Parte 10

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Os 2 saberes
Jonas.

Já se passaram dois meses desde a primeira consulta que fiz com Alicia e a verdade é que acho que estou ficando louco. Ela me fala de um mundo totalmente diferente do quê aprendi a acreditar. No qual a ideia de que há outra dimensão por trás da nossa se aplica, e que embora seja sábio entender Como os fenômenos acontecem, é importante também entender o Porquê de tais eventos, ou seja a Metafísica está certa, mas o Positivismo é apenas um estudo incompleto aparentemente.
Reunir seus dados para seita “A Grande Cúpula” é fácil em comparação a ter estudar sobre os seus preceitos com a minha guia que adora criticar a ciência, dizendo que há dois tipos de saberes científicos: O Profano, os que eu e a massa acreditamos como se fosse a verdade absoluta, e o Sagrado os que ela e os membros de algumas ordens aceitam como conhecimentos mutáveis.
Para Alicia, a Ciência profana, é como a água de um cantil que sacia a sede depois de dias no deserto. Mas a Sagrada e Oculta, é como o rio que pode destruir esse deserto, provendo água para todos que necessitam dela.
Eu tentei refutar a teoria, dizendo que se o rio destruísse esse deserto iria acabar com o ecossistema que se adaptou a tais condições, porém a sabichona falou que se as criaturas se adaptaram uma vez, poderiam fazê-lo de novo, principalmente porquê a seleção natural iria interferir a favor dos mais aptos.
 É a minha paciente e professora de ocultismo teve aulas de biologia antes de surtar, e eu sou obrigado a aturar suas opiniões, pois já que Armando está morto, sou seu principal responsável dentro de Santa Maria. Eu não acredito em Deus, mas se acreditasse, lhe pediria paciência pois se me desse forças, eu a esganava.
 
 
 
 
 
 
Viagem Astral
Alicia

 
Digo e Repito: Jonas Lima é um péssimo substituto para Armando Oliveira. Ele não só não entende a filosofia da Grande Cúpula, como tenta refutar tudo o quê aprendemos sempre que tento lhe ensinar sobre como a sociedade realmente funciona. Se o Benfeitor não fizesse tanta questão dele, eu o matava. Mas como não posso, decido levá-lo ao único lugar em que terá de encarar os fatos, o Mundo Astral.

_Acorde.

O cutuco, e o mesmo levanta sua cabeça com os olhos sonolentos. Aparentemente estava escrevendo uma declaração patética sobre ser um esquizofrênico que precisava ser tratado e não podia mais exercer suas atividades como médico. O quê me faz revirar os olhos.
 
_Alicia? O quê foi agora? Vai me falar que o roteiro dos Monstros S/A é baseado numa história real?
 
_Deixa de ser bobo. É claro que é. Mas isso não vem ao caso. Se levante.
 
_Certo... Meu Deus eu tô morto! Não. É impossível! A única pessoa que quer me matar é você! E se está aqui, como nós dois fomos assassinados?!

Ele grita ao ver que seu corpo continua a dormir sob a mesa do seu escritório, e de novo revolvo minha íris até os céus. Então seguro no seu ombro, e quando ele vira para mim, minha mão atravessa-lhe o peito, e trago seu coração na minha palma.
 
_Ai! Isso dói Alicia!
 
Sério fofo? Nunca imaginei isso.
 
_Não estamos mortos mas sim no mundo astral, onde as regras metafísicas se aplicam melhor do quê o positivismo manco. Portanto pode fazer tudo o quê não é possível no mundo físico.

Digo movendo os meus dedos e devolvendo o aspecto natural de sua estrutura. Foi prazeroso brincar com sua imitação de vida. Mas não estou aqui para me divertir, e sim lhe mostrar sobre um dos mundos além da Terra, para que esteja preparado para a iniciação na semana que vem.
 
_Então como somos a pior dupla do mundo, e claramente nos odiamos, eu sugiro realizar uma terapia violenta, para nos acertarmos antes que a gente se mate no mundo real.

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