Capítulo 12 - Felicity, a birrenta perdida

6 3 1
                                    


Eu não dou a mínima para perder, só quero sair desse amontoado de gente e paredes.

— Felicity! Volta aqui!

Ele de novo?

Aperto o passo, mas ele me alcança outra vez. Viro-me furiosa.

— Quem é você e o que você quer?!

— Eu sou o Lian.

— E?

— Eu tô no seu grupo, não lembra? Tentei falar com você o mês inteiro, mas você me ignorou.

— Ah, verdade. — Digo, então o ignoro e volto a caminhar.

— Não, espera!

— O que é?! — Paro outra vez, pouco antes de um idiota aleatório trombar comigo.

Caio no chão. O garoto que me seguia se irrita e joga uma pedra na cabeça do idiota, o qual cai desmaiado no piso de quartzo.

— Temos que ficar juntos pra vencer. — O tal Lian diz, se agachando ao meu lado e oferecendo sua mão para me ajudar a levantar.

Recuso sua ajuda com um gesto e me ergo sozinha.

— Vencer? Eu não quero vencer.

— Não?

— Não.

Volto a caminhar. O tal Lian me acompanha, seu desespero sumiu, foi trocado por curiosidade.

— Então... o que está fazendo aqui? Por que não pagou pra não vir.

— Meus pais não prestam. — Digo friamente.

— Oh.

— É, oh. Estou tentando ser desclassificada desse inferno desde a última missão. Me distraí nessas semanas o máximo que pude para suportar ficar aqui e agora quero voltar para casa.

— Então você só está andando em círculos aqui?

— Sei lá! — Jogo as mãos para o alto. — Devo estar.

— Se seus pais não prestam... por que quer voltar pra casa?

— Não moramos juntos. Temos várias mansões, escolho uma diferente em que eles não estejam para ficar todo mês.

— Me parece uma vida solitária.

Volto-me para ele e o observo com atenção pela primeira vez. Lian tem olhos tão escuros quanto seus cabelos incrivelmente espetados e um olhar muito curioso para o meu gosto. Ele é irritante com essa expressão atenciosa. Sim, definitivamente ele é muito irritante.

— Você fala demais. — Reclamo.

— Aposto que você também. — Diz com um sorriso.

Mas que ousadia!

Ando mais rápido, mas o maldito tem pernas mais longas e me alcança facilmente.

— Vai ficar me seguindo agora?

Lian dá de ombros.

Estou prestes a reclamar novamente quando um buraco surge na parede de quartzo. Lian me puxa para trás antes que eu seja atropelada pela multidão que sai de dentro dele.

Encaro-o assustada.

— Você sabia disso? — Pergunta ele.

— Não.

— Deveríamos entrar nisso?

— Entre se quiser, eu não vou ali nem morta!

— Okay, então não...

O ExameOnde histórias criam vida. Descubra agora