E o destino mais uma vez pregava uma peça no casal do momento. Talvez o destino vivesse pregando peças, fazendo sacanagens e brincando com a cara das pessoas, mas que tinha assuntos inacabados com aqueles dois... Ah, o destino tinha! Não era possível! Afinal, ele é a favor ou não de tudo dar certo? Talvez dependa de nós para funcionar, talvez não. Talvez nós sejamos apenas idiotas o suficiente para acreditar no destino.
Três pessoas. As três trocavam olhares, e esses olhares, eram totalmente diferentes. Anastásia, com o pulso latejando, os olhos cheios d'água e o coração prestes a ser quebrado, olhava com pavor para a cena, temendo o que quer que viesse pela frente. Dean, com um sorriso satisfeito no rosto, o sentimento de dever cumprido e ao mesmo tempo culpado, esperava pelo soco na boca e o olhar magoado de sua amada. E Christian, esse era o pior de todos, sentia todos os ossos do corpo doer, uma dor insuportável no peito, algo irreconhecível para ele, os olhos ardidos de raiva e choro, o coração, ao contrário do de Anastásia, já estava completamente quebrado em muitos pedacinhos. Aconteceu no exato momento em que colocou os olhos na cena que muitas vezes havia passado pela sua cabeça, mas que nunca pensou vê-la se tornando realidade.
Enquanto ele se aproximava dos dois, um filme passava pela cabeça de Christian, encaixando as peças que faltavam no quebra-cabeça, entendendo as coisas e tirando as malditas conclusões precipitadas. Sua mente já repleta de pensamentos absurdos, apesar da dor insuportável que sentia, a qual tentava ignorar, ele procurava manter-se firme e forte, para, assim, poder dizer tudo o que queria, xingar e ter o direito de entender o que diabos era aquela cena. A sua garota, a qual ele era apaixonado, aos beijos com seu ex. Há poucos minutos que eles haviam trocado juras de amor e ele havia sido um completo idiota, bobão apaixonado por se entregar a ela, e o trair no minuto em que ele desviava a atenção, no segundo que virava as costas? Como foi capaz? Havia achado esse tempo todo que ele era o pior dos dois, por fazê-la sofrer e ser tão desconfiado, não ser o suficiente pra ela, mas, no final de tudo, ela era a pior e o havia enganado da pior forma.
Isso na cabeça dele.
Pensando nisso, ele fitou apenas Dean, pois sentia que se olhasse para ela, perderia o controle, sentiria a dor em seu peito mais forte ainda e abaixaria a guarda. E isso, definitivamente, não poderia acontecer naquele momento. Anastásia, quando pensou em abrir a boca para se pronunciar, viu Christian levantar o dedo em sua direção, sem a olhar... O que levou á ela o silêncio novamente.
— Vai me dizer o que está fazendo ou vou ter que fazer você falar? — Christian disse com um sorriso falso na tentativa de manter o tom civilizado, o que, era totalmente inútil, já que sofisticação e civilização não eram o seu forte.
— Isso é uma pergunta bem tosca, já que você acabou de ver... — Dean respondeu de um jeito desafiador, pronto pra falar e fazer o que fosse preciso para o seu plano sair bem sucedido. Ele pensara, já que magoou Anastásia de um jeito ou de outro, não custa, pelo menos, terminar o que começou e tirar ele de uma vez por todas de seu caminho. — Mas se quiser ouvir detalhes de como a sua namorada beija bem, quem sou eu pra te julgar? Cada um com seu gosto! — Riu fraco, recebendo um olhar completamente confuso e inaceitável de Anastásia.
Christian respirou fundo, uma, duas.... três vezes. Apertou o punho com força. Imaginando milhares de maneiras de acabar com aquela figura na sua frente.
— No começo, eu não fazia ideia de como vocês acabaram juntos, quer dizer, não entendo como ela quis você, mas entendo o motivo de querer ela... — Sorriu malicioso, lançando um olhar cafajeste dos pés a cabeça de Anastásia. — De homem pra homem, cá entre nós, é muito gostosa! Fala aí, cara?!
E então, foi o limite para Christian, tudo que Anastásia conseguiu ver foi um vulto passando por ela, o punho de Christian socando a mandíbula de Dean. E tudo piorou. Um bolinho de pessoas circulando em volta, e a atenção da festa, agora, era toda ali. Anastásia gritava, batia os pés, chorava para que parassem, mas não era ouvida, não queria se aproximar ou se intrometer, não porque temia que algo acontecesse com ela, mas sim porque era responsável por um pequeno ser dentro de seu ventre, e por ele sim, ela temia, e temia muito, de todas as maneiras. Queria que Christian a escutasse, que gritasse com ela, ou, que ao menos, olhasse para ela! Que a olhasse daquele jeito carinhoso que ela estava acostumada a ver, não com o desprezo que ela havia acabado de notar em seu olhar.
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Sempre foi Você
RomanceAnastásia Steele e Christian Grey passaram a ser vizinhos há pouco tempo, estudam na mesma escola e fazem o último ano da escola juntos. Eles tem uma certa implicância e "ódio" um pelo outro desde que se conheceram, mas isso muda com o passar do te...