Plano infalível

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 Aquele dia foi um desastre do começo ao fim. O plano era arriscado, as variáveis diversas e o resultado... um caos absoluto. Naquela manhã a ilha estava estranhamente silenciosa, quase como se o próprio tempo tivesse parado, segurando a respiração em expectativa aos eventos que se seguiriam. Apesar disso, Nami acordou se sentindo estranhamente relaxada, fazia muito tempo que ela não se sentia assim. Se espreguiçando ela tentou lembrar do que havia sonhado, sabia que era algo muito bom e que estava feliz mas não conseguia se lembrar por mais que tentasse. O mesmo não podia ser dito para Law, porque ele sempre se lembrava de seus sonhos. Cada um deles.

Nami, Law e Bepo passaram a manhã discutindo o plano na biblioteca e quando parecia que haviam terminado mais uma ponta solta aparecia, e isso se seguiu até que a hora do almoço chegou e eles concordaram que era melhor discutir de barriga cheia. A comida do submarino não chegava aos pés da comida de Sanji, mas havia algo em ver todos os membros trabalhando para cozinhar juntos que a deixava com um gosto especial. Isso, ou talvez o fato de que, do jeito que as coisas estavam andando, Nami estava realmente considerando que aquela poderia ser sua última refeição e esse tempero a mais a fazia saborear a comida de um modo diferente. Após o almoço, os três se trancaram novamente na biblioteca, deixando o resto da tripulação livre para fazer o que quer que Jack tivesse planejado para seu próprio entretenimento, qualquer coisa que o distraísse e o impedisse de se perguntar onde os três estariam. Mais tarde eles descobririam que a tripulação não teve muitas dificuldades em distrair Jack porque os chapéu de palha já estavam fazendo um excelente trabalho com Luffy e Usopp destruindo boa parte da floresta durante sua exploração.

Quando finalmente terminaram, o sol já estava se pondo, o que significava que eles não teriam muito tempo para agir. O plano havia sido feito com base em várias suposições e exatamente por isso eles precisavam garantir que pelo menos o tempo fosse perfeito. Assim que terminaram, Bepo saiu para repassar o plano para o resto da tripulação, um por um. Nunca se sabe quando Jack poderia estar observando, precaução nunca era demais, e se todos sumissem ao mesmo tempo ele teria a impressão errada.

Enquanto isso, Law e Nami estavam na sala de máquinas se preparando. Nami andava de um lado para o outro mexendo no seu cabelo, amarrando suas sandálias, seu cabelo, tirando, mexendo, limpando e recolocando seu clima tact no lugar, verificando a cada poucos intervalos de tempo se o relógio dela estava sincronizado com o dele e por mais que Law admirasse a atenção dela aos detalhes e sua atenção ao plano, aquela ansiedade estava começando a irritá-lo.

-Provavelmente existem mais bactérias na sua boca do que existem seres humanos no planeta. -Ele disse sem pensar, sua voz preencheu o ambiente e por um momento ambos pensaram que aquela voz fosse uma alucinação, ele não era muito de conversar.

-Quê? -Ela o repreendeu e tampou a boca com a mão. Será que estava com mau hálito? Quer dizer, ela de fato não havia escovado os dentes na primeira noite que passou no submarino mas aquilo não era exatamente culpa dela, afinal, pessoas inconscientes normalmente não escovam seus dentes.

-Eu disse provavelmente. -Ele disse, como se explicasse sua frase anterior, mas visivelmente constrangido pela confusão, suas sobrancelhas se unindo levemente.

-Você não está se ajudando. -Ela disse tentando manter a expressão séria, o que era difícil porque era a primeira vez que o via constrangido daquela forma. E era divertido.

-É uma estimativa, é cientificamente impossível contar o número exato de bactérias em um corpo e o número de pessoas na terra. -Ele gesticulou com a mão tentando explicar melhor.

-Pensei que médicos gostassem de ser precisos. -Provocou, dessa vez sem conseguir conter o sorriso.

-Hilário, Nami-ya. -Disse a contra gosto, porém satisfeito por ter conseguido distraí-la.

Sorte ou RevésOnde histórias criam vida. Descubra agora