12. Decisão

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“Você não me escuta porra! Mais que merda, se fizesse o que eu peço, nada disso estaria acontecendo caralho! MAIS QUE PORRA!”

Esbraveja a voz, fazendo minha cabeça doer, porque seus gritos ecoavam por ela. Olho para direita, Juniper me observa com admiração, embora esteja um pouco preocupada, Marco e Armin têm a mesma expressão de medo, já Mikasa está com os olhos arregalados.

— Não se mexa! — ordena um soldado do outro lado do salão.

— Não sou uma ameaça — garanto.

“Peça outra algema.”

— Eu até pediria outra algema, mas elas não são fortes o suficiente para me deter — argumento.

“QUE PORRA É ESSA!?”

— Se eu quisesse fazer alguma coisa, já teria feito, e como já disse, não sou uma ameaça — repito.

Silêncio, sinto um frio na barriga. Eu sei que se eles atirarem em mim ou em Eren, vamos sentir no máximo dor, mas não iremos morrer. Minha preocupação é com meus amigos, embora eles sejam fortes e habilidosos, uma saraivada de tiros os mataria. Dou uma risadinha nervosa.

— Vocês ficam aí especulando, vendo só o que é bom para vocês... — falo sem pensar, as palavras simplesmente saindo de minha boca.

— É — concorda Eren. — Vocês estão criando histórias, apenas para apoiar os seus objetivos egoístas.

— O que? — pergunta Niel, parecendo estar ofendido.

“Prossiga.”

— Para falar a verdade — continuo. — Nenhum de vocês já viu um titã, então do que têm tanto medo?

Silêncio.

— Por que as pessoas com poder não lutam? — indaga Eren. — Se tem medo de lutar por suas vidas, então nos emprestem suas forças! Seus covardes! Se é para ser assim, fiquem quietos... — impulsiona o corpo pra frente, a corrente bate contra o ferro, fazendo o mesmo barulho que a minha fizera antes de partir. — e nos deixem agir! — grita.

Felizmente ele continuava preso, a atenção estava tão voltada a nós, que nem perceberam que Levi tinha saído de trás da arquibancada e estava parado a centímetros de distância, com o rosto mais impassível do mundo, parecendo ser um tédio o simples fato de respirar o mesmo ar que eu.

— Em posição! — ordena Niel.

Um guarda que tinha a arma apontada para mim a desvia e ponta pro Eren, e nesse exato momento Levi chuta o rosto dele com tamanha força que um dente voa para longe. O garoto olha atordoado para o lado, tentando ver o que lhe atingira, recebendo um chute no estômago em resposta.

Levi começa a chutar o rosto de Eren diversas vezes, o espancado até o sangue pingar e o garoto não conseguir falar, tamanho era o estrago na sua boca que mal se via pele, só havia sangue.

Por algum motivo sei que era necessário, mostrar que uma das “ameaças da humanidade”, era só um garoto frágil e perdido que não tinha nenhuma noção de estratégia e só acreditava em suas crenças, era de suma importância.

Embora eu saiba que essas afirmações estejam completamente erradas. Os únicos sons que havia no ambiente eram os gritos sufocados do Eren e os sons dos golpes. Ninguém ousava dizer uma palavra.

— É uma opinião pessoal... — comenta Levi, enquanto pisa na cabeça do garoto — Mas para mim, a melhor forma de disciplinar, é pela dor — olha para baixo. — Você não precisa de um sermão agora, e sim de uma lição que não se ensina com palavras... e essa posição é perfeita para levar uns chutes.

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