Forget-Me-Not

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— Isso é ridículo, Jamie! — grita Sirius, ao olhar as letras douradas no papel. — Ele vai se casar com minha prima, e ainda por cima convida todos, menos eu?

James pega o papel nas mãos do melhor amigo, ainda olhando-o de maneira incrédula.

— Sério, Sirius? O que pretende fazer lá? — ele caminha até o outro lado da sala, se sentando ao lado de Regulus no sofá. — Remus está te poupando, e se poupando.

— Exatamente, e outra, todos sabem que você acabaria fazendo alguma bobeira. — Regulus acrescenta. — É melhor assim, irmão.

Sirius caminha pela sala, sua cabeça gritando que não, não é melhor assim, mas ele sabe que se tentar discutir com o irmão e o cunhado, eles vão refutá-lo mil vezes se for preciso.

Só que, todas as dolorosas verdades que eles jogam na cara do moreno, não podem ser nunca maiores que a promessa que Remus o fizera, dezesseis anos atrás.

Na noite em questão, estavam indo em direção ao sítio da família Black, para comemorar o aniversário de Regulus. Remus e Sirius ficaram encarregados de buscar as bebidas e levar para o lugar, mas, de repente, a Picape se desviou do caminho, deixando ambos com olhos arregalados.

Sirius não saberia o que fazer naquela situação, mas Remus fazia tudo muito bem. Ele sempre fora bom em trabalhos manuais, então desceu para olhar o que estava acontecendo.

— Ei, o pneu estourou, precisaremos trocar. — avisou, parado em frente ao carro. — Pode pegar o macaco aí dentro? Eu pego o pneu novo.

— Remus... — ele falou, temendo o que aconteceria quando o melhor amigo o escutasse.

— O que foi, Black? O que fez agora? Conheço essa sua cara. — disse, ao perceber que ele tinha um meio sorriso medroso e olhos brilhantes.

— Meio que tirei as ferramentas do carro, sabe, estavam ocupando espaço demais, e não daria para levar nossas malas aqui.

— Ah, meu Deus! — falou, tentando se controlar para não xingar o outro. Remus não gostava de ser rude com Sirius, pois o moreno fora criado em um lar agressivo, e sempre ficava mal se tratado de tal maneira. — Tudo bem, procure algum lugar com sombra para você ficar, eu vou tentar dar um jeito nisso aqui.

— Me desculpe por seu um idiota, Rem. — ele pediu.

— Ei, você não é idiota, não é culpa sua. Está tudo bem.

Sirius sentou em uma enorme pedra que havia ali, sob a sombra de uma árvore. O sol estava estridente, e estavam no meio do nada. O moreno sabia que nunca encontraria sinal de telefone ali, mas ainda assim tentou. De todas as formas que conseguiu.

Se passaram vários minutos e ainda estavam na mesma situação. Remus continuava insistindo que faria aquilo sozinho, mesmo sabendo que não conseguiria. Seu rosto estava vermelho e suado.

Em certo momento, Sirius não aguentou mais, saiu de onde estava sentado e caminhou até o loiro. Ele foi hábil em tirar o boné de sua cabeça e colocar com cuidado na do outro, para protegê-lo do sol.

— O que está fazendo? — Remus perguntou curioso.

— Bem, eu estou cuidando de você, já que não posso te ajudar. — disse, depois foi até a traseira do carro, pegando uma garrafinha de água dentro de um dos coolers. — Não acha que deveria parar de tentar? O sol está muito forte.

— As bebidas vão esquentar ali atrás, não podemos ficar aqui.

— Quando eles sentirem nossa falta, vão vir atrás de nós. — Sirius avisou, abrindo a garrafinha d'água e entregando a Remus. — Beba.

I Got The Boy • WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora