Outlaw game

01: o louco.

//O louco//
Ele aponta para um novo começo emocionante, que envolverá assumir riscos. Esteja aberto a essa oportunidade e tenha fé no caminho à frente. A recompensa por dar o salto de fé tem potencial ilimitado. Mesmo que o Louco não venha com uma promessa de sucesso, ficar parado para sempre impedirá que você alcance todo o seu potencial.

— foi uma surpresa para o Japão nesta manhã quando o pintor reconhecido internacionalmente, Ichiyusai Madarame, teve sua conta invadida na internet, e foi revelado ao público que suas famosas obras não eram nada menos que plágios de seus aprendizes e que esses sofriam abusos físicos. — A jornalista disse ao bater seu papel na mesa, seu olhar fixo na câmera e as feições profissionais davam ainda mais credibilidade a suas palavras. — Está manhã, Madarame veio a público confirmar as informações vazadas como realidade e se entregar para a polícia. Suas contas de acordo com o pintor, foram completamente drenadas e a fundação de jovens artistas do Japão, recebeu uma enorme doação anônima durante a noite. O Japão se pergunta…

—seria essa uma obra do famoso Kaitō?—

O rapaz apertou o controle desligando a televisão. Kaitō, o ladrão do povo de acordo com a opinião das massas, os desenhos de sua assinatura nas cenas do crime, um cartão preto e vermelho cujo um círculo vestindo uma cartola revelava uma mensagem a vítima, aquilo perseguiu Akechi cada vez que ele acessava seu celular. Essa figura que a população declarava como a personificação da justiça, nada mais era que um criminoso.

Akechi Goro arrumou sua gravata e suspirou alto, em seu apartamento estritamente organizado, a mesa a sua frente era a única excessão. Seu expediente tinha encerrado a algumas horas, mas ele se pegou mergulhado no mar de evidências e testemunhos, da primeira vítima desse ladrão do povo.

Kamoshida, um professor de uma escola privada, reconhecido por seu desempenho como atleta olímpico. Esse ladrão revelou vídeos do professor estrela abusando fisicamente da equipe a qual presidia, isso sem contar os testemunhos de alunas vindo a público para revelar o assédio sexual. Ele confessou e essa súbita mudança de caráter desencadeou a investigação que agora Akechi presidia.

Ele se sentia honrado de receber um caso tão curioso como esse ataque aleatório, a possibilidade de se encontrar com um Robin Hood moderno o enchia com excitação, afinal era raro que os casos usufruissem de sua mente brilhante. Este não era como os casos comuns de roubo ou assassinatos que caiam em suas mãos de vez em quando, mas sim um mistério como os qual ele lia quando pequeno em seu quarto de madrugada. Um vilão se disfarçando de heroi com um ideal distorcido de justiça.

Mas era apenas uma coincidência na primeira vez, um mero professor estudantil. Agora o alvo era um pintor famoso, e assim como professor, ele recebeu primeiramente um aviso, e enfim o cartão. Aquele que descansava entre seus dedos enluvados.

Era simples, de um lado uma mensagem com letras coladas de jornais para não ser possível reconhecimento por caligrafia, e do outro, um personagem de cartola e máscara que acompanhava a palavra "kaitō" em letras itálicas em fonte de computador.

Uma das possibilidades que assombrava suas noites era que talvez o primeiro caso tenha sido apenas o começo de uma série de roubos. No entanto a diferença dos cartões levava a possibilidade de duas pessoas diferentes executando o mesmo crime.

Ele guardou o cartão novamente, tudo daquele objeto o irritava, a incapacidade de juntar as peças do quebra cabeça o afligia, um problema cujo a única peça deixava a imagem incompleta em sua mente era enlouquecedor.

— Argh! Eu preciso de uma pausa! — Ele disse agitando seus pulsos e segurando entre seus cabelos loiros, os bagunçando um pouco. Jogou sua cabeça para trás respirando fundo, se levantou alcançando o sobretudo e o vestindo. Não, ele não tinha um rumo em mente, decidiu apenas caminhar onde quer que suas pernas o levassem até que esfriasse a cabeça.