Algumas coisas não devem ser tocadas. Como a arte num museu, elas só podem ser admiradas de longe.
Trancadas a sete chaves em vitrines, a posse nos é fadada. Coisas raras, valiosas e lindas. Rosé era uma delas.
Proibida. Eu nunca pude me aproximar o suficiente ou tê-la por completo. A mim só restava contemplar sua beleza a distância em toda oportunidade que me era dada. E eu o fiz.
Houve vários momentos oportunos, mais do que consigo enumerar. Hoje em dia eu penso nesses pequenos instantes como dádivas dos céus. E eu me apaixonei por Rosé em todos eles.
Em nosso primeiro encontro, num estúdio fotográfico do centro da cidade, ela estava particularmente restrita. Eu mal pude vê-la em meio as várias pessoas que a cercavam tentando conseguir um pedaço dela, nem que fosse sua caligrafia num pedaço de papel ou um milissegundo de sua atenção. Nesse dia tive apenas vislumbre de sua bela figura.
Na época eu era uma estilista respeitada no ramo, ela uma estrela no auge da indústria musical. O empresário dela me procurou desesperado depois do antigo estilista ter largado o cargo às vésperas de um ensaio importante para uma revista renomada, eu aceitei a proposta por um preço alto e cancelei todos meus compromissos da semana. Algumas reuniões depois um contrato foi assinado e nossos caminhos finalmente se cruzaram.
Minutos antes de Rosé chegar eu estava de costas para a porta classificando os figurinos da arara tentando decidir quais seriam melhores aproveitado, mas mesmo assim foi fácil notar sua presença não apenas por causa do borburinho que se espalhou rapidamente ou pelos gritinhos abafados da estagiária ao meu lado, mas por sua causa da inconfundível voz saudando a todos.
Desde o momento que ela pisou naquele estúdio até sua saída não houve nenhum momento em que Rosé não foi atenciosa com as pessoas seja dando autógrafos ou se reverenciando para os mais humildes funcionários. Sua alma era gentil e seu coração era puro.
Como qualquer ser humano minimamente antenado no mundo dos famosos eu já havia ouvido falar dela. Rosé estava sempre nos maiores outdoors, as músicas não saiam do topo das paradas, os ingressos esgotavam em segundos, a banca onde eu passava para comprar meu café matinal parecia mais um fã clube com tantas revistas com seu rosto estampado.
Muitos amavam Rosé, alguns queriam ser ela, vários queriam ter ela. Mas, ninguém a conhecia realmente. Não como eu conheci.
A sessão foi mais longa do que eu esperava e todas combinações feitas por mim acabaram no corpo esbelto dela, acentuando suas curvas divinamente moldadas e agraciando as lentes da câmera, os flashes e os olhos de todos que a assistiam.
Os cabelos loiros e longos com alguns cachos naquela ocasião me lembraram de Marilyn. Rosé possuía o mesmo rosto milimetricamente esculpido, corpo estonteante e uma áurea magnética da estrela de cinema, ninguém conseguia evitar de ser atraído por ela.
Não me esqueço da última roupa, principalmente porque foi nesse momento que ela me notou. Seu empresário queria encerrar o dia, mas Rosé o ignorou e foi até a arara parcialmente vazia, parando de frente para mim enrolada em um roupão branco.
O ar esvaieceu de meus pulmões quando a olhei nos olhos, parecia um crime existir diante de sua presença. Minha existência era minúscula perto de sua grandeza.
Seu sorriso ganhou forma quando peguei a última peça, um vestido preto simples de apenas uma manga longa e com uma estreita abertura na perna esquerda. No dia fiquei em dúvida se devia leva-lo pois pouquíssimas pessoas seriam capaz de vesti-lo bem, mas em Rosé ficou deslumbrante, ainda mais do que eu pensei ser possível.
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inalcançável. (oneshot) | chaennie (pcy + kjn)
Fanfiction|CONCLUÍDA| Jennie possuía muitos arrependimentos na vida, mas o maior deles era não ter mantido Rosé segura quando teve a chance.