Capítulo XXVII

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Kate P.O.V

Felixinha: eu sei que você deve ta puta comigo, mas eu estou na frente da sua casa e se você não descer aqui apertarei a campainha e deixarei seu irmão me matar...

Felixinha: e sei também que você não quer que seu irmão mate ninguém...

Kate: Estou descendo.

Desci a escada correndo, abri a porta dando de cara com Felix.

"O que você quer?" Perguntei seca.

"Podemos conversar.." Ele disse dando uma olhada por cima do meu ombro. "Aqui fora" olhou para baixo.

"Mãe, já volto" gritei da porta e antes de fechar ouvi um "não demore"

Não que eu sinta ódio do Felix, eu sinto é magoa porque ninguém quer ver a essa que você que "gosta" ficando com outra. Mas eu queria conversar com ele e precisava esclarecer as coisas. Minha mãe sempre me ensinou que quando uma pessoa faz alguma coisa de errado ela fica mal, mas quando você a perdoa ela fica pior. Estávamos caminhando um do lado do outro.

"Eu nem sei por onde começar." Ele disse balançando a cabeça. "Na verdade eu sei sim, primeiro quero lhe pedir desculpa, eu não deveria ter feito aquilo com você, eu estou péssimo, não consigo dormir e nem comer por causa da culpa. Sei que você não vai me desculpar mas quero lhe contar uma coisa antes..." Ele deu uma pausa olhando pra mim.

"Tanto faz, conta logo se já sabe minha resposta, só estou aqui porque não quero que meu irmão mate ninguém." Disse seca.

Mentira, não era isso. Era porque eu queria te ver, queria saber o que você tinha para me contar, não quero brigar com você, sou uma pessoa do bem e talvez eu já tenha te desculpado.

"Bom, eu morava em Manchester e me apaixonei por um menino da minha escola, eu não sabia o que fazer, eu tava me descobrindo, então descobri que ele gostava de menino também, saímos juntos, ficamos e começamos a namorar." Felix olhou para o lado, respirou fundo, como se fosse começar a chorar a qualquer minuto. "Namoramos sete meses, então resolvi contar aos meus pais sobre eu ser gay e estar namorando, eu achei que eles iam aceitar numa boa, até porque nunca falaram nada sobre o meu primo ser gay, mas pelo jeito como era o filho deles, eles ficaram meio assim e não aceitaram muito bem, eu tentei explicar que gostava de menina também mas eles não quiseram, me trocaram de escola, não deixavam eu sair mais, não deixavam eu fazer nada, tudo que era suspeito para eles." Felix deu uma pausa para se sentar no banco e eu ao seu lado.

Eu estava com os olhos arregalados, não sabia o que falar ou fazer. Estava sentindo dó dele.

"Então eu fugi de casa, o menino e meus pais foram atrás de mim e me acharam eles falaram tantas coisas para o menino que quem desistiu de tudo isso foi ele, eu demorei um ano para me recuperar de tudo, para começar a sair de novo e nesse caminho eu sai algumas vezes, era tipo um recomeço para mim e para meus pais, então meu pai teve que se mudar para cá por causa do trabalho." Felix encostou no encosto do banco e abaixou a cabeça. "Eu...eu te conheci e no mesmo instante alguma coisa me disse que eu deveria ficar com você e foi isso que aconteceu só que quando eu o vi no pub aquele dia eu descobri que nunca parei de amá-lo mas eu gosto de você." GOSTO ELE DISSO GOSTO NÃO GOSTAVA, respirei fundo e abaixei a cabeça, então Felix continuo "Eu fui atrás dele, conversamos algum tempo e ele me disse que estava lá para comemorar com os amigos o seu último dia em Manchester, porque iria vim para cá, eu não sei o que deu em mim que eu o beijei." Felix passou a mão nos olhos.

Ele estava chorando, senti meu coração apertar e uma vontade enorme de abraçar ele me invadiu. Mas eu não fiz mesmo eu o desculpando o que ele fez me machucou, eu estava chocada com a história, minha cabeça estava doendo e eu não sabia o que fazer.

"Eu sei que você nunca vai me perdoar porque fiz isso, mas eu precisava te explicar..." Interrompi ele.

"Eu te perdoo, Felix." Disse calma.

"O que?" Ele me olhou, incrédulo.

"Isso mesmo que você ouviu, eu lhe perdoou." Sorri sem jeito e o mesmo me abraçou, repetindo milhares de obrigado.

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Deitei na cama.

"Todos iram me matar, mas eu precisava perdoar ele." Disse a mim mesma.

"Eu não odeio ele, eu não o amava, eu curtia ele, gostava dele, não posso fazer nada se o amor da vida dele apareceu." Falei sozinha novamente.

Peguei meu celular ao meu lado, que não parava de vibrar, olhei as mensagens, várias do grupo e uma em especial...

Um completo idiota: Desculpa....

Kate: Vai se foder, Horan :)

Um amor clichê.Onde histórias criam vida. Descubra agora