— Por favor, só fique para as apresentações. — Me pede o loiro que parece ser um nobre importante.
Viro-me para Hélio. Ele dá de ombros.
— Só pras apresentações, depois vamos caçar.
— Como quiser.
Faço um gesto para o meu irmão que assente e deixa nossas armas recém feitas sobre uma mesa de madeira.
Nos sentamos na mesa em que os outros estão.
— Bom, vamos ter que nos ajudar, então é interessante sabermos nossos nomes, pensarmos na charada e treinarmos juntos para a missão.
Ninguém responde o loiro. A mimadinha surtada está olhando enojada para o teto com buracos. O garoto de outro país está olhando para ela. A menina assustada fita, trêmula, a mesa. O garoto esfomeado não para de espiar a comida em cima de uma mesa de quartzo onde o reizinho colocou a comida que deixaram para nós. Meu irmão olha com raiva para o burguês sem noção que agora tem um olho roxo e outros machucados adicionados em seu visual. Eu sorrio sabendo que fui eu que o presenteei com isso. O menino da fábrica e a menina de cabelo espesso são os únicos que parecem se importar com o que ele fala.
— Certo, vou começar as apresentações. Eu sou Jack Lancelot.
— Não me diga. — O burguês chato debocha. O cara realmente pede para apanhar.
— Felicity Deschamps. — A mimadinha ajuda seu amigo de mesma escória nobre.
— Lian. — O menino que a encara diz rapidamente.
— Frida Stuart. — Diz a menina que prestava atenção.
— Jean Durand. — O da rapaz sem cabelos fala em seguida.
— Luna e Hélio. — Digo por mim e pelo meu irmão.
— Henrique. — O esfomeado fala apressadamente. A garota ao seu lado, a assustada , murmura algo bem baixinho, mas ele entende. — Ela é a Maria.
Chega a vez do grande insuportável, todos olham para ele que revira os olhos e cede de uma vez.
— Brien Johnson.
— Certo, agora podemos ir embora. — Falo, já me levantando.
— Esperem! — O Lancelot implora. — Acho que Frida desvendou a charada.
— Qual era a charada mesmo? — Pergunta Henrique no maior desânimo.
— Que charada? — Lian se assusta, confuso.
Me sento outra vez.
— Você estava desmaiado quando nos falaram dela. — Explica Felicity.
— Legal. — Ele responde com um sorriso.
Felicity franze o cenho, provavelmente achando o cara maluco. Lancelot tira um papel do bolso.
— A charada era: Muitos caminhos vocês terão, na maioria se perderão. Um grupo de ratinhos vocês serão e somente juntos escaparão. — Ele diz.
— Essa é a coisa mais feia que já ouvi na vida. — A mimada comenta. — Só tem rimas pobres e...
— Cala a boca. — Reclama o insuportável de olho roxo.
Por um segundo acho que a patricinha vai começar a chorar, mas ela faz uma careta de desgosto que me faz pensar que se ela tivesse uma faca em mãos a enfiaria no olho do garoto.
— Cala a boca você, escória burguesa!
O irritante não tem tempo de reagir porque Lian fala primeiro.
— É, cala a boca, escória burguesa!
— Você é burguês também, seu imbecil!
— Gente, para com isso. — Lancelot pede, mas ninguém obedece.
— Será que nois pode comer agora? — A voz de Henrique é abafada pelos insultos trocados entre Felicity e Lian contra Brien.
Frida, Jean e Lancelot tentam intervir, mas fracassam. Maria começa a chorar no canto, fazendo Henrique finalmente parar de falar sobre a comida para acalmá-la.
Então é essa equipe que me resta aturar para sobreviver aqui?
Hélio se vira para mim, sabendo exatamente o que estou pensando.
Só vamos embora. É o que seus olhos respondem.
Concordo com a cabeça.
— Só um minuto. — Peço para meu irmão. Respiro fundo. Dou um soco que racha a mesa de madeira. — TODO MUNDO CALA A BOCA!!!
Os animais descontrolados me obedecem.
— Depois nós que somos selvagens. — Brien abre a boca para falar besteira, mas o calo com um olhar. — Você, — Aponto para Frida. — fala logo sua interpretação da charada pra eu poder vazar.
— Ah, bem... um labirinto. Acho que a próxima missão envolve fugir de um.
— Só isso?
— Não tenho como saber os detalhes.
— Certo.
Hélio e eu nos levantamos, pegamos nossas armas e nem estamos do lado de fora quando a briga recomeça.
— Você não será nosso líder, seu nobre trapaceiro!
— Podemos comer agora?
— Para mim já chega!
— Felicity, volte aqui!
— Será que podemos conversar sobre isso amanhã?
— Gente,não estamos sendo racionais.
Hélio e eu vamos caçar, não pretendendo voltar tão cedo.
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O Exame
General FictionEm todo o planeta, em cada país, todo jovem ao dezoito anos completar, deve o Exame realizar. O mundo é dividido por castas, as quais podem ser elevadas, com a rara vitória nos tãos temidos jogos em massas. Doze provas. Doze meses. Quem sobrevi...