𝑁𝑖𝑛𝑒𝑡𝑒𝑒𝑛

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𝗘𝗦𝗧𝗘𝗙𝗔̂𝗡𝗜𝗔 𝗣𝗢𝗩
Hoje eu chego cedo na escola, visto que peguei carona com minha mãe. Encontro com Altagracia e Yolanda no momento em que chego e logo vou para a sala.

Assim que me dou conta de que a primeira aula seria Sociologia, comecei a ficar um pouco tensa.

Ela me deixa nervosa.

Eu não sei como agir. Às vezes penso que a senhora Vargas é bipolar, porque um dia ela me trata normalmente, no outro ela me provoca até chegar ao ponto de transarmos na sala dos professores. E em outro dia, ela me ignora como se não tivesse me chupado igual uma sanguessuga.

Mas quanto mais ela me confunde, mais minha curiosidade sobre essa mulher aumenta.

E pensando na Saray, ela chega em classe. Hoje ela estava diferente, sempre bonita, mais agora ela havia uma áurea sensual nela e em seu traje. A mais velha usava uma blusa branca de botão com os dois primeiros botões abertos, deixando um decote a mostra e a renda de seu sutiã preto. As mangas de sua blusa foram puxadas para cima. Saia preta acima do joelhos que contornavam perfeitamente suas pernas e seu quadril. 

E aquele quadril era de se admirar!

Cabelos presos em um rabo de cavalo alto, e saltos da mesma coloração eram o que caiam sobre a mulher. Seus olhos estão sempre bem marcados de lápis preto, o que deixa seu olhar profundo e sensual, mas hoje ela tinha caprichado no preto debaixo dos olhos. Seus lábios foram preenchidos por um batom vermelho bem forte.

~ Bom dia turma! Eu vou começar a chamada. - diz a professora Saray.

A mesma encerra a chamada e começa a passar no quadro o conteúdo de Cultura, Sociedade e Homem.

~ Mulher, as fofocas do acampamento estão correndo pela escola inteira já, não deu nem um horário de aula. - Alta me cutuca.

~ Verdade, e todas são do jogo que fizemos na fogueira. As verdade que foram ditas, os desafio e o melhor, a briga das irmãs. - Yolanda completa.

- Agora está explicado os olhares tortos que eu senti quando caminhava por todos os corredores. "A garota que empurrou sua meia irmã na fogueira em um jogo de verdade ou consequência" - suspiro alto.

~ O fora que você deu no Fábio também está bem falado. - diz Altagracia.

~ Ele gosta de ti, Hierro me contou. - Montero exclama.

- A gente se quer trocou um olhar.

~ É porque você estava ocupada trocando olhares com aquela lá. - Yoli sorri de canto. ~ Se eu fosse você, eu teria o beijado. Melhor do que aquela mulher que é anos mais velha que você.

- Que bom que você não sou eu.

~ Você não está tentando arrumar o Fábio para ela não né? - Alta arqueia as sobrancelhas e questiona.

Altagracia é o tipo de amiga que te apoia em tudo, não importa o nível da loucura.

~ Senhorita Lascurain, senta aqui na carteira da frente, por favor. Vou separar esse grupinho aí, que está conversar demais! - diz a senhora Vargas.

Ela parecia nervosa por não ter meus olhos nela como eram de costume. Seus olhos encaravam os meus, como se falasse pelo olhar. E a tensão sobre a boca, comprime seus lábios.

O silêncio absoluto da turma se faz presente. Nenhuma turma da escola era acostumado a ver Saray estressada, xingando, sendo chata ou trocando alguém de lugar. Seus xingamentos sempre levavam a turma a gargalhadas, deixando o clima mais leve. Visto que usava um linguajar engraçado ou da nossa geração. Mas não foi isso que aconteceu desta vez...

Faço o que a professora pede e ela dá continuidade a sua aula, agora explicando o conteúdo que passou no quadro. Visto que estava conversando, começo a copiar o conteúdo durante sua explicação.

A professora Saray se senta em minha mesa, enquanto explica, logo tampando minha visão para o quadro. Ela gesticula com as mãos e cabeça, cruza as pernas e balança os pés devagar. Sua saia sobe, dado que estava sentada, e eu tinha visão de suas belas coxas nuas.

Ousada.

Ela acairia suas pernas enquanto olhava para mim com um olhar malicioso.

Se eu não estivesse dentro de uma sala com uns 24 outros alunos, eu não responderia por mim.

~ Vou passar a folha de exercícios. - Saray desce de minha mesa e diz. Ela entrega as folhas e se senta em sua mesa, esperando os alunos terminarem.

Agora como a Vargas quer que eu faça esses exercícios com ela sendo minha distração durante toda a explicação?

- Senhora Vargas. - levanto minha mão e ela apenas olha seriamente, me esperando dizer algo a mais. - vem aqui, por favor? - a professora se levanta, vai até minha mesa e agacha ao meu lado, ficando da minha altura.

- Me ajuda na um?

~ Mas a um é a mais fácil, Lascurain. O que foi? Tem algo te atrapalhando nos estudos? Porque isso eu já passei mil vezes para vocês...

Cínica.

- Sim... Talvez eu precise de umas aulas de reforço... - sem perceber mordo a caneta, fazendo uma expressão sexy durante a aula.

~ Uhm... - ela abre uma pausa considerável para pensar. ~ Não. Você vai estudar sozinha, mo ci nha.

Audaciosa.

O sinal toca, me livrando de completar, ou melhor, iniciar essa atividade.

[...]

O horário de Educação Física foi da mesma maneira de todas as aulas dessa matéria. Eu ficava no banco vendo a classe jogar o que fosse que o professor passasse.

A aula finalizou e por mais que eu não tivesse feito movimento algum, eu precisava de água, visto que fiquei no sol quente na quadra.

O próximo horário seria com a professora Macarena, portanto sem demora pego minha garrafa de água para encher. Porque se ela entrar na sala de aula antes do aluno, ela não o deixa entrar, não importa quantos segundos de diferença ou qual a desculpa.

Compareço ao bebedouro e vejo a senhora Ferreiro sair da sala do terceiro ano. Ela cruza o corredor comigo e seu olhar vai de encontro ao meu. Ela me olha torto, de uma maneira muita estranha que me deixou até desconfortável.

Será que ela percebeu algo?

Isso me faz refletir se foi capaz de ver algo ou deixar entendido o que sucedeu no banheiro do acampamento.

Bom, ela pode apenas ter achado estranho uma aluna e professora no banheiro juntas... Ou então ela só não gosta de mim e estava olhando assim por isso.

𝐌𝐲 𝐅𝐚𝐯𝐨𝐫𝐢𝐭𝐞 𝐓𝐞𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora