Já era o horário do almoço e sunoo ainda não tinha visto niki em nenhum canto, sabia que ele estava na escola por causa da mochila pendurada na cadeira vazia bem na sua frente, o dia parecia tão solitário.
Decidiu então procurar de novo o japonês pela escola, já estava começando a ficar preocupado com esse sumiço tão longo.
Por mais que Niki sempre fosse acostumado a cabular algumas aulas, ele nunca tinha ficado o período inteiro da manhã sem aparecer ou dar notícias, nem mesmo as suas mensagem ele respondia, apenas visualizava.
Andando pelos corredores, o kim se questionou pela milésima vez se tinha feito alguma coisa para chatear seu amigo. Mas nada lhe vinha a mente, eles tinham passado a noite anterior juntinhos em ligação jogando minecraft.
Se lembrava de niki reclamar vez ou outra de uma dor no pé do estômago, mas pensou que já tivesse passado.
Olhou dentro da sala de música e nada do japonês.
Quase desistindo de procurar, se lembrou tardiamente do período menstrual do amigo. E se puniu internamento por ter se esquecido de algo tão importante e que acabava totalmente com o humor do japonês.
Passou na enfermaria com pressa e pegou aquele pacotinho que Niki tanto odiava, alguns remédios e uma bolsinha térmica de água quente. Sabendo exatamente onde seu melhor amigo estaria.
Assim que chegou no banheiro dos funcionários, sunoo conseguiu ouvir um choro baixinho, abafado.
Foi até a última cabine e passou o pacotinho por baixo da porta, ouvindo então um soluço antes que uma mãozinha magra pegasse com desânimo o absorvente.
Decidiu ficar quietinho enquanto esperava pelo japonês encostado na pia, estava um tanto nervoso para lidar com o loirinho emburrado e provavelmente muito triste.
Quando a porta da cabine se abriu, o coraçãozinho do kim se despedaçou ao ver o japonês com as bochechas vermelhas e os olhinhos inchados depois de tanto chorar.
Estava pronto para seguir Niki até o terraço como sempre faziam quando o período dele chegava, mas diferente de todas as outras vezes, sunoo se surpreendeu quando foi abraçado bem forte pelo loirinho que enterrou o rosto no seu pescoço e rodeou os braços pela sua cintura.
— Eu me odeio tanto, sun... — a voz abafada do niki tremeu, como se estivesse prestes a se desfazer — Eu queria tanto gostar do meu corpo do jeito que ele é, eu sou tão ingrato.
— Ei ei, nada disso... Você não têm culpa de nada disso, está tudo bem em não se sentir bem com esse corpo.
Sunoo segurou o rosto do mais novo que já estava alguns centímetros mais alto entre as mãos, acariciando as bochechinhas.
— Não tem problema não se identificar com o corpo que nasceu, nini. — encarou bem no fundo daqueles olhinhos tristes — Você só não pode se isolar assim, você sabe que eu estou aqui com você e que vou cuidar de ti. Não deve ligar para o que seus pais falam também, aposto que eles falaram um monte né? Só pode ser coisa da sua mão essa se "ingrato".
O japonês balançou a cabeça em concordância, fungando baixinho. Assim que tinha chegado na escola e foi no banheiro, ele percebeu que seu período tinha chegado e decidiu ligar para sua mãe o buscar, o que foi uma péssima escolha. O japonês só acabou ouvindo um monte de sermão sobre ele ser sim uma menina e que ele nunca ia deixar de ser uma, e também escutou diversos insultos sobre ser ingrato e nunca agradecer.
— Está doendo muito, né? Eu trouxe alguns remédios e uma bolsinha de água quente. — sunoo continuou, levando a destra até a barriguinha lisinha do japonês, fazendo um carinho casto por cima da blusa. — afinal, você é meu irmãozi...
— Não sou seu irmãozinho.
Niki se afastou a contragosto, tendo um biquinho emburrado nos lábios enquanto ia para o corredor, ele não gostava quando sunoo o tratava como se fosse seu irmãozinho. Mas só conseguiu atravessar metade do caminho antes de sentir uma dorzinha aguda no estômago, segurando o local enquanto se curvava.
Porém um coreano atento e preocupado chegou antes que o mais novo tivesse uma crise de choro e começasse a se próprio desprezar de novo, rodeando a cintura dele com os braços e colocando a bolsinha sobre o seu estômago.
— shh, tá tudo bem, eu tô aqui contigo nini... logo logo essa cólica passa, vem vamos para essa sala, tá bom?
Incentivou o japonês a andar até a sala de aula vazia que ficava de frente para o banheiro em que estavam.
— vem, senta aqui.
Os dois se ajeitaram no fundinho mais escondido da sala, sentados um de frente para o outro com as pernas parcialmente enlaçadas. Sunoo estava quase no colo de niki, caso não estivesse sentado no chão.
O kim percebeu no último período de niki que ele adorava ficar nessa posição, pois ele podia curvar o corpo ao mesmo tempo em que deitava o rostinho no seu ombro. Mais algumas palavras foram trocadas entre eles até que o mais novo estivesse calmo e menos triste.
— Eu não sou seu irmãozinho tá bom, sunoo.
Falou baixinho, levantando o rostinho e encarando o do sunoo de pertinho, este que sorriu e concordou com a cabeça.
— Tá bom, você não é meu irmãozinho niki. — aproveitou a proximidade dos dois para roubar pela primeira vez um selinho dos lábios japonês que estavam curvados num biquinho.
Ambos ficaram vermelhos timidamente e riram baixinho.
Niki já se sentia bem e sunoo não estava mais tão preocupado quanto antes.
Mais tarde Niki passaria o dia todo na casa do sunoo todo carente e quietinho nos braços dele, recebendo carinho, beijinhos e tudo que pedisse, já que o Kim não sabia negar nada para ele.
Quando escurecesse, ele também dormiria junto do sunoo e faltaria o resto da semana de aula, em parte por não se sentir bem e outra para que ficasse juntinho do seu melhor amigo.
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I hate myself - sunki
Fanfiction[ 𝗄𝗂𝗆 𝗌𝗎𝗇𝗈𝗈 + 𝗇𝗂𝗌𝗁𝗂𝗆𝗎𝗋𝖺 𝗋𝗂𝗄𝗂 ] 𝖿𝗅𝗎𝖿𝖿𝗒, 𝗌𝗈𝖿𝗍. onde sunoo tenta ajudar niki a todo custo. #5 - enha