Querido... Ninguém.
Ninguém lê as cartas que envio, afinal, não tenho um destinatário, mas elas cumprem o papel de fazer com que meus pais acreditem que linhas e mais linhas que jamais foram lidas possuem dedicatórias e frases repetitivas para um amor imaginário que fiz acreditarem que existe. O amor as vezes parece tolice, querem mesmo que eu creia nisso após tantas noites ouvindo berros e berros sem saber se teria meus pais juntos no dia seguinte? Tolice demais, deve ser coisa de adultos com menos neurônios na cabeça. Até porque eu não entendo como um retiro espiritual resolveu anos de discussões sem sentido entre meus pais, que agora crêem que eu deva encontrar um par logo pois a família tem um histórico de se casar sempre aos 18 anos, e honestamente isso me enche o saco, mas o importante é que eles acreditam nessa história furada que inventei, pelo menos posso usar aqui de diário, certo? O carteiro está quase chegando para pegar as cartas dessa semana então te vejo em breve.
– com amor, sua mary anne
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cartas à um ninguém.
RomanceOnde Mary anne envia cartas sem destinatário Ou Onde cartas sem destinatário deixam um jovem carteiro intrigado