Prólogo

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  Hope sabia que aquilo era uma decisão importante, talvez fosse por isso que sua mão suava tanto. Sempre acontecia quando ela estava nervosa ou com medo, ela sorriu ao lembrar o que seu pai uma vez falou.
Esse nervosismo é um bom sinal Hope, sabe, eu tinha um bom amigo chamado Beethoven e sempre que ele estava preste a compôr uma grande melodia, sua barriga doía tanto que ele tinha que ir ao banheiro. Isso é o símbolo da genialidade.
  Um sorriso amargo ficou no rosto da jovem, ela com certeza não era um gênio. Longe disso, ela estava totalmente perdida, não sabia para onde ir e nem o que fazer, pelo amor de Deus, ela nem tinha documentos. Mas apesar disso, não poderia ficar. Havia jurado um dia a sua mãe que faria de tudo para ser feliz, e se permanecesse ali, isso não aconteceria.
  Ela na verdade precisava de um milagre, um socorro que a levantasse da destruição que estava a sua vida. Precisava se livrar daquele vazio em seu peito, havia tanto tempo se impedido de sentir, não aceitando se aprofundar no luto pelo seu pai, sua mãe e seu tio, que agora o sentimento era automático para seu corpo. Na verdade ela preferia assim, havia perdido tudo que lhe restava, por causa de um monstro que não deveria existir, ela o havia destruído, a custo de quê? Estava em um vazio eterno, sozinha para sempre.
  Hope Mikaelson suspirou olhando para o colar em sua mão direita, o grande e delicado M, símbolo de sua ancestralidade, estava deitado confortável em sua palma, como se estivesse zombando de quem ela um dia foi, uma eterna lembrança de quem ela jamais voltaria a ser. Ela nunca achou que um dia seria a valente heroína de alguém, mas aqui estava ela, a tríbrida original, a única de sua espécie, aquela que derrotou o ser que destruiria o mundo sobrenatural e ninguém nunca saberia. Mas valia a pena. Tinha que valer.
  Então ninguém podia dizer que sua decisão era a de uma covarde, ela poderia muito bem voltar e tentar fazer com que acreditassem nela, podia reconquistar seu agora ex-namorado, mas isso era demais. Ela merecia finalmente ter paz, independente da forma como ela chegou. Ela tinha muitas coisas para cuidar, o primeiro era arrumar uma forma de viver tendo apenas 17 anos, encontrar um lugar para viver, nem que para isso precisasse controlar e mudar a mente das pessoas. Mas primeiro deveria ir para o mais longe o possível da Virgínia, algo como Seattle. Deveria arrumar um carro para ir até lá, sabia que eram 2 dias de viagem, mas era a foram mais segura de viajar quando não se tem nenhum documento.
Vale a pena. Ela repetia em sua mente. Essa era sua segunda chance.

VazioOnde histórias criam vida. Descubra agora