Tankhun - Pequenas Histórias #KhunTemBig

12 - Dores verdadeiras e falsas esperanças...

                                 Vegas e Wuhan foram ao encontro de Big e Tem e encontraram os dois muito tristes e desiludidos. O empresário estava até falando em se esconder na caverna. Vegas ligou para o marido para que ele viesse cuidar dos amigos. Ele, ao ouvir da caverna, lembrou-se que Big foi o único que acreditou que Tem estava vivo e lutou contra tudo e contra todos para trazer o amigo de volta da tempestade.

                              Uma pequena ilusão ainda iluminava a mente entorpecida de Vegas: e se Tankhun estivesse vivo?

                               Wahun já tinha dito para Macau que o irmão mais velho não estava enfrentando o luto muito bem, mas agora já era demais. E doía nele ver seu ídolo acreditando no impossível. Como assim Tankhun vivo? Todos os índices apurados por Arm e Jom davam conta da morte do primo.

                             Pete, ainda ao telefone, apoiou o marido, para desespero de Wahun e Macau. Mas eles não iam desafiar o irmão e o cunhado que sempre foram como seus pais.

                            Pete e Wahun levaram Big e Tem para a casa Theerapanyakul e Vegas saiu da casa dos amigos para o aeroporto levando a pequena mala que Pete tinha trazido.

                           Jom recebeu o amigo aflito. O abraço trocado no encontro dava conta do desespero e saudade que eles sentiam de si e do amigo morto.

                           As imagens do aeroporto mostravam alguém com o casaco de Khun e Jom tinha certeza que era ele, mas Vegas não acreditava.  Vegas acreditava que a pessoa era menor que Khun. Chegou até cogitar que um homem que seguia ao lado do que a polícia dizia ser Khun fosse o verdadeiro primo, embora estivesse com casaco e roupa de montaria ou algo similar, uma mochila enorme nas costas e uma espécie de chapéu escocês, que obviamente inviabilizava qualquer reconhecimento..

                         O amigo Jom acompanhou Vegas em sua busca inglória, mochilaram seguindo uma rota que eles imaginaram que o outro seguiria. Entretanto não era um passeio turístico, era uma busca.  As pessoas olhavam para aqueles jovens elegantes procurando um senhor que se chamava Senhor ou algo assim.

                         Nas trilhas de mochileiros tanto os de pequenos hotéis quanto os de albergues a notícia se espalhou mais pelo fato do cunhado do idol Chay e, consequentemente irmão dos cantores Kinn Theera e Kim Panyakul, estar morto do que realmente a desconfiança de que ele estava perdido entre caminhos e trilhas. Para todos, alguém assim jamais se arriscaria andando com uma mochila nas costas... E talvez estejam certo. O  próprios amigos desconfiariam dele se soubesse que tentou fazer algo assim e sozinho.

                         Vegas e Jom tentaram manter acesa a esperança, mas só fizeram mesmo é espalhar fotos por todos os lados. 

                        O hotel ligou informando que na verdade o senhor Tankhun tinha feito uma troca de cheque de viagem por dinheiro nacional no momento em que solicitou o encerramento de sua conta. 

                         A nova  informação mexeu ainda mais com a esperança do primo. O empresário se perguntava por qual motivo alguém que vai embarcar de novo ao seu país, troca cheque de viagem por euro e dólares? Entretanto nada disso mudou o fato de que o primo esteve no aeroporto momentos antes do embarque; seu último sinal também esteve ali e as filmagens mostra ele indo em direção ao portão de embarque agindo normalmente.

                        Depois de dias, Vegas voltou para as últimas celebrações funerais do primo, ainda sentindo que ele não estava realmente morto...

                         Os ritos finais ocorreram sem interrupções e a família se isolou na casa da praia. Kim, Kinn e Chay suspenderam as suas agendas, abraçando os parentes e amigos próximos que não os abandonaram.

                        A dor da perda isolando-os. As lembranças do irmão mais velho que abriu mão de seus sonhos por eles, alimentando a alma.

                       Vegas, mesmo sendo o único que ainda não assimilou a morte de Tankhun, assumiu as responsabilidades da família do primo, garantindo a Kinn e Kim que eles não precisam deixar suas carreiras para cuidar do legado dos pais deles. Ele, Porsche, Macau, Pete e agora Wahun darão continuidade ao nome empresarial e cuidarão de tudo como já faziam, agora sem o Khun.

                      Vegas, Porsche e Pete não abandonaram Big e Tem. Além de amigos de todos, para a família Theerapanyakul eles são praticamente os viúvos de Khun. Estão cobertos de carinho e compreensão, mesmo que já tenham voltado para a casa do maestro, os amigos estão sempre por perto, seja abraçando e tentando tirar a culpa deles, seja indo levar alimentos e forçá-los a comer.

                    Os três primeiros dias após o velório foram os mais difíceis porque Tem acabou desidratado e precisou de atendimento médico.

                    Porsche é o que está mais preocupado. Ele teme que o desespero separe esses dois corações.

                    Vegas ainda acompanha notícias de mochileiros. Descobriu sites especializados e tem publicado fotos de Khun, contando histórias sobre ele.

Enquanto isso...

                   Humm e Conrad voltaram de viagem tão logo souberam, por Pete que Big e Tem estavam muito arrasados com a morte de Kuhn.

                    Foram direto do aeroporto para a casa do filho e resolveram que os dois estariam melhor com eles. Amor de pai iria ajudar a diminuir as dores e culpas. Pete ajudou a fazer as malas de ambos. Tem seguia sempre mais cabisbaixo que o outro.

                   Amor, sopinha e comida dos pais de Big o levantaram rápido, ele estava acostumado a este amor. Tem estava reagindo mais lentamente e, apesar de tudo, estava amando ter o carinho dos sogros.

                 Entretanto os dias de lágrimas e sofrimento tinham enfraquecido o rapaz e no fim ele precisou de cuidados médicos mais uma vez. Mesmo com o amor dos pais de Big e o carrinho dos amigos, ele não está reagindo bem. 

                  Conrad teme ter que internar o rapaz, mas o médico chamado para o examinar, informou que é só um forte estresse emocional e estar em casa, cercado de quem se importa com ele, sendo medicado, pode ser mais importante que o isolar em um hospital. 

                    Big não se afasta de Tem. Cuida dele com carinho, verifica febre, aferi pressão e cuida da higiene do outro, auxiliando-o nas poucas horas em que Tem aceita ficar acordado e comer qualquer coisa. 

              Conrad e Humm temem que Big, que já se culpa pela morte de Khun, venha se culpar pela doença de Tem e com isso ser ele o próximo a cair enfermo, por isso o mimam muito, ajudando-o nos cuidados com o namorado, aumentando sempre a carga de amor e não o deixando sozinho. 
              Tudo o que podem fazer de casa, fazem, só saindo para o escritório em momentos que realmente não podem abandonar a empresa e evitando saírem juntos...

              Nos raros momentos em que Tem não chora ou sofre, ele recebe toda essa carga de amor e nesses momentos ele consegue se sentir mais forte...o problema é que seus monstros não vão longe... A culpa ainda é muita grande e a dor a alimenta...