Estavam cansados.
Eles cavalgaram por dias com pausas mínimas para o descanso, se aproveitando de milagres para curar a fadiga dos animais. O paladino que escoltava a criança mal lhe dirigia a palavra, dando apenas alguns comandos de como ele deveria se comportar durante a viagem.
Quando chegaram na capital do império, a criança foi colocada em um salão escuro. Ele observou os arredores aproveitando a luz da lua, que penetrava em uma clarabóia no teto central da construção. Havia uma grande mesa circular que flanqueava o centro de onde a luz atingia, com inúmeras poltronas onde se podia ver silhuetas de pessoas. Elas discutiam entre si em um tom condescendente e urgência ao mesmo tempo, falavam do garoto como se ele não estivesse ali, como se estivessem analisando um produto. O garoto continuou em silêncio, com medo de falar diante da presença imponente do que era o conselho de Luxavat.
Ele havia entrado na catedral central que compunha o castelo sacrossanto da majestade imperial da nação, vendo inúmeros indivíduos em seu caminho. Havia mais pessoas naquela construção que habitantes em sua vila. O lugar esmorecia o garoto com sua opulência. Repletos de símbolos sagrados, obras de arte em nome da Deusa-Mãe, ouro e jóias por toda figura de nobreza que ele conseguiu enxergar. O paladino que o trouxera para aquele lugar já não estava mais ali, esperando no corredor da única entrada para a amedrontadora sala do conselho imperial.
O ruído das conversas logo foram silenciados só abrir da porta de entrada. O som dos passos elegantes ecoaram sobre o silêncio conforme sua figura esbelta era revelada junto a um luz parca que surgia no ambiente. Ela possuía cabelos vermelho-carmesim de tonalidade tão pura quanto podia ser, olhos de âmbar que brilhavam em um tom cálido. Seu nariz era fino e altivo, formando uma simetria perfeita em seu rosto, complementado por seus belos lábios demarcados pelo cosmético de coloração semelhante ao seus cabelos. Sua pele clara era sedosa e pura, desconhecendo cicatrizes ou quaisquer marcas de idade, como a de uma jovem dama.
Ela vestia um longo vestido de seda vermelho com bordados dourados feitos de fios de ouro, que possuía um generoso decote, embora não fosse obsceno demais. Por cima de seus ombros um manto azul celeste, cobrindo levemente descendo até o chão. Ele era preso por um broche de ouro com o formato do sol, símbolo de Luxavat. Em seu pulso possuía braceletes de ouro com símbolos de diamantes encravados em seu exterior e em suas mãos anéis articulados lhe cobriam os dedos. Seus pés eram cobertos pelo vestido e manto, mas não restavam dúvidas que seu calçado era tão belo quando o resto de seus trajes. Por fim, o que mais chamava a atenção, era a coroa de ouro em sua cabeça. Ela prendia seus belos cabelos com seu formato espinhoso e simétrico, como uma coroa de santo ou raios de sol que enalteciam a mulher. Tudo em perfeita sintonia para uma pessoa de tão grande importância quanto ela, como deveria ser.
Atrás delas dois paladinos à guardando, homens de armaduras brancas como pérolas e adornadas de ouro, com posição demonstrando treinamento e disciplina. Mas entre eles e a mulher mais uma figura, dessa vez era uma pequena garota. Não parecia ser mais velha que o menino, mas era um pouco mais alta. Ela possuía cabelos longos que chegavam até metade de suas costas, cor de um azul tão lindo quanto um céu sem nuvens em pleno verão. Seus olhos possuíam a mesma tonalidade, cheios de vida e inocência. Possuía pele clara de quem nunca saía ao sol, sua delicadeza era expressada por um simples vestido branco de cetim. Apesar de bem cuidada, sua aparência não lembrava a nobreza, e sim como a de uma noviça da igreja. Sem adornos adicionais, adereços ou quaisquer cosméticos.
- Todos saúdem a vossa excelência real! A Imperatriz Santificada do grandioso império sacrossanto de nossa deusa mãe Luxavat! Vossa graça Rosária de Kariv Luxavat IV! - A voz do orador ecoou pelo salão silencioso, fazendo sua presença ser notada. Ele então continuou. - Acompanhada pela vontade divina da pureza encarnada, a mensageira da deusa em SUA forma mais pura de amor à humanidade do império! A oitava Santa, Thereza Cruz de Aurora, nos agracia com sua presença neste momento!
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Caminho da Luz
FantasyO herói foi condenado por traição, sua punição? ir para as Terras Demoníacas. Mas o que será que ele vai encontrar lá?