Em seu primeiro ano de internato, e depois de fugir de irmãos e ex namorados, Sophie sente que tem tudo sobre controle.
Sua carreira caminha como gostaria,suas amizades e até sua vida amorosa, tudo está exatamente como deveria estar. Mas uma manhã a...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
𝗦𝗢𝗣𝗛𝗜𝗘
O sol alaranjado do final da tarde em Valência invadia o quarto pelas frestas da janela do hotel, ele se negava a ceder ao breu da noite, quase como se aquele dia em específico se recusasse a acabar. A equipe de maquiadores se retirou há alguns minutos e agora éramos apenas eu, um vestido espalhafatoso e meu reflexo no espelho. O piloto estava no quarto ao lado, gravando um milhão de vídeos e fotos com Alicia e toda sua equipe de imagem, tem sido assim desde o fim da corrida que marcou o fim da temporada, desde que decidimos ficarmos juntos de novo, quase não nos vimos desde a conversa tensa em seu motorhome e a ansiedade está estacionada em minha garganta. Mesmo que saiba como é tê-lo para mim, de verdade, com todas as garantias, sinto que estou me metendo num relacionamento completamente novo.
— Opa, desculpa. — O piloto entra no quarto sem muito aviso e meus ombros saltam pela surpresa. Eu estava me esforçando, sem sucesso, em fechar o vestido em meu corpo,e quando percebeu, seus olhos sorriram por ele, mesmo que tivesse pedido desculpas não parecia nada arrependido em flagrar aquela cena. — Pensei que estava pronta, a gente tem horário, sabia? — brinca e reviro os olhos, nossos olhares se cruzam pelo reflexo do espelho enorme à minha frente e uma centelha queima entre minhas costelas a partir do momento que escuto seus passos em minha direção.
— Cale a boca e me ajuda a fechar isso — peço e Fabio confirma com a cabeça, ele arruma o colarinho da camisa branca com pompa, como se se preparasse para algo muito importante, e então se aproxima com cuidado. Seus dedos caem em minhas costas nuas, acariciando da nuca até a base de minha coluna, onde o zíper do vestido começa, um arrepio instantâneo circula minha pele e minha respiração carregada nubla o espelho em segundos, ele sorri ladino percebendo minhas reações desesperadas. Sinto suas mãos subindo sem nenhuma pressa o zíper, e suas írises parecem apreciar cada segundo em que as tem em mim, por fim, quando finalmente estou totalmente vestida, Fabio pressiona seus lábios quentes entre minhas escápulas e meus olhos cerram com a sensação de que todos os nervos de meu corpo estão formigando.
— Estamos atrasados, não é mesmo? — Provoco fitando seus olhos profundamente castanhos no espelho e sua risada bate quente em minha nuca, a mão direita escapa do vestido e agarra minha cintura de forma tão ávida que os nós de seus dedos se tornam brancos, sorrio com a impressão de que se fosse por ele, não iríamos a lugar algum.
— Infelizmente é mesmo. Quero dizer, só estou indo nessa coisa pelo seu irmão — afirma como se só suas atitudes não bastassem, Quartararo tem que vociferar o quanto não queria sair daquele quarto de hotel, e não poderia dizer que me sinto muito diferente no momento, agora que o tenho de novo não quero perder tempo nenhum sem tê-lo para mim.
— Você é tão reclamão. — Gargalho e seus olhos castanhos se apertam em uma ameaça silenciosa. — Vamos, bebe chorão, ou vão homenagear Tom sem a gente lá.
Agarro seu bíceps coberto pelo tecido lustroso e enquanto seguimos juntos para fora do quarto escuto Fabio arfar de tédio como o irritante que é, quero dar risada e repetir isso na sua cara, mas prefiro não provocá-lo ainda mais, sei que ainda que não pareça esse dia é extremamente difícil para ele. Quartararo esperava sair do dia de hoje campeão, era seu sonho, a razão inteira do porquê meu irmão fez o que fez e mesmo que esteja orgulhosa de vê-lo lutar pelo título tão cedo, provavelmente o francês não enxerga o último ano da mesma forma.
