Parte 39

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DESPEDIDA III
Alicia

Ele demonstra um pouco de indecisão, e logo se recompõe. Quero convencê-lo a ficar. Todavia antes que seja capaz de dizer alguma coisa, nós dois ouvimos o som de galopes, e quando nos viramos para trás, lá estão Arax e seu exército de lacaios marcados pela cor branca, e os detalhes negros em suas vestes um tanto incomuns.

_Ah. O amor não é lindo? Se não estivessem perdendo tempo com tamanha bobagem, talvez tivessem tido a chance de fugir em vez de serem massacrados.

Arax anuncia, enquanto ajeita a cela do seu cavalo branco de olhos vermelhos que brilham mais que o fogo.

_Você não tocará em um fio de cabelo dela.

 Balthazar se coloca a minha frente, mas posso imaginar os seus típicos olhos negros e sombrios.

_Vá. Eu lido com ele.
 
 Ele coloca a mão para trás, sinalizando que devo partir. Só que mantenho minhas pernas no mesmo lugar.

_Se não for logo todo o meu sacrifício terá sido em vão!
 
 Grita, e antes de ir o abraço por trás. Balthazar está certo. Uno nunca me deixará descansar, e ainda que ache outros meios de me fazer cumprir o grande propósito, de fato tudo o quê fez terá sido em vão, pois se ao acaso morrer como acredita, não vai ter um significado se não fizer a minha parte.

_Por favor não morre.
 Murmuro no seu ouvido, depositando-lhe um beijo na face, e em seguida saio correndo em direção ao Mar dos inocentes. Entretanto quando chego perto do mesmo, vejo um caminho de pegadas brilhantes, as quais sinto que devo seguir antes de me aventurar nas suas profundezas.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
O CAVALEIRO NEGRO
BALTHAZAR

 Era o meu fim, e eu tinha consciência disso. Mas pela primeira vez não me importava em vencer a batalha, ou ganhar algo por ter feito uma boa ação, só queria garantir o tempo necessário para que Alicia pudesse realizar a sua cura e transformação. Ergui minha espada, e do cabo da mesma retirei uma parte que se abriu, formando um estandarte de aço com o símbolo de Lagrath: A Hidra de 12 cabeças.

   Arax sorriu e mostrou sua alabarda ao descer do corcel em um salto. Não seria uma batalha justa. Muito menos fácil. Assim que vi o brilho esbranquiçado que a mesma emitia, tive a certeza de quê não era apenas um objeto itersiano e sim uma arma secreta. Algo que o desgraçado guardou para este momento em específico.

    Ele caminhou em minha direção. Olhando para a ponta afiada do seu armamento que podia cortar e empurrar. Havia uma luminescência estranha em seu olhar, como se a energia do instrumento fosse passada para seus dedos, apenas pelo contato com a arma. Arax não estava para brincadeiras, e daria tudo de si para me eliminar.

_Sabe? Esta não é uma arma qualquer. Eu mesmo a forjei quando roubei a foice de Saryl.

_Então foi você.

_Quem mais poderia? O idiota do Arcanjo Gardik que foi acusado de traição? Não. Fui eu, e agora Baltar, você terá a honra de se juntar aos fragmentos do Universo, pois esta belezinha, pode destruir anjos e demônios, e graças ao seu...

      Ele sorri com perversidade.

_Sentimentalismo inútil. Sei que o Grande Baltar. O Executor Impiedoso. O dominador de reinos.  O Deus Supremo de Parsax e Iterse. Convergiu para a sua primeira forma, porquê tinha medinho de perder a puta de 3 de novo...

     Não o deixo terminar, e lhe dou um escorão com o meu escudo, o atirando para longe. De maneira que seus lacaios ficam ouriçados, e se preparam para atacar. No entanto basta um movimento de Arax para que se controlem. Ele quer saborear essa vitória, e não permitirá que nenhum subordinado tenha acesso a glória de me derrotar. O quê me dá  uma vantagem.

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