ele me mate eu o farei.
Eram 19 horas quando todos foram dormir, e o loiro ficou trancado no consultório, como tinha o meu passe livre, sai do meu quarto. Ele nem precisava me ver. Bastava chegar perto o suficiente para sentir seus elétrons e reverter a sua polaridade para influenciar seu corpo e eliminá-lo.
A porta se abriu e por impulso me escondi. Não era o Jonas que estava no consultório. Mas duas médicas que claramente apoiavam o feminismo e estavam a discutir sobre algo.
Tive de me aproximar para ouvir melhor, e quando cheguei o mais perto que podia, senti a presença de outra pessoa junto a mim. No primeiro momento pensei que poderia ser um fantasma do tipo Poltergeist.
 Todavia ao ver os fiapos loiros em meio a penumbra parcial soube que meu acompanhante era um ser vivo, e pior do quê um espírito, tratava-se de um humano. A fresta se expandiu, e por pouco o médico não nos entregou. Por impulso me joguei para trás, colocando minha mão em sua boca.

_Ramona Santos pode morrer.

Ouvi por conta da exaltação de uma delas, e com muito cuidado, me movi, puxando Jonas pelo braço como se ele fosse uma criança,  enquanto dava a volta para vê-las melhor. Se meu celular estivesse comigo gravaria um vídeo para jogar nas redes sociais e estas duas não sairiam impunes.

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