Capítulo 5

13 4 0
                                    

  - Gabriel, eu não sabia que você é hétero. - Bruno falava aos prantos, quase gritando. - Não queria ter te ofendido. Só te chamei para sair porquê sempre te achei bonito e nunca te vi com ninguém.

  Enquanto ele se desculpava pelos motivos errados, eu finalizava o refrigerante que havia deixado pela metade mais cedo. O líquido havia esquentado e parecia estar mais gasoso tornando a experiência de tomá-lo horrível, mas era satisfatório ver o desejo nos olhos de Bruno enquanto assistia minha sede ser saciada.

  - Não sou hétero. - Respondi assim que esvaziei a lata. - Não estou fazendo isso por me incomodar com sua sexualidade, não dou a mínima pra isso.

  - Então... - Um leve brilho intrigado passou por seu olhar de pânico. - Por que está fazendo isso?

  - Curiosidade. Quero ter o máximo de experiências possíveis antes de morrer. Você foi só a oportunidade que surgiu quando eu precisava. - Olhei para a expressão indignada em seu rosto e não pude conter o riso. - Decepcionado? Esperava algum tipo de motivação grandiosa? Garoto, você jamais seria escolhido se eu tivesse qualquer tipo de motivação.

  Cansado de toda essa conversa, amassei a lata e a atirei através da porta para fora do quarto. Estiquei os braços me espreguiçando mais uma vez, peguei o canivete do chão com uma das mãos e com a outra puxei a camiseta de Bruno. Comecei a cortar o tecido despreocupadamente abrindo-o ao meio, foi necessário cortar as mangas até a altura da gola para conseguir retirar a peça por completo sem soltar seus pulsos.

  Assim que finalizei o processo pude observar os diversos hematomas começando a se formar em seu peito magro e pálido fazendo com que os roxos formassem um contraste ainda mais bonito do que eu poderia ter imaginado em sua pele. A cintura fina e curvilínea deixava-o com uma aparência ainda mais feminina e delicada.

  - E ainda dizem que eu deveria pegar mais sol. - Disse tentando esconder a surpresa de achar seu corpo atraente e ter ficado encarando-o mais do que gostaria.

  Peguei a camiseta branca recém cortada e passei sobre a pequena poça de sangue próxima à seu rosto. Aquele odor férreo que impregnara o quarto já estava começando a me incomodar.

  - O que eu faço com você? - O tédio em minha voz ficou evidente quando falei à esmo.

  Aquilo não estava sendo tão divertido quanto achei que seria. Admito que houveram momentos de grande prazer e euforia, mas todo aquele choro e as súplicas constantes estavam me deixando cada vez mais entediado. Assisti-lo humilhado não era mais o suficiente para me satisfazer, eu precisava de algo novo.

  Peguei a faixa que havia usado de mordaça anteriormente, o tecido molhado contra aquele chão imundo havia se tornado ainda mais nojento do que antes. Com ainda mais nojo do que antes segurei aquela coisa pelas pontas e a aproximei da boca de Bruno.

  - Abre a boca.

  Ele fechou os lábios com força e balançou a cabeça negativamente. Aquele puto ia mesmo tentar resistir logo agora?

  - Abre logo essa porra de boca antes que abra pra você. - Falei em um tom de voz ríspido e olhei para o canivete no chão ao meu lado. Ele entendeu a ameaça e abriu a boca o suficiente para que fosse possível ver a abertura de sua garganta. - Vamos combinar assim, se você colaborar comigo talvez eu pegue leve com você, okay?

  Ainda com a boca aberta ele acenou com a cabeça em concordância. De forma desajeitada devido a posição em que estava, amarrei a faixa em sua boca com o máximo de força possível fazendo-o soltar um som abafado de dor ou reclamação. Constantes barulhos de ânsias começaram a ser emitidos por Bruno, a grande quantidade de saliva que saía de sua boca se misturava com a sujeira do tecido deixando-o com uma aparência ainda mais asquerosa.

GabrielOnde histórias criam vida. Descubra agora