Ao contrário do que pensara, o mês transcorreu tão rápido que Bakugō não saberia dizer se estava vivendo ou somente contando os dias para encontrar Kirishima (para sermos honestos, a segunda opção era a mais confiável).
Ok. Talvez, ele tenha entrado em modo automático na tentativa de não surtar totalmente perante Camie e seus pacientes (a funcionária sendo a primeira a saber do encontro, já que o convite surgiu quando almoçavam juntos e Katsuki estava atônito demais para não dar com a língua nos dentes). Não que tal tática tivesse surtido efeito nos primeiros catorze dias; somente após esse período de "cair a ficha" - e muita análise - que sua vida meio que entrou nos eixos e Bakugō começara a agir de modo mais... natural, digamos assim.
Mesmo após semanas, ele ainda conseguia lembrar perfeitamente do conteúdo da fatídica ligação, repassando-o em um maldito looping que enregelava suas entranhas de forma bizarra toda vez que se pegava pensando nele - ou, de forma esporádica, quando Kirishima comentava sobre o assunto através de mensagens.
O namorado aparentava estar tão ansioso quanto ele, e era compreensível... Afinal, como não surtar a cada vez que o simples pensamento de "vou conhecer pessoalmente meu namorado virtual" surgia na mente?!
Bakugō estava ansioso demais para conseguir esconder tal evento dos amigos (ou de qualquer outra pessoa), até mesmo seus pais perceberam que algo fora do comum estava acontecendo com ele - e questionaram, claro. Não era preciso conhecê-lo a fundo para perceber a mudança drástica na postura sempre tão altiva e barulhenta de Bakugō, para modos mais cometidos e distraídos no dia a dia... Sua mãe e o "Principezinho maldito" foram os primeiros a notarem isso, inclusive.
Contar a novidade para eles foi fácil, muito fácil; o difícil estava sendo acalmar os ânimos com o passar dos dias... e a chegada cada vez mais próxima do tal encontro, que estava circulado pelo menos três vezes de vermelho no calendário sobre a escrivaninha do quarto.
Puta merda, ele estaria encontrando Kirishima em menos de 48 horas.
Bakugō suspirou com a constatação e resolveu afogar, com um novo gole de café, o inconveniente frio na barriga. O sabor amargo desceu pela garganta feito ondas fumegantes, aquecendo tudo que tocava pelo caminho. A agradável sensação de calor espalhou por todo o corpo, fazendo-o imaginar se esta seria a mesma sensação quando finalmente abraçasse o namorado...
Kirishima era um homem de porte grande, ao menos era o que aparentava pelas fotos e vídeo chamadas, de sorriso fácil e olhos gentis... E não foram poucas as vezes que Bakugō se perguntou qual seria a sensação de ter aqueles longos braços ao redor do próprio corpo.
Ele se pegava questionando se o toque dele seria áspero ou suave contra sua pele? Se o encaixe seria perfeito ou desengonçado na primeira tentativa? A sensação de calor e acolhimento estaria presente desde o primeiro instante? Em suas fantasias, Bakugō não tinha dúvidas que sim. Bakugō também gostava de imaginar sobre o cheiro... Qual seria o cheirinho de Kirishima? Ele preferia usar perfumes do tipo amadeirado ou usava algum feminino, extremamente doce e enjoativo? Com todo aquele papo sobre "coisas másculas" e virilidade, ele não se surpreenderia se Kirishima usasse alguma fragrância com cheiro bem marcante "de homem".
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Everything Has Changed | KiriBaku
Fiksi PenggemarNão tendo o namorado ao seu lado o tempo todo (por morarem em estados diferentes), Bakugō costumava valorizar ainda mais os raros dias em que conseguiam usufruir da companhia um do outro, e com a proximidade do inverno, uma data importante fazia mor...