O verdadeiro final.

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Não sei onde estava. Era algo horrível, algo triste e escuro. Eu estava sozinha, procurando por alguém ao meio de ninguém. Eu ouvia vozes, vozes a pronunciarem meu nome, bem de longe. Eu ofegava e escutava um "Se acalma, se acalma!". Eu estava tentando, mas ao meio daquele nada, sem algum alguém, ouvindo vozes de um silencio perplexo, eu não conseguia me acalmar.

- Sandra! - Desperto. - Se acalma, por favor! - Chris me sacudia.

- Onde eu estou? Eu... Eu sonhei algo horrível, Chris. - Ofegava e estava suada.

- Você estava se debatendo muito. - Me senta na cama e me puxa a um abraço. - O que você sonhou? - Pergunta.

Por um momento eu não sei o que responder. Foi um sonho horrível, eu não queria me recordar, mas agora ele não ia ir embora, ele só iria se clarear mais. Eu estava na frente da casa da minha irmã e morri pela minha família. Minha família!

- Onde está? - Levanto-me da cama a procura de meu diário.

- Onde está, o que? Sandra, por favor... - Me observa sentado.

Abri o diário e fui a última página do mesmo, lendo o que estava escrito. - Merda! - Eu escrevi exatamente a mesma coisa que Chris leu no sonho, e hoje nos iriamos para a casa de minha irmã...

- Chris, eu não vou a Gesine. Não hoje. - Sento-me na cama.

- Por que? - Segura o meu rosto. - Fale-me pelo amor de Deus o que aconteceu nesse seu maldito pesadelo, Sandra!

- Eu passei o dia todo apreensiva. Austin sentiu... Ele sentiu tudo! Eu estava tirando as crianças do carro, na calçada do prédio, e você foi chamar o elevador. Um homem, alto e... - Respiro fundo. - Enfim, ele ia levar as crianças e eu entrei na frente. Reagi pelos meus filhos, e acabei levando um tiro. Depois disso, eu não vi nada sobre mim, só você lendo exatamente as mesmas coisas que eu escrevi aqui, no meu diário, antes de dormir. - Mostro-o. - E eu escrevi isso hoje, Chris.

- Deus... - Ele não reage muito bem, apenas me abraça. - Nós ligamos pra ela e vamos outro dia. Tudo bem pra você?

- Eu te amo tanto, meu amor. - Começo a chorar sem parar. - Tanto! Eu não quero perder você, Chris. Nunca!

- Você não vai me perder, Sandy. - Beija meus lábios com ternura, lentidão... Ele me acalmava.

- Eu não sei como seria a vida sem você ou a morte sem meus filhos, sabe? Você me entende? - Continuo chorando.

- Sandra, não vai acontecer nada! - Morde meus lábios, limpando minhas lagrimas. - Nada vai te levar, você ainda tem muitas missões para completar, meu amor. - Acaricia meu cabelo.

- Faz amor comigo? - Peço tentando me acalmar, acariciando sua barba. - Eu quero amar você, Chris. Eu quero ter você comigo. - Sussurro.

- Ah, meu amor! - Deita-me sobre seu corpo enorme e musculoso. - Eu farei amor com você até quando eu não puder. - Beija minha testa e nariz. - E esse dia ainda vai demorar muito... - Sela com um beijo longo.

- Eu quero você. - Sussurro em seu ouvido. - Sempre. - Nos beijamos.

Ele passa as mãos de minha cintura até a metade das pernas. Tira minha camiseta e joga a mesma em algum lugar do quarto. Seus beijos descem de minha barriga até minha coxa inferior, tirando minha calcinha vagarosamente e colocando-a abaixo de seu travesseiro. - Sorrio com aquilo.

Ele me estimula com seus lábios e quando percebe que não poderia mais aguentar, sobe sobre mim, encaixando-se em meu corpo, da melhor forma sempre. E por mais que já estivéssemos juntos a quase 4 anos, eu nunca vou me cansar dele. Nunca!

Caímos ofegando, um ao lado do outro, após um resto de noite fazendo amor. Ele acaricia minhas costas e o vento da varanda bate as cortinas, balançando-as. Olho lá fora e percebo que logo os raios de sol da primavera iriam se expandir pelo vidro e acordaríamos - Ou dormiríamos. - Com a presença deles.

Chris adormece, mas eu não consigo. Tiro suas mãos de cima de minha barriga sem acorda-lo e vou até o quarto de Louis, vendo que ele dormia tranquilo como todas as noites.

Louis nunca me deu o menor trabalho! Sempre foi compreensivo, um amor de criança! Amava os irmãos e fazia parte de mim. Sem Louis, eu não era ninguém.

Ao entrar ao quarto dos gêmeos, Ashley estava acordada, brincando com as mãozinhas brancas e gordinhas, sorrindo baixinho. Ela era tão linda! Loirinha, cabelos lisos, olhos claros... Era o ciúme do pai.

- Ei... - Chego próxima ao berço mas ela não parece perceber minha presença. - Ash? - Chamo-a.

Ela me olha com o mesmo sorriso e estica os bracinhos, mas dessa vez, uma surpresa me pega e me faz cair em lagrimas. Eu era a mãe mais idiota e babona do mundo!

- Mamãe... - A voz dela sai fraca, ainda com dificuldade.

- Você disse o que, Ashley? - Sorrio em meio as lagrimas.

Ela repete a palavra mais umas três vezes, fazendo-me pega-la ao colo e balançar pra lá e pra cá, completamente feliz do que acabará de acontecer.

Uns minutos depois Chris aparece no quarto a minha procura, observando-me encostado ao batente. Ele vem até mim e me abraça, dizendo inúmeras vezes que iria ficar tudo bem. Ele me remetia muita segurança, MUITA MESMO!

Levo Ashley até o meu quarto e ele leva Austin com ele. Faz muito tempo que não dormimos com as crianças no nosso meio. No dia seguinte, ao sermos acordados por Louis pulando a cama, mesmo de mau jeito por causa dos bebes, acordamos sorrindo.

Era bom ter uma família, um companheiro fiel como Chris, e bem... Eu estava tão feliz, a ponto de esquecer meus pesadelos, e sou extremamente e eternamente grata por o que tenho até agora, e serei grata eternamente.

1964Onde histórias criam vida. Descubra agora