Capítulo 12

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Dulce= Alô? – atendeu em seguida. – Oi, Cynthia. Tudo bem e você? – sorriu e afastou-se, caminhando até a sacada. – Claro, tudo certo e... – encostou-se ao vidro e mirou a rua. – Entendo, sim... e... o que? – arregalou os olhos. – Mas... agora? – arfou. – Não dá pra mentir, eu vi a internet comentando sobre o caso. – assentiu. – Sim, eu imagino a loucu... que? – e então sentou-se. – Eu? – piscou seguidas vezes. – Sim, já tenho a casa, mas... – a mulher voltou a falar. – O visto também. – deslizava tensamente os dedos pela perna, ansiosa com o pedido que tinha. – Eu teria que... semana que vem? Já? – sentiu o coração disparar no peito. – Eu... eu... meu Deus do céu.

As palavras haviam sumido e ela encarava desconsolada o chão.

A proposta era clara: consertar a grade nacional até que encontrassem um novo diretor para assumir o cargo..

A necessidade era óbvia: estar presente na emissora para a estratégia e liderança da equipe.

Mas era o prazo que a preocupava: como se mudaria em quatro dias para Los Angeles?

Tentou pensar em uma estratégia diferente, algo que pudesse mantê-la no México por mais alguns dias, pelo menos até que o marido também conseguisse o visto; mas nada lhe ocorria. Ela estava sem saída.

Sentiu os olhos transbordarem de lágrimas e o peito apertou, todo seu positivismo se esvaíra com a notícia que Cynthia lhe dera.

Justamente no momento em que o casamento parecia caminhar tão bem, exatamente quando parecia ter encontrado o equilíbrio com Christopher; agora teria que afastar-se dele.

Como faria com Gustavo? Deixaria o filho com o marido ou o levaria consigo? E se o levasse, como cuidaria dele? Como o ajudaria a adaptar-se à nova vida?

Quatro dias não eram minimamente suficientes. Quatro dias eram... nada.

Christopher= Psiu. – encostou-se à porta da sacada. – Vida, volte pra dentro, por favor, hm? Não quero tomar o café sozinho. Amor? Está me ouvindo, amor? – ela levantou o rosto e o olhou. – Hey! – assustou-se com o rosto molhado dela. – O que houve, vida?

Dulce= Fechei aí. – pediu, antes que ele se aproximasse. – Não quero que a minha mãe escute.

Christopher= Dul, o que aconteceu? – fechou a porta de vidro e sentou-se ao lado da esposa. – Quem era? Converse comigo.

Dulce= A Cynthia. – secava inutilmente o rosto. – CNN.

Christopher= Ok. E o que ela queria? – franziu o cenho enquanto a morena negava com a cabeça. – Amor, converse comigo. Vida... fale, não guarde pra você.

Dulce= Esse problema do diretor de programação. – fungou.

Christopher= Sei. – assentiu. – O que é que tem? É tudo verdade?

Dulce= Tiraram mesmo o cara, mas... – deu de ombros. – Eles não têm uma pessoa para colocar no lugar.

Christopher= E o que isso tem a ver... – parou de falar e franziu o cenho. – Dul... Dulce, não. Não diga que... – ela levou as mãos ao rosto. – Dulce! Eles querem você? Querem que você resolva isso? – ela assentiu em silêncio. – Não tem como você fazer isso! Não tem... – confuso. – Não... Dulce, não dá pra consertar uma coisa assim a longa distância. – ela assentiu, ainda sem coragem para olhá-lo. – Como é que você vai arrumar... – ficou em silêncio. – Eles querem que você vá? – assustou-se. – Te pediram para ir pessoalmente? – ela assentiu. – Quando? – sério. – Dul, quando? Quando te pediram para...

Dulce= Em quatro dias. – disse, e finalmente tirou as mãos do rosto.

Christopher= Quatro dias? – arregalou os olhos. – Dulce, querem que você se mude em quatro dias? – viu os olhos vermelhos dela. – Semana que vem?

A Sósia - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora