Capítulo um

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Onze anos depois

Agatha (Beca)

Hoje o dia no bar estava agitado, não parei um segundo de preparar bebidas e lavar copos. Esse estabelecimento em fachada não era apenas um bar, mais também um fornecedor clandestino de prostituição, clube de dança pra todos os tipos de gostos. Mas é melhor que antes. Alguns babacas mechem comigo, mas nada do que eu já não sabia lidar.

Falta secar os copos pra eu finalmente ir embora, foi muito cansativo o dia. Estava com uma tenção na cabeça que ia descendo a minha coluna, e aquela grande vontade de toque humano. Ultimamente minha vida sexual anda muito agitada, isso, claro, por livre espontânea vontade. Apertei as pernas na tentativa de conter meus pensamentos eróticos. Era a única coisa que me aliviava ultimamente.

-Como foi hoje, Beca? -perguntou a Carina de cima do palco de dança, afastando meus pensamentos.

-Uh pesado viu, não parei um minuto, e você? -falei em alto tom pra ela escultar pelo volume da música. O último homem finalmente já vai sair da casa.

-Até que foi tranquilo, menina, mas você acredita que eu só fiquei com velhos asquerosos. Que nojo! -disse gritando e fazendo cara de nojo. -Vou esfolar minha pele do tanto que eu vou esfregar.

Ri alto respondendo: -Esse é o bom da minha profissão, uns babacas foram babacas, mas nada demais.

-Sim e o da minha é isso. -abanou o leque de dinheiro em suas mãos. -Mil e duzentos reais por oito horas, baby. Duzentos por programa.

-Isso é instigante, gata, mas eu descobri que dinheiro não é tudo não. E tem mais, duzentos reais pra mim, é muito pouco, passar por isso daí. E já me ofereceram vinte mil por uma noite. -as meninas sempre queriam me levar pra esse mundo, mas já vivi coisas o suficiente pra saber que não vale a pena, isso é nadar contra correnteza

-E você não aceitou sua louca? Ficando mais velha você vai descobrir que dinheiro é tudo sim, gatinha! -respondeu gritando.

-Tá, eu vou embora porque já é quatro horas da manhã. -coloquei meu moletom grande e confortável, colocando meu teaser de choque no bolso, esse era tão potente que derrubava até um boi. Eu gostava de voltar correndo pra casa, era dois quilômetros daqui. Correr de madrugada era uma das poucas coisas, além do sexo, que me ajudava a ansiedade.

Recolhi o lixo, desligando o som e saindo em direção a porta dos fundos, pra deixar o lixo no beco, onde ficava a lixeira.

-Tranquem a porta meninas, beijo. -gritei pra elas ouvirem.

Elas gritaram de volta se despedindo.

Tinha um carro preto estranho parado ali, só o Tarcísio estacionava ali, e eu conhecia o carro dele. Fui em direção a lixeiro jogando o lixo. Quando ouvi uma voz masculina falar meu nome.

-Agatha Flor Márquez. - um cara por voltas de uns cinquenta anos disse se aproximando com uma pistola na mão.

-Como você sabe meu nome? Não se aproxime de mim. -coloquei a mão no bolso segurando firme o teaser. Ele ignorou minha ordem e chegou bem perto de mim, a um passo, e foi aí que eu dei a descarga elétrica na barriga dele sem dó. Ele caiu no chão gemendo de dor.

O AssaltanteOnde histórias criam vida. Descubra agora