Capítulo 8 👑

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Vamos para mais um capítulo!

Surtos e mais surtos ❤️










O problema do beijo era simplesmente que eu não conseguia parar de pensar nele.

Eu até tentei.

Alexander, Jace e os guarda-costas já tinham ido embora fazia tempo quando voltei para dentro de casa. Nem mesmo o estupor embriagado ou a ressaca latente da manhã seguinte conseguiram apagar a imagem do meu cérebro.

Não conseguia prestar atenção nas reuniões da minha mãe, não tinha ânimo para estudar as leis do Congresso, e nem a ideia de iniciar um boato novo com Camille parecia interessante.

Começei o último semestre da faculdade, então havia muito a ser feito, incluindo planejar meu jantar de formatura com o secretário social. Mas, por baixo de tudo aquilo, estava o beijo do príncipe da Inglaterra sob o luar que refletia em seus cabelos, e a lembrança das minhas entranhas totalmente derretidas.

Eu queria me jogar do alto das escadas presidenciais.

Não havia contado para ninguém. Nem mesmo para Maia e Camille. Não saberia dizer o que aconteceria se contasse.



Será que Alexander havia planejado me beijar desde o começo quando nos conhecemos?

Foi por isso que tive que assinar um termo de confidencialidade?

Aquilo significava que ele sentia alguma coisa por mim?

Por que ele agiria como um babaca por tanto tempo se ele gostasse de mim?




Alexander não me deu nenhuma dica, por assim dizer. Ele não respondeu nenhuma de minhas mensagens e nem atendeu minhas ligações.

"Certo, chega." - Maia diz em uma tarde de quarta-feira, saindo de seu quarto e entrando na sala do corredor compartilhado por nós dois. Ela estava com suas roupas de treino e o cabelo preso em um coque. Enfiei o celular no bolso na hora. - "Eu não sei qual o seu problema, mas faz duas horas que tento escrever e não consigo enquanto ouço você andar de um lado pro outro." - Ela joga um boné de beisebol em minha direção. - "Vou dar uma corrida e você vem comigo."

Rag nos acompanha até o Espelho d' Água onde Maia chuta a parte de trás do meu joelho para eu começar a correr, e eu resmungo.

Enquanto eu corria, corria e corria, eu só pensava que o mais idiota de tudo aquilo é que eu era hétero. Pelo menos, eu tinha quase certeza que era.

Bem, fazendo uma retrospectiva de alguns momentos no passado para confirmar que eu não curtia meninos, eu conseguia lembrar de ter beijado uma menina pela primeira vez e não ter pensado em nenhum menino enquanto aquilo acontecia. Ou quando estava no segundo ano do ensino médio e um dos meus amigos tinha acabado de sair do armário, e eu não consegui me imaginar fazendo o mesmo. Ou no último ano, que fiquei bêbado e dei uns amassos com Will na cama de solteiro dele por uma hora, e não tive nenhuma crise sexual depois disso.

Isso devia significar que eu era hétero, certo? Porque, se eu curtisse homens, teria sido assustador estar com um, mas não foi. Era só assim que melhores amigos adolescentes tarados agiam às vezes, gozavam ao mesmo tempo assistindo pornô, ou passavam a mão um no outro... e eu tinha feito as duas coisas com Will.

Maia me olhava desconfiada, eu podia ver pela curva dos lábios dela. Será que ela conseguia ouvir meus pensamentos? Será que, de alguma forma, ela sabia? Ela sempre sabe de tudo.

Quando a Coroa diz NÃO, mas o Coração diz SIMOnde histórias criam vida. Descubra agora