That Tomboy ♡ SuaYeon

35. Sob a chuva

[editado 15/09/24]

SuA não se sentia mais tão bem como nos outros dias. Almejou tanto para que tudo desse certo e no fim tudo deu errado. Bom, nem tudo. Sua aproximação com Siyeon facilitou um pouco todo aquele processo. Mas ainda assim não estava sendo fácil, levando em consideração de que sua própria mãe não a reconheceu. Poderia ela ter esperado o contrário? Afinal, ela a abandonou.

Assim que Hyunbin ouviu através das lágrimas de sua filha, bem como pelas declarações de JiU, seu coração se encheu de raiva e amargura. Ele nunca sequer cogitou na possibilidade de que Kim Bona poderia voltar algum dia. No entanto, ela voltou, causando um grande estrago no emocional da jovem Kim.

Hyunbin se encontrava mais do que furioso. Queria quebrar todos os pertences de seu escritório só de imaginar a imagem fria de sua ex desprezando a própria filha. Vendo SuA chorar feito uma criança perdida em seu quarto, trancafiada, era de cortar o peito. O homem queria tanto cometer uma loucura, todavia, Yejin esteve lá para ser o seu equilíbrio e, depois de muita conversa, conseguiu alcançar a plena sanidade de seu companheiro.

SuA, por sua vez, passou o resto da noite chorando ainda mais. Nem mesmo com a conversa de seu pai e sua madastra conseguiu fazê-la sorrir novamente. Ía de mal à pior e, daquela vez, não iria esperar mais nada do outro dia.

Até que o sábado veio, cheio de raios solares, como um dia não tão quente assim. Era outono em Seoul, um clima que muitos adoram, o que favorecia os passeios aos sábados e domingo, mas não no caso de Kim Bora, a qual não pulou da sua cama antes das nove horas, como sempre faz porque diz ser o correto e saudável. A Kim oscilava suas emoções: uma hora estava triste, outra hora estava com raiva, outra hora simplesmente não expressava nada. Por mais que Hyunbin insistisse nas batidas da porta, a filha não atendeu. Ele então resolveu deixá-la um pouco mais, pois entendia bem o que ela passava.

Tendo uma conversa plena e rápida com JiU, o patriarca logo pode recolher as informações necessárias. Kim Bons agora era uma caça talentos, não mais uma dançarina. Isso explica o fato de seu nome ter saído da mídia por tantos anos. A agência onde ela trabalha fica no exterior, em Nova York. Mas então por que ela veio parar justamente na Coreia do Sul, bem na escola onde sua filha estuda? É muito estranho.

Não perdeu tempo. Ele informou para Yejin sobre o que estava prestes a fazer, pois não gostaria de deixar barato nada do que aquela mulher fez para sua caçula. Hyunbin ama Bora mais do que tudo nessa vida. Fazer mal para sua filha é como um atentado a ele mesmo. Não suportava a ver chorando tanto e saber que grande parte dessa culpa provém da mulher que os abandonou há muitos anos.

Quando Bona os deixou, Hyunbin mal teve a coragem de interrogá-la. Se julgou covarde por muito tempo. A verdade é que ele unicamente se lembra da cena em que chegava de seu trabalho, encontrando a pequena Kim dormindo num sono profundo em seu quarto. A babá já havia indo embora. Eram quase seis horas da tarde e ele estava louco para passar o tempo necessário com sua família.

Todavia, o que ele encontrou foi somente uma parte de seu closet vazia. O roupa de cama estava toda bagunçada e em meios as prateleiras brancas do guarda-roupa havia um pedaço de papel amassado com algo escrito.

Ele leu e ao mesmo tempo chorou feito uma criança.

"Meu querido Hyunbin,

Pouco sei se tenho o direito de te chamar desta forma, mas gosto de utilizar este vocativo justamente por você sempre ter sido uma pessoa maravilhosa para mim e para nossa pequena Bora.

Sinto muito, eu sou uma covarde e não consegui me adaptar a esta nova vida. Sei que você nunca me perdoará e também não peço para que faça tal coisa, apenas cuide de Bora por mim.