Pessoa familiar

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Primeiramente: FELIZ ANIVERSÁRIO, BELLE! Postando essa história hoje por sua causa. Seja sempre feliz. 

Eu sempre quis escrever uma história envolvendo patinação no gelo e finalmente consegui fazer alguma coisa. Essa fanfic tem 13 capítulos e já tá finalizada, então não vou demorar pra atualizar. As atualizações vão funcionar assim: dia sim, dia não. 

Mais uma vez, obrigada, Mandi, pela ajuda. Te amo! 

Boa leitura. 💚

2004

Aqueles garotos eram duas crianças sonhadoras. Em frente à televisão, tinham o mesmo pensamento: quando eles se tornariam patinadores de gelo conhecidos pelo mundo. Era um sonho que parecia muito distante, algo quase impossível de se tornar realidade, mas a competição no gelo que acontecia naquele momento no Japão, passando na TV, dava grandes esperanças para os meninos ajoelhados no chão, com os olhos grudados na programação enquanto os corações não conseguiam se acalmar dentro do peito.

Eles estavam jogando futebol na calçada de uma casa da vizinhança porque, embora tivessem oito anos de idade e soubessem o que era certo e errado e perigoso e seguro, ainda eram pequenos e poderiam correr riscos caso brincassem no meio da rua, além disso, as suas famílias eram muito protetoras e pediram para que nenhum dos dois colocasse os pés para fora da calçada. O ponto era que eles estavam jogando a bola um para o outro há muito tempo e a brincadeira se tornou cansativa em algum momento, então eles decidiram entrar em uma das casas e descansar.

A televisão estava ligada em um canal assistido pela maioria todos os dias. Estava passando as olimpíadas de inverno daquele ano. Os garotos não se importaram em assistir quando os pais o explicaram do que se tratava aquilo, mas não havia nada melhor para fazer a não ser se sentar no chão limpo e assistir àquelas pessoas patinando no gelo sem que caíssem ou vacilassem algum passo da dança. De repente o que passava na TV prendeu a atenção das crianças e sabe-se lá quanto tempo eles ficaram ali, assistindo à patinação no gelo. Era bonito e divertido. Eles eram apenas dois garotos que não sabiam nada sobre a vida, mas patinar no gelo pareceu a coisa mais incrível do mundo para eles naquela manhã de sábado. A dança coreografada, as roupas que usavam, lindas, coloridas, brilhantes e chamativas. Era tudo tão maravilhoso.

Conversaram se seria possível viver aquilo um dia quando estivessem adultos. Patinar no gelo, dançar, participar de uma competição, aparecer na TV, ser assistido pelo mundo. Usar figurinos bonitos e chamativos, porque aquilo fez com que os seus olhos brilhassem. Eles eram só duas crianças de oito anos que tinham como jogar futebol o passatempo favorito, mas ser criança não era empecilho para criar a vida dos sonhos e se imaginar vivendo-a algum dia. Não existia sensação melhor para alguém do que aquela. Foi o apoio que receberam um do outro que confirmou que alguns desejos poderiam facilmente se realizar, com um esforço inigualável e uma troca de sorrisos singelos.

ATUALMENTE

Aparecer em um lugar novo pela primeira vez mexia com o psicológico de Mile de um jeito que ele não gostava. Algum fã de ser O Novato por aqui? O desconhecido? Aquele que precisava se apresentar e fazer amigos como se fosse o primeiro dia no Jardim de Infância? Não? Mile não queria ter que passar por aquilo mais uma vez, porque era a terceira escola de patinação que era transferido, porque aparentemente o seu pai estava sempre em busca da melhor treinadora para o seu filho, que parecia não existir.

Os seus nervos estavam à flor da pele. Ele passou três horas desarrumando e arrumando o seu quarto para se acalmar. Desdobrando as roupas e as dobrando perfeitamente novamente, as colocando em cima uma da outra, separadas por cor e estampa. Bagunçou as calças de propósito para depois arrumá-las, as de cima eram as mais usadas, embaixo as que quase não se lembrava. Os sapatos era a parte mais fácil, Mile só precisava colocá-los lado a lado. Ele também se deitou na cama algumas vezes para poder arrumar o cobertor sem deixá-lo amassado. Organizou algumas coisas e finalmente pôde descansar. Aquela era uma mania antiga que possuía desde quando tinha quinze anos. Agora com dezoito as pessoas o diziam que precisava de ajuda médica, porque aquela mania era como um transtorno obsessivo-compulsivo, o famoso TOC. Mile preferia dizer que era apenas uma "mania", porque parecia menos assustador. Ele já tinha problemas demais e aquilo parecia fichinha perto do que precisava passar todo santo dia.

Quebrando o GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora