O que tem no leste?

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Capítulo III

O que tem no leste?

Poucas coisas são tão prazerosas quanto pertencer a um lugar, um lugar para chamar de seu, um lar para voltar, longe de paredes físicas, falo de um sentimento de abrigo no qual nos sentimos habitantes, seja uma terra ou até mesmo uma pessoa. Certas ocasiões nos colocam em casa, já outras, nos levam para longe, onde a moradia é desnorteada e o zelo pelo lar é destruído, mas e no mar como podemos dizer se estamos indo para um lugar seguro, velas e ventos desmarcam um rumo, e nos dão nova rota.

O azul infinito à nossa vista, diz claramente que estamos perdidos, às águas estreitam os batimentos do nosso coração e entregam um vislumbre dançante, ondas e correntes que de tão belas podem ser perigosas. Luca respirava um ar novo, não que nunca velejou antes, vez ou outra saia com sua mãe a mar aberto.

--- Você não me parece assustado com o mar. --- Diz Major se aproximando com um cachimbo no canto da boca.

--- Quando eu era criança, nós fomos até as ilhas Maldivas, passamos quase dois meses no mar, minha mãe e meu melhor amigo, antes dele casar.

--- Senhor, --- Diz um homem se aproximando. --- nós avistamos a ilha dele.

--- Obrigado, mova o leme, não podemos esperar mais, ele já deve tá vindo ao nosso encontro.

O homem assentiu e voltou ao seu posto.

--- Você é o que, um pirata? --- Perguntou Luca com um ar de deboche.

Major sorriu, mas não quis responder.

--- Você é muito misterioso, por que quer encontrar esse lugar? Acaso ficou sem o que fazer e resolveu dar margem a mentalidade fértil?

--- Me diz você, por que resolveu entrar em um navio e ir atrás de um lugar fantasioso procurar por informações sobre o pai?

O vento parecia levemente aumentar conforme iam para o mar aberto, Luca olhava no fundo dos olhos de Major, tentando adivinhar de alguma forma seus pensamentos.

--- Meu pai morreu. Não estou atrás de um homem morto.

--- Não me diga que ainda está atrás do seu tio. Luca, você é um homem interessante.

Luca desviou o olhar, não quis mostrar que se sentiu pressionado.

--- Falou o homem que conseguiu roubar um navio Viking do museu nacional.

Major se aproximou, seu rosto parecia um pouco mais velho de perto, rugas e olheiras deixava claro as noites em claro.

--- Você embarcar nesse navio, é simplesmente porque não quer ficar a mercê da dúvida, você já descobriu tudo o que tinha que descobrir fora da água, talvez não tudo porque ainda falta descobrir quem é o tio, tirando isso você já sabe, sabe que sua mãe esconde grandes segredos de você.

Luca o olhou pelo canto do olho, imponente, com a cabeça erguida, cheio de confiança ele sorriu.

--- Você também me parece bastante misterioso, jovem Luca.

•••

--- … foi como eu falei, Luca passou aqui hoje mais cedo e deixou esse bilhete e essa caixa.

--- Obrigado. --- Bruno agradeceu a moça da recepção.

"Desgraçado" pensava Bruno, imaginando corretamente o que estava escrito naquele bilhete.

"Sei que já deve estar furioso, peço perdão…" Bruno leu logo no início da frase. "... Você não me ajudaria se eu pedisse pessoalmente, então aí está meu celular, para todos os efeitos, eu irei passar um período com você em New Jersey, e responderei minha senhora com mensagens de texto, se ela chorar a culpa será sua. A propósito, não sei quanto tempo irei passar fora, mas você é inteligente, sei que pensará em algo caso eu demore e Bruno, deixei o Ted na sua sala, cuida dele."

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⏰ Última atualização: Aug 06, 2022 ⏰

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