Capítulo 1: Grandes Mudanças (Parte 3.)

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Tudo poderia terminar bem, se não terminasse de forma perfeita.

~•~

Não responda seu atrevido! — Um suspiro pesado foi emitido por uma Catarina irritada.

O médico tentou apaziguar a situação, algo que, de fato, não rendeu nenhuma melhora.

Tudo estava caótico.

Mimosa andava de um lado para o outro exprimindo de forma exagerada a sua emoção.

Em contrapartida, Neca quis se mostrar útil no momento, criando assim mais uma intriga entre as duas senhoras.

Catarina gritou novamente, sendo "acalmada" mais uma vez pelo médico. O homem estava levemente desorientado com toda aquele alvoroço.

— Se contenham! Agora sou eu que preciso de calma! — ele aumentou seu tom de voz com autoridade. — Se as duas continuarem assim terei que convida-las a se retirarem. Ora essa!

— A culpa é dessa daí, doutor! Que fica implicando com a minha pessoa. — Mimosa se defendeu emburrada.

— Calada, Mimosa! Aiii!!! — A dor aumentava sucessivamente. — Faça elas pararem, por favor! — Catarina pediu entre os dentes.

— Nós já paramos, já paramos! — Mimosa se adiantou. Neca concordou rapidamente.

O médico então aproximou-se de Catarina e disse:

— Catarina, eu preciso que você preste bastante atenção no que eu vou dizer. — ela assentiu. — A partir de agora você será a responsável pelo nascimento do seu filho.

Ela assustou-se.

— Eu? Como assim, "eu"?

— Quem dará a luz será você, eu sou auxilio. — ele sorriu um pouco sem graça. Terminou de limpar suas mãos em seu pano e prosseguiu:

— Eu preciso que você faça o máximo de força que conseguir. Está pronta? — o homem então se posicionou com tudo que fosse precisar.

Catarina não conseguiu racionar muito bem as palavras que aquele "velho maluco" — expressão usada pela mesma mesma. — tinha acabado de dizer. No entanto, antes mesmo que pudesse argumentar algo, lá estava ela com as unhas agarradas na cama enquanto seu grito invadia toda a casa.

Mimosa e Neca davam todo o apoio emocional possível, mas quanto mais empurrava, mais intensa era aquela dor insuportável.

Desistir não era uma palavra que Catarina Batista Petruchio conhecia em seu dicionário, porém naquele instante ela queria que tudo acabasse. 

Seu suor encharcava a cama em que se encontrava, e o clima de desespero que começava a se instaurar trouxe um sentimento horrendo em seu coração.

— Vamos, Catarina, você está quase lá! — o médico a incentivou. Ela já estava quase sem ar quando ouviu uma das senhoras pronunciar animada:

— Eu estou vendo, eu estou vendo!

Em questão de segundos, um choro estridente tomou o lugar de alegria.

O antes, o agora e o depois [...]Onde histórias criam vida. Descubra agora