Parte 36

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SELO
ARAX

Desci as escadas pronto para arrancar cada pedaço de Balthazar. Mas quando cheguei ao fim encontrei sua metade humana e me senti tentado a ir ao seu encontro. Jonas é tão diferente daquele filho da puta que me dá gosto perturbá-lo. Baltar tem certeza de tudo, e usa o seu intelecto para prever cada jogada minha. Portanto é um saco lidar com aquele panaca. Todavia o garoto? É que nem a idiota da minha irmã. Duvida de tudo e todos. Acha que sabe de tudo, quando na realidade é o mais ingênuo dos meus três brinquedos de tortura, e por isso tenho a absoluta certeza de quê vou mexer com seu frágil psicológico.

_O quê está fazendo na enfermaria? Sua Alicia por acaso está reclamando das assaduras que provoquei?

Sorrio e o médico que estava de costas vira na minha direção, já com os punhos cerrados. Como se tivesse alguma chance contra mim. Pobre miserável.

_Você não vai chegar perto dela.

Ele parece certo do quê diz. Como uma criança quando quer proteger o seu melhor amigo, ou neste caso em especifico, a amiga que ele queria em sua cama. Pena que não viverá para realizar seu maior desejo, pois sua vida acaba aqui e agora. Salto na direção do mesmo e o ergo pela garganta. Só que não há medo em seus olhos, e sim raiva. Uma ira que o faz sorri. Um ódio que já conheci.

_Me subestimou demais!

O moleque ri exatamente como Balthazar, e em seguida sinto seu pé esmagar meu peitoral enquanto sou empurrado para um determinado rumo. Ao recuperar o meu fôlego, ergo o rosto e vejo que o mesmo está com olhos grandes e negros iguais aos de um tubarão faminto. Aquele maldito demônio conseguiu devolver os poderes a sua metade da Terra. Fico furioso e fecho a guarda, mas o fogo se alastra queimando o barro negro, e fazendo com que me dê conta de quê estou dentro de uma espécie de selo criado pelo rei Salomão.

_Sério? Salomão? Acha mesmo que isso pode me prender?

Me divirto. Então um garoto moreno sai detrás da estante ainda mais alegre do quê eu, e sopra na minha direção, mostrando que por baixo da terra preta há um desenho Parsaxiano que realmente pode me aprisionar. Maldita Alicia. Deve ter ensinado a eles como me neutralizar. Mas se pensam que basta me colocar num círculo para se livrar de minha influência estão muito enganados.

_Então os dois resolveram se unir para protegê-la? Que bonito. Deve ser porquê não sabem o tipo de puta que...

Nem termino a frase e levo um soco na boca que me faz sangrar. Contudo ainda que Jonas entre no meu selo, o mesmo não se apaga. O moleque misterioso deve ter feito alguma coisa para impedir que o círculo seja destruído. O loiro dá um passo para trás, e sai. Já eu continuo preso com esses dois idiotas.

_Que ímpeto. Há quem diga que você gosta de Alicia como mais do quê uma amiga.

Sorrio, e percebo que minha frase incomoda bastante o outro rapaz. Provavelmente é algo para a vadia da minha irmã. Ótimo. A semente da discórdia já está plantada. Agora só preciso chamar meus lacaios espirituais. Não posso sair daqui mas quem garante que os meus demônios não podem vim até mim? Rio de forma quase evidente. Mas me controlo. Tudo deve ser silencioso. Pois desconheço as habilidades do forasteiro metido a ocultista.

_Há quem diga que você é um lixo que acredita ser um rei. Mas ninguém tá jogando isso na tua cara.

Jonas rebate com alegre fúria, e quando dou por mim, percebo que meus subordinados já chegaram. Eles podem não me soltar. Só que serão de grande ajuda para ganhar tempo. No primeiro momento o jovem humano resiste aos meus espíritos que ficam a sussurrar alguns segredos no seu ouvido sobre as infidelidades de Alicia. Isso me irrita. Para um macaco pelado ele tem muito autocontrole. Preciso ser mais agressivo.


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