• 12 - Família

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▪︎ Ponto de vista do Wilhelm ▪︎

Já era de manhã quando acordei com Erik abrindo a cortina do quarto e gritando "bom dia".

Simon também acordou com o barulho, me soltando de seus braços para esfregar os olhos enquanto se acostumava com a luz, como um bebê faria.

Dormimos de conchinha na noite anterior. Eu era a parte menor e ele a maior - o que não fazia muito sentido se você levasse em conta a altura dele - e estávamos totalmente nus, com nosso corpo coberto por um lençol e uma caixa de pizza jogada no chão, ao lado do pé da cama.

Olhei para o meu irmão, que nos encarava de braços cruzados e com um sorriso orgulhoso estampado no rosto.

- A noite ontem foi boa, né meninos? - Ele deu um leve tapa na minha coxa, que me assustou e fez com que eu me sentasse na cama - Só não se esqueçam de tentar fazer menos barulho na próxima, recebi uma reclamação de um dos vizinhos por conta disso - meus olhos se arregalaram - Temos sorte dele não ter chamado a polícia pensando que alguém tava sofrendo violência doméstica.

- Calma, como é que é? - Eu levava mais tempo que o normal pra raciocinar de manhã, ninguém pensa direito tão cedo. Era como se o Windows do meu cérebro ainda estivesse ligando.

- Sabe o Seu Fernando, aquele que me emprestou a furadeira quando eu tava fazendo uma mini reforma aqui em casa? - Assenti - Ontem ele me ligou perguntando se tava tudo bem, porque ouviu vários gritos que pareciam de mulher, junto com uns barulhos estranhos - Meu rosto estava quente, eu devia estar vermelho - Os dois pombinhos ainda nem são casados e já estão se sentindo em lua de mel, que fofinhos.

Só não batia no meu irmão pelos seus comentários desnecessários, porque eu levaria uma surra dele, e também porque ele me permitiu ter uma das melhores noites da minha vida. Mas vontade era o que não faltava.

Simon tinha se desinteressado totalmente pela conversa e voltado a dormir. Parecia cansado. Erik havia me chamado para ajudá-lo na cozinha.

Ia tirando o lençol do meu corpo para me levantar, quando lembrei que estava sem nenhuma roupa.

Pedi para que o meu irmão se retirasse e peguei uma calça preta e uma camiseta roxa qualquer do guarda-roupas, sem me importar se iria ficar grande em mim ou não. Por sorte, não tinha ficado muito larga.

Fui direto para a cozinha - andando meio torto por conta da dor não muito forte que sentia na minha bunda - parei em um lugar aleatório do cômodo e cruzei os braços, esperando que alguma ordem me fosse dada.

O mais velho pediu para que eu pegasse um prato dentro do armário que estava atrás de mim. Peguei o objeto, e ao me virar novamente para entregá-lo, Erik estava sentado na cadeira, com os cotovelos na mesa e as mãos sustentando a cabeça. Pose de quem vai pedir dinheiro ou quer saber de uma fofoca. E no caso dele, com certeza era a segunda opção.

- Então... - Ele falou com uma voz macia, como se estivesse cantarolando - Como foi ontem com seu xuxuzinho? - "Xuxuzinho", sou irmão de um velho de 70 anos e não sabia - Por favor, poupe-me dos detalhes, não quero ficar traumatizado pro resto da vida.

Sentei na cadeira a sua frente e cruzei as mãos sobre a mesa como se estivesse em uma reunião importante de empresa, prestes a falar sobre negócios.

- Ontem foi legal, nós assistimos uma série, comemos pizza... - um leve sorriso surgiu nos meus lábios antes de passar para a próxima frase - ... e fizemos sexo três vezes.

Erik estava agora de boca aberta, e eu entendia o motivo. Para quem era virgem até ontem a noite, foi muita coisa de uma vez só.

- Três vezes?! Meu Deus, esses jovens de hoje em dia estão cada vez mais assanhados - ele riu.

Eu te odeio tanto que acho que te amo - Simon e Wilhelm (Young Royals)Onde histórias criam vida. Descubra agora