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Voltei!! Segunda oneshot de treino.
As primeiras histórias foram realmente pra sentir como é escrever e para ver onde a escrita ia me levar. Essa aqui vem de uma inspiração de uma música que eu amo muito. Espero que gostem.
Estou parado aqui na chuva, preciso saber se realmente acabou.
Doí pensar que talvez eu nunca mais te abrace como fazíamos aos domingos chuvosos. Me pergunto como chegamos aqui. Como todo o castelo que tínhamos construído se transformou em areia movediça que nos afundou em dor e solidão.
Estou aqui parado na chuva, me lembrando de todas as vezes que te abracei, de todas as vezes que seu sorriso preencheu minhas manhãs. Lembrando de nós..
Lembrando de como você gostava de comer aquele doce de morango você insistia em dividir comigo e que eu comia junto só pra te ver feliz, com a boca vermelha, soltando suspiros de satisfação que sempre me atiçavam e me deixavam louco para te ter novamente.
Você saiu pela porta convicto de que tudo estava perdido, de que eu não servia e que não havia forma de fazer com que déssemos certo depois do que aconteceu. Justo nós que estávamos acostumados a passar por tantas dificuldades juntos...
Primeiro, com nossa família que não conseguia compreender que nos amávamos, que precisávamos ficar juntos. Meu pai nunca compreendeu como você me fazia feliz, como o seu sorriso me transformava, como a sua mão na minha me dava forças, como o som da sua respiração me fazia querer respirar junto.
Sua mãe acreditava que você estaria melhor advogando como toda sua família e você queria dançar, mover seu corpo e a minha alma que acompanhou cada passo seu para entrar na famosa companhia de dança. Quando você se mexia, minha alma transcendia e eu sentia que podia dançar contigo, te elevar quando você precisava pular, te segurando quando você precisava de apoio. Quando você dançava, parecia que só dançava para mim, que conseguia transmitir por meio do seu corpo, todos os meus sentimentos mais profundos.
Quando eles nos proibiram de nos ver, passamos todo aquele ano nos encontrando escondidos, com a ajuda de todos os nossos amigos para conseguirmos nos encontrar: fosse por 5 min na esquina de casa, 10 min na casa do Tae, qualquer momento era precioso para nós. Você até tomou café - que você detesta- só para conseguirmos ficar no mesmo ambiente por 1 hora nos olhando em certa distância.
Nesse período, em que tudo parecia tão difícil, era você que me mantinha em pé. Você disse que nunca desistiria, que continuaria treinando sua dança quantas horas fossem necessárias e que pularia quantos muros fossem necessários para ficarmos juntos. Éramos tão jovens e achávamos que a nossa maior dificuldade seria convencer nossos pais do nosso amor.
