Capítulo único

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Pov Margot

Hoje em dia sou uma pessoa que se preocupa muito com a sua aparência, especialmente com o que as pessoas vão pensar sobre como eu estou.

Mas nem sempre foi assim, durante a minha infância tive sempre uma grande confiança, fazia coisas sem me importar com a opinião do resto do mundo.

Era uma criança, que para além disso gostava de ter um namorado. Fosse bonito, feio, gordo ou magro, se eu gostava para mim era o mais importante.

Mas é claro eu também era ingénua, e muitas vezes só pensava em mim mesma e acabava por magoar esses mesmo rapazes. Eu tinha uma grande visão do mundo acreditava que ter alguém ao meu lado me faria ser mais importante. Eu realmente não estava preocupada com o que pensavam sobre mim, na minha visão eu estava a fazer o certo.

Eu gostava de mim, do meu reflexo no espelho. E claro do meu namorado, aquele que mudava a cada semana. Hoje em dia não me sinto orgulhosa do que fiz, pelo contrário tenho uma grande vergonha.
Com o passar dos anos, fico feliz em dizer mudei a minha maneira de ser e da minha visão do mundo. Adorava que tivesse sido para melhor.

(...)

Quando estava no meu 8° ano, bem posso dizer que foi ai que as coisas mudaram completamente. Eu me apaixonei por uma rapariga, assustador não? Completamente.
Esse ano foi tão estranho, ela era a minha melhor amiga na época, faziamos quase tudo juntas. Estávamos lá uma para a outra quando era necessário, saimos para lugares juntas, iamos para a casa uma da outra. Era bom! Então porque tinha que nascer este sentimento em mim?

Com esse sentimento, fui á procura de respostas, eu sintia tanto que aquele sentimento era errado. Tão irracional, sabia que havia pessoas do mesmo gênero que se relacionavam, não era surpresa, não era novo. A minha tia Cristiana, á alguns anos que mora em outra cidade junto á sua namorada. E estava tudo bem, então porque eu sentia que em mim aquilo era errado?

Demorei demasiado tempo a aceitar o que sentia, especialmente a minha sexualidade. Eu pensei que poderia ser lésbica, no início realmente não havia outra coisa. Mas a minha tia disse, que havia pessoas que sentiam atração pelos dois géneros sendo assim chamados Bissexuais. Fiquei surpresa, mas descobri a comunidade LGBT, e uau! Tem tantas sexualidades que eu nunca pensei que poderiam existir.

Mas sim, eu era bissexual e estava apaixonada pela minha melhor amiga Sophia. Isso sim era errado, pelo menos para mim.

Fiquei tão assustada com o que sentia que nem percebi que me tinha afastado dela. Só fui perceber quando ela me disse que eu estava distante. Senti me mais culpada ainda, aquilo era demais. Mas decidi que não contaria nada. Se contasse, provavelmente ela nunca mais olharia na minha cara, e deixaria de ser minha amiga. Aquilo a meu ver seria ser egoísta, estragar tudo pelo um simples sentimento.
Por tanto, eu não contaria nada e talvez eu esquecesse o que sentia. Assim tudo ficaria bem, certo?

Errado.

"Não é nada fácil, gostar de alguém que não gosta de nós"

Deu tudo errado, na verdade.
Porquê?
Porque, 1: Não consigo esquece la por mais que tente, especialmente quando ela é a minha melhor amiga e falamos todos os dias.
E porque, 2: ela parece estar a gostar de um amigo nosso, o Martin. Ele é um ano mais novo que nós, mas ele é bastante interessante, faz qualquer pessoa rir facilmente, então porque ela não havia de gostar dele?!

Com o passar do tempo eu comecei a sentir me mais triste, este sentimento consumia me tanto, mas pelo menos descobri que ela não gosta do Martin, ele é que gosta dela. Embora isso não mude grande coisa, ela nunca podia gostar de mim, ela é totalmente hétero. Então não podia contar lhe nada.

Não fosse tão tardeOnde histórias criam vida. Descubra agora