Capítulo completo

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Eu acordei com um par de olhos azuis em cima de mim.

Havia uma moça loira passando um pano úmido um pouco quente em meu rosto. A minha cabeça doía e eu não estava raciocinando bem.

- Ele acordou! - disse a bela moça um pouco assustada.

E comecei a sentir as dores surgirem aos poucos por todo o meu corpo.

Ela me encarava quieta com um olhar de timidez, e eu retribuía, mas sem a timidez.

Vi então, surgir numa porta a minha frente, um senhor com barba e cabelo grisalhos que escondiam quase seu rosto todo.

- Ola! ... É... Eu sou Albert... e você está em minha casa.- ele pausou e me encarou com olhar estranho - Minha filha te encontrou desacordado e muito ferido num campo aqui perto, por sorte você ainda estava com vida e achamos melhor te trazer até aqui. Eu posso saber seu nome? - pausou mais uma vez - Você lembra seu nome?

- Logan. - respondi.

E então eu já me lembrava de tudo. O maldito alemão atirando em mim e eu caindo no chão olhando pro céu cinza.

- Foram sete! - disse Albert, com olhar de dor - Sete tiros. - e apontou pro meu corpo.

Olhei pro meu peito e estava sem camisa, apenas com faixas, um pouco sujas com meu sangue, em volta do meu peito e barriga.

A dor não me deixava falar muito..

- Essa é minha filha Annasophia. - Albert me disse, e eu voltei meus olhos à ela - Ela sabe cuidar de ferimentos... então você está em boas mãos. - sorriu - Bom, eu vou procurar alguma autoridade do seu exercito e avisar que você está em minha casa. Vamos deixar ele descansar um pouco querida. - terminou, se dirigindo a menina.

Os dois deixaram o pequeno quarto onde eu estava deitado, mas ainda sim conseguia vê-los na cozinha, que era bem de frente ao quarto.

Albert pegou um casaco que estava em cima de uma cadeira e disse a menina:

- Eu vou ver se consigo encontrar ajuda pro garoto, por favor tome cuidado. - ele olhou pra mim e eu pude ouvir o barulho de uma porta se abrindo e fechando.

O cheiro de chá veio chegando até mim e eu só conseguia ver Annasophia andando de um lado para o outro procurando algo, enquanto a chaleira esquentava no fogão. Ela pegou uma xícara em um dos armários e colocou sobre a mesa, despejou o chá na xícara e se sentou, assoprando a bebida.

- É de camomila? - perguntei avistando-a um pouco longe.

Ela me olhou e me encarou por uns cinco segundos. Concordou com a cabeça e perguntou:

- Você quer?

Eu a imitei e concordei com a cabeça também.

E então ela me trouxe uma xícara e eu podia ver o vapor saindo de dentro. Se sentou numa cadeira ao lado da minha cama e me ajudou a levantar um pouco meu corpo. Ela trouxe a xícara até minha boca e eu tomei o primeiro gole.

Ela era linda.

A sensacão de ver uma mulher bela como aquela, era maravilhosa, depois de ficar meses vendo homens horríveis e sujos todos os dias.

- Annasophia é um belo nome. - disse a ela

- Obrigada. - respondeu com um leve sorriso de canto

- Foi seu pai quem escolheu o nome?

- Minha mãe.

- E onde está a sua mãe? - me atrevi a perguntar

- Ela... ela se foi. - e trouxe a xícara até mim novamente

Espere por mim - OneshootOnde histórias criam vida. Descubra agora