45 - Sakumo é Salvo

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Madara meneou a cabeça e ergueu-se também, sem deixar de notar a urgência que atingiu Sakura quando encontrou o que procurava. O tal Sakumo tinha alguma importância para ela e ele quis imediatamente saber qual. "Esse Sakumo é algum companheiro de esquadrão seu?". Indagou enquanto ambos iniciavam uma corrida ninja ladeando o Naka encosta acima.

Sakura ia um pouco mais a frente, tinha os ombros tensos e apesar do nervosismo aparente, virou a cabeça e o olhou rapidamente. "Sakumo-san era comandante da legião sul, da qual eu fiz parte, durante a Segunda Guerra. Além disso, foi líder dos esquadrões de rastreio, e meu sensei na arte das espadas. Fizemos inúmeras missões e até fomos prisioneiros de guerra juntos...". Sakura sorriu em um misto de nervosismo e nostalgia. "Pode-se dizer que somos amigos, dividimos nosso quinhão de suor, risos e sangue". Ela saltou um grande tronco apodrecido e molhado no chão, se não estivessem com pressa, normalmente dariam a volta nele, tal qual ela e Madara fizeram na vez passada em que passaram pelo caminho.

Madara saltou o tronco também, refletindo sobre as informações dadas por ela. "Então você o respeita como superior?"

"É claro". Sakura afirmou, sem hesitar, apertando o cabo de sua katana, pendurada ao lado do corpo.

Madara não precisava saber que ela já pensou em ser a senhora Hatake.

Ambos flexionaram os joelhos e saltaram para o alto da primeira árvore. Quando pousaram, antes de passar para as próximas, Madara, ao lado de Sakura, olhou para dentro da floresta. "Comandante de uma legião, líder de esquadrões de rastreio, parece ser alguém interessante de se conhecer. Espero que o achemos vivo ainda."

Sakura sentiu seu coração apertar, mas suportando isso, meneou a cabeça. "Eu também espero". Respondeu, temerosa. Então, ambos piscaram rapidamente por entre as árvores do bosque fechado, indo em direção de terras que Madara lembrava-se de pertencer ao clã Inusuka, se é que as coisas após a fundação da Vila ainda eram minimamente parecidas com sua época.

Após uma corrida ninja em alta velocidade para ele e quase insana para ela, a moça estacionou na frente do que parecia realmente se tratar o complexo de um clã ninja. Certamente era o Inuzuka a julgar pela extensa área cercada onde inúmeros cães viviam livres e podiam ser treinados. Madara quis rir pelo tempo que levaram para notá-los ali, no coração da comunidade. De fato este não parecia muito com o Inuzuka de seu tempo porque de outra forma, certamente já teriam sido feitos em pedaços, antes de sequer tocar o chão com suas sandálias shinobi.

Sakura encarou, de cima abaixo, uma residência em estilo tradicional, a luz fraca do sol se pondo irradiava detrás dela e com as portas e janelas todas fechadas, aquela construção parecia até sombria. Madara diria que seus donos certamente estavam fora a algum tempo, isso se não pudesse detectar uma fagulha fugaz de chakra lá dentro.

"Tenho quase certeza de que é aqui". A moça declarou, parecendo hesitante em entrar.

"Já eu tenho certeza de que pelo menos alguém está morrendo lá dentro". Madara informou. "Acho bom você entrar, se não quer perder o homem, seja lá quem seja. Mesmo não sendo o tal Sakumo, é certo que, pela frequência da assinatura de chakra, não tem mais do que dois minutos de vida". Alertou.

A ninja teve um sobressalto com as palavras dele, o que a fez invadir em disparada o alpendre da residência e empurrar, velozmente, a porta shōji. Madara andou até lá, encarando as costas de uma Sakura ofegante, que deu uma rápida olhada por dentro da casa tomada pela escuridão até se dar conta do homem caído no centro da sala.

"Hatake-san!". A jovem médica exclamou, caindo de joelhos ao lado do corpo quase sem vida, que de tanta tensão estava rígido e não a permitia desfazer a posição fetal em que se encontrava.

Inflexão (MadaSaku)Onde histórias criam vida. Descubra agora