Campo de dentes-de-leão

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Novamente eu estava caminhando por aquele lugar, novamente ela estava lá: sentada no meio daquele imenso campo, somente olhando para o céu e nada mais.
Outro dia eu passei, e lá estava ela novamente. Parecia bastante solidária mesmo em meio aquele imenso campo de flores, dei de ombros se seguir novamente o mesmo caminho.
1,2,3 vezes mais, havia perdido as contas de quantas vezes a vi ali.
Por que é tão estranha e continua estão ali tão solidária?
Suspirei e fiquie ali, para observar, queria saber se ela sempre fica ali ou ela sai em algum momento.
Mais tarde, no pôr-do-sol, ela se levantou e começou a caminhar, em direção a parte mais baixa daquela colina.

— Realmente ela sai daqui – fale, para mim mesmo.

Então voltei a andar, para onde ia sempre.
No dia seguinte, eu passei novamente naquele mesmo caminho, mas cedo dessa vez e não via, talvez ela realmente não venha todo santo dia, pensei.
Antes de volta a caminha, vejo alguém sumir daquele morro novamente e era ela, novamente ela chegou e se sentou, sem ligar para ao que havia ao seu redor.

— Ah, ela apareceu mesmo – falei

— Oh, Anabel está aqui – falou um servo, que havia por ali

Me virei para encarar ele.

— Ela tem nome? Quem é ela? – perguntei, com uma certa curiosidade

— Sim, seu nome é Anabel, dizem que ela apareceu no reino a um tempo, não se sabe a quanto, mas sempre vem aqui todo santo dia – informou — Além do mais, ela é cega, me pergunto como ela sempre encontra o caminho de volta – conclui

Olhei novamente olhei na direção dela, estranho a sua atitude mais ainda.

— O que ela observa se não ver nada? – me perguntei

O servo deu de ombros.

— Não sei Jovem mestre, mas ela é alguém muita estranha mesma, bem, tenho que ir – ele se curvo e saiu andando novamente.

Olhei ele sair dali e depois voltei a olhar para Anabel, que estava sentada lá, silenciosa como o vento.
Novamente fiquie boiando ali, só esperando ela sair novamente, achou que a minha curiosidade sobre ela só está aumentando.
Era novamente o pôr-do-sol e ela se levantou e começou a caminhar para descer do morro e assim, eu a seguir.
Não fui cauteloso, ela não ia me enxergar se eu me escondesse mesmo, no fim, continuei a seguir.

[…]

Bem, ela anda muito, muito mesmo, não sabia que a Germa era tão grande assim depois de ir atrás dela.
Porém, ela parou e começa a observa ao seu redor, como se estranhasse algo.

— Você é realmente muito persistente – ela falou, se virando para me, mesmo não focando onde eu exatamente estava.

Eu me calei, eu a vi pisca os olhos diversas vezes, seus olhos eram branco, era totalmente cega.

— Você se calou agora? Eu sei que você ainda está aí – novamente diz, agora, parecia caminhar em minha direção, recuei um pouco, mas fiz barulho. Ela riu — Sabia, você é um homem alto, mesmo que seus passos seja bem leves – ela parecia sorrir sultimente — Mas me diz, porque alguém como você está seguindo uma cega como eu? – ela cruzou os braços

Continuei calado, talvez ela perceba que fui embora.

— Eu sei que está aí, consegui sentir seu olhar – afirmou, tentei olhar para o outro lado  — Não diante, eu sei que ainda está aqui, fale logo o que você quer, garoto – ela parecia brava.

— Quem é você? Porque está vivendo por essas bandas? – perguntei, quebrando meu próprio silêncio

— Olha ele sabe falar – Ironizou — Bem, eu não posso? Não diga que vai expulsa uma podre pessoa cega?

— Vou – respondi

— Grosso – ela concluiu por si própria — Mas quem é você? Não parece alguém de muito poder

— Primeira, não vou te falar, segundo, eu sou e posso mostra isso – afirmei

— Mostra? Mostra o que garoto, eu não vejo nada, absolutamente nada – afirmou novamente

Bufei

— Oh, tá bravinho? Que pena, mas independente de quem seja, eu não vou sair daqui – ela afirma — Mas pode parar de me seguir e me observa? Tá fazendo isso a quase um mês!

Parei para pensar no que ela disse, estava fazendo isso a tanto tempo? Pensei

— Paro se eu quiser – afirmei

— Então, foda-se pra tu – ela deu o dedo do meio e depois saiu correndo

— Oh sua filha da–

Quando percebi, ela já havia sumindo daquela enorme floresta

— Eu hein, garota estranha

[…]

Era um novo dia e já havia começando com uma discussão do pai com Ichiji, talvez seja por causa daquela serva, mas porque ele continua falando com aquela mulher? Ainda me pergunto isso, ela é de uma laia tão baixa, por mais bonita que seja.
Novamente seguir andando, como sempre, sem nada para fazer naquele castelo.
Caminhei e caminhei, quando notei, havia parando novamente naqueles campos de dentes-de-leão, que droga, o que está acontecendo? Pensei.
Sinto algo voando e batendo na caminha cabeça

— Já disse parar de aparecer aqui – era aquela mulher novamente, Anabel

— Você não manda em mim – a respondi, recendo outra pedra na cabeça — Como você sabe onde eu tô?

Ela parou e riu

— Você é grande, é fácil de acerta – riu

— Ora, sua – eu corri subindo o monte

— Eita – ela começou a correr também.

Comecei a persegui-la por toda aquele grande campo de flores, ela ria ao ser perseguida, quando estranha ela ainda pode ser? Pensei.
Eu sei como é difícil alguém consegui correr rápido como eu e os meus irmãos, mas... COMO CARALHOS EU NÃO PEGUEI ELA?? Era quase com um gritou interno, no meio disso, acabei perdendo ela.

— Onde será que ela está? – me perguntei

— Já se cansou garoto? – ela havia aparecido em uma árvore atrás de me, se pendurando no galho de cabeça pra baixo.

— Porra – gritei, assustado.

Ela continuou rindo ali.

— As crianças de hoje se cansam muito rápido – falou.

Eu internamente estava a xingando muito.

— Bem, tenho que ir – falou, praticamente sumindo da minha frente

— Ei, você –

Não pude dizer nada, além de ver ela sumir, como se fosse um fantasma.
Quem é aquela mulher e porque ela está em um lugar como esse?
Suspirei e voltei pelo meu caminho habitual.

📝O Limbo da Garota sem Olhos [One Piece]Onde histórias criam vida. Descubra agora