Parte 16

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O CAMINHO
Jonas
Alicia continuou calada depois que confessei que ia sair de Santa Maria, ela não parecia gostar da ideia de quê ficaria longe. Mas isso me fez sentir mais prazer do quê compaixão. Afinal foi a própria Regina D'ell Incubo que me excluiu dos seus cálculos românticos. Pego uma das garrafas para beber, esse pessoal da GRAC sabe o quê é bebida forte. Entretanto quando meus dedos vão até o frigobar nossas mãos se acham e por impulso nos olhamos. Lícia está mais furiosa pela minha partida do quê triste. Talvez se importe mais do quê ela mesma é mesma é capaz de
imaginar.







O EVENTO
Alicia
O Castelo da Grande Cúpula é extremamente luxuoso, todos usam branco, vermelho, ou preto e branco. A música é dançante, e a cada minuto um garçom passa oferecendo pequenos petiscos que não aliviam a fome de ninguém, ou seja é uma costumeira festa de ricos.
Embora esteja chateado comigo, Jonas não se afasta. Ele sabe que não conheço metade dessa gente, e parece não querer me colocar em perigo por causa da sua raiva. Assim me sento em um dos sofás vitorianos e bebo um pouco da sangria que acabei de tirar da badeja.
Porém logo me arrependo, é mais forte e amarga do quê esperava. Minhas pernas tremem. Tudo está girando e me parece abstrato como se estivesse dentro da pintura de Van Gogh. O loiro percebe e me pega em seus braços, não permitindo que me movimente.
Eu me debato. Quero ficar de pé para andar e tirar um pouco do álcool do meu organismo. Só que ele insiste em não se mover, e mesmo sem dizer uma palavra, permanece a cuidar de mim. Isso me traz tal peso na consciência que decido me aquietar. Se continuar a pensar nas minhas fortes emoções vou acabar revelando o quê não devo e a noite ficará ainda pior.

_Vamos tomar um ar.

Ouço Jonas dizer como se estivesse a metros de distância de mim, e com cuidado fico de pé.

_Está bem.

Fora do salão de festas há um belo jardim cheio de estátuas clássicas que remetem a mitologia dos deuses gregos, como o Rapto de Perséfone, Vênus Calipígia, e Adônis, ou é o quê consigo ver por causa do efeito da sangria que continua a agir.
O belo de cabelos dourados me encosta na parede, e retira do fundo do bolso um pedaço de limão que tirou do coquetel que bebeu mais cedo. Já tenho ideia do quê planeja, por isso viro a cabeça em negação, mas ele segura o meu queixo, e coloca a fruta extremamente azeda e cítrica entre meus lábios.

_Morda.

Ele ordena com imponência, e isso me leva a questioná-lo. Contudo dadas as circunstâncias concordo que é o melhor a se fazer no momento. Por essa razão aperto os dentes permitindo que o suco da fruta verde se espalhe por minha língua para me devolver a sanidade. Logo começo a me recuperar.

_Obrigado.

_Devia ter mais cuidado com o quê bebe.

Ele responde mórbido e se afasta ao notar que melhorei. Acho que preferia quando fingia que queria algo comigo do quê esse vampiro desalmado que perdeu sua amada Mina Harker, e centrada em minhas comparações absurdas, acabo me esbarrando nas costas do mesmo.

_Fique por perto, só não tão perto.



A DANÇA
Jonas

Eu tentei. Mas não dá mais. Depois da bela resposta de Alicia, tenho quase certeza de quê ela não sente nada por mim, e que aquela maldita iniciação não passou de sexo vazio. Fico olhando-a de longe. Como um maníaco que vigia todo o perímetro.
Alguns caras a chamam para dançar, mas a mesma os rejeita, porquê é fiel ao seu amado Klaus Albernaz. Reviro os olhos só de lembrar dos beijos que ele dera no pescoço dela.
Outro sujeito se aproxima. Ao contrário dos demais, o cavalheiro não entende o sentido de uma resposta negativa, por isso sou obrigado a intervir. Afinal ainda tenho responsabilidade por ela até assinar os papéis.

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