Capítulo 23

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POV HARRY

Eu só devo estar a ficar doente só pode. Porque senti uma coisa estranha no peito quando vi o Louis, depois de 3 semanas, ali sentado na minha entrada de casa com lágrimas por toda a cara e os olhos inchados. Deve ser alguma coisa no coração. Tenho de ir fazer uma eletrocardiograma.

Claro que eu sabia que ele estava aqui. Quer dizer o Isak ligou-me assim que ele chegou ao meu apartamento, mas eu não ouvi o telemóvel e assim que vi as mensagens e telefonemas do meu segurança vim a correr para aqui. Pensei que tinha acontecido alguma coisa.

Mas quando eu o vi assim, só me apetecia partir tudo o que visse pela frente até matar o idiota que o fez ficar naquele estado. O que é que se está a passar comigo? Desde quando é que eu me importo com quem quer que seja? Sobretudo se esse alguém for o filho de um policial?

Vou até ao meu quarto e retiro uma camisola minha e umas boxers para ele vestir e levo-lhe ao banheiro.

-Ei! Eu estou nu. – reviro os olhos.

-Não me digas e eu que pensava que tu tomavas banho vestido.

-Então sai daqui. – ele resmunga do chuveiro.

-Baby, eu já vi tudo o que tens aí, aliás já estive até dentro de ti. – não consigo ver a sua cara mas sei que deve estar vermelha de vergonha e sorrio com isso.

-Harry, por favor. – eu respiro fundo porque a voz dele voltou a estar frágil e dolorida. O que é que eles te fizeram, baby?

-Tens aqui roupa. – digo e saio batendo com a porta.

Espero por ele na sala e quando o vejo a entrar finalmente com a minha roupa sinto-me estranhamente melhor do que alguma vez me senti nestas últimas semanas. É como se tudo estivesse como deveria estar.

Vê-lo com as minhas roupas na minha casa não me deveria parecer tão bem, mas porra, parece.

-Desculpa, ter vindo até aqui desta maneira. Eu vou me embora. – ele está estranho. Já não está confiante como antes. Voltou a ser o Louis tímido, mas agora ainda é pior porque eu já vi toda a vida que existe dentro dele e ver que ela voltou a ficar escondida faz o meu estômago revirar com vontade de matar quem o deixou assim.

-Louis, senta-te e explica-me melhor essa história. Porque é que vais para França? – ele parece pensar um pouco mas acaba por se sentar no lado aposto ao que eu estou.

-O meu pai já tratou de tudo. Já falou com o reitor da universidade e até já tem um apartamento para mim em França. Ele arranjou tudo sem me consultar. Ele vai me mandar para lá sozinho até tratar das coisas por aqui. – filho da mãe. Abano a cabeça com a audácia daquele cretino.

-Tratar das coisas por aqui. Acabar comigo, queres tu dizer.

-Ele diz que é para minha proteção.

-Tu sabes que é para te afastar de mim. Depois de saber que a sua princesa estava com o ganster numa racha ele quer te afastar dos maus caminhos e dos homens maus que vão desencadear o seu filhinho. – encho um copo de vodka e bebo de uma vez. –Sabes que o teu namoradinho esteve na boate. – isso chama a atenção do Louis que olha para mim surpreso. –Ele veio me perguntar o que tu estavas a fazer comigo. Parece que não acreditou em ti.

-O que é que lhe disseste?

-Disse-lhe que não era culpa minha que ele não te soubesse dar o que tu querias e que tu tivesses de o procurar noutro lugar. – digo sem dar importância e o Louis levanta-se obviamente irritado.

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