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Hemety corre na minha direção e eu desvio com facilidade. Ela grunhi de raiva e eu acerto um chute em seu rosto ao girar o corpo. O corpo dela é jogado contra parede e a vermelhidão em seu rosto provoca uma onda de satisfação em meu corpo.

—Luta nunca foi seu forte — subo o vestido até a altura do joelho para me dar mais mobilidade e prendo nos cintos amarrados em minha coxa. Não me dei o trabalho de trazer armas ou facas. Minhas mãos fazem estragos suficientes.

—Cale a boca, vaca imunda — o xingamento não me ofende, eu apenas sorrio para ela. Hemety é rápida e abre uma gaveta, pegando uma adaga. Ela tenta me acertar, chegando perto em algumas horas. Arfo quando ela corta um pedaço do meu cabelo com a adaga, por pouco não cortou meu pescoço.

—Vai pagar por isso — sinto uma onda de magia pelo meu corpo mas me seguro. Quero me divertir com ela. Acerto minha testa em seu nariz e ouço o barulho dele quebrando. Hemety grita de dor e sangue escorre até sua boca. Não espero ela se recompor e chuto sua barriga, a jogando na direção da porta. A porta do quarto quebra como se fosse de papel e Hemety vai parar no corredor da pousada. Ela tosse com a falta de ar e eu tiro a adaga da mão dela tranquilamente.

—Você foi até meu pai...— faço um corte fino em sua bochecha enquanto falo devagar perto do rosto dela — Quase contou a ele sobre minha parceria — um rosnado gutural faz minha garganta vibrar e ela me olha com os olhos arregalados. —Quase me matou por conta de um vestido — desço a adaga para sua coxa e traço um corte comprido. Não vai deixar nem cicatriz mas quando faço eles devagar...provoca mais dor nela.

—Desculpe...

Gargalho e a pego pelo pescoço. Levanto ela até seus pés não tocarem o chão. Não quero matar ela. Quero vê-la sofrer com o tempo.

Puxo o laço que me conecta com Eris e rezo pelo Caldeirão para que ele ouça. Em poucos segundos, Eris atravessa para a pousada e cruza os braços ao ver a cena. Solto Hemety mas coloco o braço para segurá-la na parede.

—Como é a prisão daqui? — pergunto e arqueio uma sobrancelha para Eris. Ele sorri de lado e meu corpo fica quente.

—Depende do crime. Mas como ela fez mal a você, minha espiã, vai ser uma das piores punições. Talvez...cuidar dos porcos da Corte — Eris olha para Hemety com desgosto e ela puxa o ar com horror com a ideia de passar o resto da vida cuidado de porcos.

—Quem sabe cuidar dos porcos e limpar os banheiros públicos? — falo e Hemety tenta sair correndo mas eu a seguro pelos cabelos. —Não pensou nisso na hora de colocar minha parceria em risco, não é?

Os olhos dela estavam tão arregalados que por segundos achei que estivesse realmente arrependida. Mas ela, a férrica que eu conheci, nunca admitia que estava errada. Nunca.

*

Grewn enviou Hemety para uma fazenda na parte urbana da Corte. Ela realmente ia cuidar de porcos. Ficar em uma cela escura e fria não seria punição para ela.

Ao chegar no castelo de meu parceiro, que agora era meu também, senti a presença dela antes mesmo de vê-la. Minha mãe estava sentada na sala de jantar, apoiando os braços na mesa e ao ver Eris, sua magia fica agitada.

—Que surpresa boa. Isso merece um baile de boas vindas — Eris sorri de lado e eu me afasto dele para não transparecer nada. Ainda não sei quando estarei pronta para contar para meus pais sobre o laço. Isso pode gerar um conflito que não quero enfrentar agora. Quero curtir meu parceiro. Amar ele.

—Quero que pare de falar com minha filha.

A voz dela...tão grave. Aquilo é sério, e por mais que me corte o coração fingir não sentir nada por Eris, tenho que fazer isso por algum tempo.

—Me sinto humilhada por você pensar que não consigo me defender sozinha — eu puxei toda a audácia da minha mãe e o humor do meu pai. Isso resultou em um jeito diferente de me relacionar. Um humor ácido e afiado.

—Não ligo para o que você sente. Vai voltar para casa hoje mesmo — Nestha arqueia uma sobrancelha para mim. Seu corpo não mexia um músculo sequer, tão imóvel que parecia nem respirar.

—Já sou grandinha pra isso. Saio daqui quando eu quiser — sinto Eris me olhar de soslaio e um puxão em nosso fio incandescente. Ele está preocupado, e não é pouco. —E chega desse assunto. Quem deve ir embora são vocês, estou segura e Eris não está me fazendo mal.

Pela primeira vez minha mãe se mexe. Ela anda até meu parceiro, que fica tenso ao meu lado. A imagem dele sendo açoitado vem à minha cabeça e sinto vontade de explodir.

—Não sei o que você quer com minha filha, mas se fizer algum mal a ela, vou fazer questão da sua morte ser muito lenta — um brilho cintila no olhar de minha mãe e um arrepio percorre minha nuca.

—Se ele fizer algum mal a mim, eu mesma o mataria — falo firme e minha mãe me encara por segundos demorados vendo se eu iria fraquejar.

Crescer com minha mãe não foi fácil. Nós duas somos muito iguais e brigávamos muito por isso. Ela me tirava do sério e eu quase a deixava louca. Mas isso me deu resistência a seu temperamento. Não tenho medo dela.

—Nyx e Kaia irão ficar aqui — ela fala e sem mais delongas atravessa para fora do castelo. Meu pai continua sentado me encarando, ele parecia confuso.

—Espero que saiba o que está fazendo — ele fala e beija minha testa, atravessando logo em seguida com minha mãe.

Eris solta o ar do pulmão e eu só consigo pensar na expressão no rosto de meu pai.

—Meu pai está desconfiando de algo.

Notas da autora:
Olha quem voltouuuuu, meus amores o que foi isso???
Desculpa pela demora, espero que ainda lembrei dessa fic!!
Ainda tem muito por vir aí!! Hehehe
Se alguém quiser me seguir no booktok:  @/_bycah

AMO VOCÊS LINDES SAUDADES BJ NO POPO

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⏰ Última atualização: Jul 22, 2022 ⏰

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