2012Iwaizumi mexia sua perna para cima e para baixo em um quicar impaciente. Não aguentava mais esperar Oikawa aparecer naquele parque onde combinaram de treinar. Ajeitou-se sobre o banco de concreto desconfortável, já estava lá há mais de uma hora.
Tudo pela esperança de finalmente conversarem sobre assuntos do passado. Iwaizumi sabia que deveria esquecer sobre, assim como achava que Oikawa tinha feito, mas aquela maldita pontada de esperança continuava em seu interior o fazendo de tolo.
Pelo menos ele pensava que era um tolo.
Oikawa finalmente apareceu. O rapaz que esperava quase sorriu ao vê-lo segurando uma bola de vôlei, até seu peito queimar em desconforto ao ver a garota com quem o seu levantador conversava.
Oikawa acenou alegremente para o ponteiro, agarrou a mão da garota e a levou junto consigo até estar de frente a Iwaizumi, que levantou do banco.
— Iwa-chan, essa é a minha namorada — disse o levantador, com um sorriso.
Iwaizumi não saberia contar o que fora dito em seguida, sentiu que se corpo todo tinha parado ao receber a informação que Oikawa tinha uma namorada. Seu coração parecia não bater, assim como seu sangue aparentava ter parado de correr por suas veias. A única coisa que funcionava era a parte do seu cérebro que o mandava sair correndo.
Aquela pontada de esperança tinha se esvaído. Agora tinha certeza de que era um tolo.
A porra de um tolo apaixonado.
Tentou agir como se também não ligasse para conversas de dez anos atrás e apresentou-se à garota. Conseguiu resistir ao impulso de se apresentar como o primeiro amor do cara com quem ela estava namorando.
Oikawa começou a contar para a garota sobre os levantamentos incríveis que realizou e que fizeram Iwaizumi marcar pontos.
Iwaizumi sabia que não poderia fingir não se importar com o fato de Oikawa ter uma namorada por muito tempo. Estava prestes a desmoronar, e desejava estar sozinho quando acontecesse.
— Eu tenho que ir — disse, já virando seu corpo para outra direção.
— Mas nós acabamos de chegar — contestou Oikawa.
Iwaizumi virou em direção ao rapaz, segurando as lágrimas deploráveis. Geralmente se esforçava ao máximo para que Oikawa não visse como ele ficava nervoso com a sua presença, agora empenhava-se para que ele não notasse a sua tristeza. Ele cerrou os punhos.
— Acontece que vocês demoraram tanto que já ficou tarde. — Já não sabia se sentia raiva ou tristeza, apenas sabia que tinha que ir embora. Então, pôs seus pés para andarem para longe daquele lugar, sem dar ouvidos a qualquer súplica de Oikawa.
***
Iwaizumi bateu a porta do seu quarto e deslizou até o chão com as costas apoiadas na madeira. Tinha suas mãos pressionando a sua boca para que ninguém fora do quarto pudesse ouvir seus soluços no meio daquele derramar de lágrimas pesadas.
Seu coração doía em seu peito, apertando-se tanto que parecia que iria se comprimir até chegar ao tamanho de um átomo.
Fechou os olhos e lembrou daquele momento. Daquela conversa de duas crianças que não tinham noção do mundo.