Parte 12

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O coliseu

Alicia


O quê está acontecendo? Eu estou viva ou morta? Onde estão as linhas de sangue que jorraram do meu pescoço? Isto tudo é real ou uma projeção astral? Me pergunto quando desperto no centro de um coliseu, repleto de cravos e rosas que estão na plateia, com suas máscaras de ossos , e o ímpeto de ávidos espectadores que aguardam por um grande espetáculo.
Fico tão focada em quem me assiste que, por um segundo esqueço de verificar minha vestimenta, e quando me levanto percebo que estou com um extravagante vestido vermelho cuja a barra aparenta ser inspirada nas pétalas das rosas e, brilha sob o reflexo da pouca luz.
Então alguém de branco se aproxima e ergue uma bandeja, onde se encontra o crânio de uma ovelha e um bode. O quê me deixa intrigada ao ponto de ficar desconfiada. Porém por conhecer os rituais da ordem, ergo minha mão em rumo ao caprino.
Só que para a minha surpresa, o membro balança sua cabeça, negando, e aponta para a marca escarlate na testa do carneiro, me obrigando a vestir os ossos do cordeiro.
O quê me leva a revirar os olhos, e torcer para que essa palhaçada acabe logo. Sério? Ovelha ? Suspiro furiosa, e em seguida outro membro da ordem aparece com uma jarra de prata e dois cálices que aumentam a minha desconfiança.

_Beba.

Ouço uma voz imponente provindo das sombras, e por reconhecer a quem pertence, olho temerosa para a bebida.

_Não tema. Este não é o mundo real.

O som ecoa e em seguida mais um cravo coberto de branco surge diante de mim. Só que ao contrário dos outros, a sua máscara ossuda me deixa em alerta, pois ele é o único que está escondido pelo rosto mórbido do bode.

_Benfeitor ?

_Sim.

_O quê está acontecendo aqui? Por quê me mataram?

_São perguntas que só o tempo poderá responder. Mas te asseguro que não há motivos para se preocupar.

Ele diz descendo seu indicador pelo profundo decote da minha roupa, e sinto calafrios tão fortes que dou um passo largo para trás.

_O quê está fazendo?!

Digo ainda tomada pelo ímpeto de proteger a minha honra, e o mesmo me agarra pela cintura, me puxando para o seu peito, enquanto coloca o meu cabelo para trás, expondo a minha orelha.

_Este é um mundo de fantasias Regina. Portanto não preciso me conter e nem você.

_O quê?

_Me diga se não gostar disso...

Ele diz ao levantar a proteção de modo que só minha boca fica visível, e meu coração dispara por causa da adrenalina que se eleva, quando repete o ato consigo mesmo, e aproxima sua face da minha.

_Da outra vez estava inconsciente e foi detestável. Por isso espero que seja melhor agora.

_Como é...?

Tento argumentar e a boca dele avança na minha, fazendo-me sentir o gosto de menta que me entorpece por segundos, me levando a retribui-lo sem querer. Agora entendo porquê é tido como o Diabo.

_Bal...

Tento dizer, só que ele me beija novamente, e todo o meu juízo outra vez some, deixando-me a sua mercê, apenas para ser persuadida a tomar o liquido que se encontra na taça.

_Confie em mim. Sua noite será ainda melhor depois que o fizer. Lembre-se que nada aqui é parte do mundo concreto. Então sinta-se livre para conhecer os prazeres proibidos que não tem acesso naquilo que chama
de "vida real".

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