Já iam fazer pouco tempo que o Reino da Ciência havia conquistado o império de Tsukasa, com a promessa de encontrar o raio petrificador e salvar o primata mais forte do ensino médio. Senku estava um bilhão por cento animado com aquilo tudo, mas tinha muito trabalho pela frente, e isso significava mais logística e mais persuasão, pois agora havia mais de cem pessoas com as quais que teria que lidar, para poder alcançar seus objetivos.Nesse instante, Ishigame estava em seu quarto improvisado no ex império de Tsukasa, traçando os próximos passos de sua jornada para a glória da ciência e da humanidade. Eles precisariam atravessar o planeta, para chegar a origem do raio misterioso do apocalipse, na América do Sul, onde eles teriam mais respostas e provavelmente mais dúvidas... Mas isso, somente o destino diria, e como alguém lógico e prático, Senku não gostava de depender muito do acaso, mas nessas horas, o acaso as vezes o surpreendia. Como naquele momento, tarde da noite, quando Gen Asagiri entrava furtivamente pela sua porta, com uma cara de quem tinha cem por cento de certeza dos seus planos. E Senku sabia que podia confiar nele cegamente, mesmo com a mente venenosa e perspicaz do mentalista, ele foi a primeira pessoa daquele mundo de pedra, depois de seus dois amigos de infância, 3.700 anos depois do apocalipse, que conquistou uma coisa rara de se conquistar em Senku: sua confiança.
- Kekeke, Diga mentalista. Pela sua cara, está impaciente para me dizer uma Idéia formidável, não é? - Senku vira em sua cadeira de braços cruzados, enquanto ele observa o ilusionista que esconder, na ponta de seu sorriso, seus truques e mistérios.
- Ah, Senku-chan, sempre tão analítico. Mas não é de se admirar que eu tenha me apaixonado por você, já que é uma das poucas pessoas que soube me ler de uma forma que quase ninguém conseguiu. Mesmo com as minhas melhores mentiras. Afinal somos dois trapaceiros rindo na cara do perigo. - gargalhando, Asagiri se rende, sentando na cama de seu recém amante/namorado. Eles não escolheram um título específico, afinal, naquele mundo de pedra, era algo completamente dispensável, não existia mais rótulos ou etiquetas para nomear sentimentos. Na mente de Gen, amor era amor, e na de Senku, bem, ele não tinha pressa em ditar um nome para o que tinham ainda. Até porque, eles viraram confidentes e parceiros formidáveis em pouco tempo, e isso evoluiu de uma simples irmandade, para uma enxurrada de sentimentos puros e novos, bem, principalmente para o gênio cientista. E foi Senku que havia confessado seus sentimentos por Gen poucos dias antes de eles partirem para atacar o império do grande Tsukasa, talvez por medo de morrer e não falar, pois Senku não queria deixar remorsos em sua vida tão resolvida. Ou que Senku aprendeu uma lição deixada por seu pai... algo que não estava nos 100 contos, nem era algo que foi dito a ele por meio de mensagem, mas Senku pode perceber apenas ao ouvir o disco, algo que seu pai deixou sublinhado naquela mensagem, não para os outros, mas para ele decifrar: mesmo que o tempo seja curto nessa vida efêmera, nunca deixe de sentir e ter esperança. Tenha altas expectativas sempre para sobreviver, e nunca jamais, deixe de fazer o impossível para alcançar seus objetivos, seja como for, Senku, não queira deixar remorsos em sua vida; ou talvez, porque ele era alguém muito decidido e inteligente o suficiente, pra tratar até mesmo seus sentimentos românticos por alguém, como algo que deve ser fácil de lidar. Mesmo não sendo de maneira alguma.