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Em 1983 Steve Harrington não fugia da regra: "típico garoto americano". Ele era o valentão egocêntrico, o rei da escola, o atleta popular que chamava a atenção de todas as garotas e por influência da rodinha de amigos era um c...
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ᬊ͛. ☺💛·₊̣̇. 1 ⭞ִֶָ ⊹˖ ៸៸𓂃！ O INFERNO (the hell)
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TODO mundo que trabalha sem pensar no fim de semana que vá para o inferno, ponderou Steve Harrington com os cotovelos apoiados no balcão da locadora, ele odiava os dias de semana mais do que qualquer um. Aquele abismo de tempo flácido e glutão, onde um bando de famílias e casais se reuniam e se divertiam entre as prateleiras do Family Vídeos, sem nenhuma consideração por ele que passou horas arrumando aqueles videocassetes.
Aquilo era tremendamente insuportável.
Infelizmente, era quinta-feira e Steve sentia falta do sábado e consequentemente do domingo. Mas fodam-se, guerreiros de dia de semana, porque sexta-feira estava para chegar. E embora não tenha dormido na noite passada porque estava no fundo do poço — sem Nanci, com Robin, sem cerveja, com dor de cabeça —, e vestindo aquele colete velho verde-merda, Steve até que estava bem.
A verdade era que trabalhar na Family videos era uma pílula difícil de engolir, Steve fazia o trabalho sujo com um sorriso na cara. Todo dia, de segunda a sexta-feira. Ele poderia largar o trabalho se realmente quisesse, mas a grana servia para encher seu estômago com cervejas e seu tanque com gasolina. E aquela merda de ano estava no inicio e ele já tinha passado por um inferno.
O inferno do Starcourt Mall.
O inferno do verão de 1985.
Mas o passado acabou. Já era. Era 1986 e um bom recomeço, um bom “antídoto para a realidade infernal do mundo de hoje...”, apesar de Howkins ter perdido aquele clima legal de férias. Talvez por causa do fechamento do Shopping... — Ou de todas aquelas pessoas mortas. Mas de uma maneira ou de outra, era quinta-feira, pouco mais das 5 horas e Steve não sentia nenhuma saudade daquele chapéu de marinheiro ridículo de seu antigo trabalho.
